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Cinco irmãos dividem o celular da mãe para estudar, em Itumbiara

Um em cada cinco lares brasileiro não tem acesso à internet é o que diz uma pesquisa realizada em 2018 pelo Pnad ( Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Esses dados revelam as limitações encontradas por alguns estudantes em acompanhar as aulas virtuais, diante da pandemia do coronavírus.

Contudo, não é apenas a falta de internet que gera dificuldades, mas também a de aparelhos como celulares e computadores ligados à ela, o que revela a realidade socioeconômica de diversas famílias brasileiras.

É o caso dos cinco filhos de Rosimeire da Costa, que dividem o celular da mãe, único aparelho com acesso à internet que a família possui, para assistirem as aulas online.

Em entrevista ao G1, Rosimeire da Costa contou sobre as dificuldades e desafios de ter que se desdobrar para cuidar dos afazeres domésticos e auxiliar nos estudos em casa das cinco crianças pequenas.

“Qualquer mãe que tem criança sabe que todo dia é uma dificuldade diferente, que todo dia é uma coisa diferente que eles precisam, e a gente não pode dar. Eu agradeço muito porque eu ainda tenho esse celular, porque eu sei que tem mãe que está em condição bem pior, mas não é por isso que eu vou me acomodar e não vou tentar fazer o melhor para eles”, disse.

Rosimeire tem nove filhos, destes, seis deles moram com ela, em Itumbiara, e três vivem no interior de São Paulo. As crianças estudam em colégios diferentes, embora seja na mesma cidade. O pequeno Anthony, de 3 anos, estuda na Escola de Assistência ao Menor (Ami). Já Nicole, de 5, na Escola Municipal Rogério Ribeiro Mendonça. Os gêmeos Ícaro e Isaías, de 8, e o irmão Isaac, de 9 anos, estudam na Escola Municipal Floriano de Carvalho.

Segundo Rosemeire, os professores também cobram que as fotos das atividades prontas, feitas pelo alunos, sejam enviadas pelos pais ou responsáveis no grupo da escola. O problema, segundo Rosemeire, é que o celular está velho e a câmera não funciona. Por isso as três escolas onde os filhos estudam se dispuseram a ajudar.

"Eu conversei com as professoras, que são muito cuidadosas, sabem da nossa situação, falei para elas que eu estava ajudando eles nas atividades, e eu que estão todas em dias. E sempre que vem alguém aqui em casa que tem celular, eu tiro foto e mando. Não mando sempre igual eles pedem, mas eu conversei com eles e eles entenderam. Sempre que tenho oportunidade eu tiro a foto das lições e mando pro grupo das escolas", disse.

A área da casa onde a família mora de favor, virou sala de aula, onde a mãe ensina as tarefas da escola. “Acordo mais cedo e adianto as coisas de casa. Depois, começo as atividades com eles. Primeiro com os dois menores. Eu vou ditando as atividades e, depois, eu faço com os outros meninos separados”, disse.

Rosimeire e os filhos que sobrevivem com a ajuda de conhecidos e com o programa do governo, Bolsa Família, pouco mais de R$160, diz que queria uma lousa para auxiliar nos estudos dos filhos. E disse ainda que os filhos não têm cama e as crianças dormem no chão.

“Eu queria uma lousa para eu escrever para eles, para ficar mais fácil para eles copiarem, eu acho mais próximo da escola, para eles fazerem as atividades mais no tempo deles, para eu poder ter tempo de explicar também, porque eu gasto muito tempo ditando letra por letra, eu não consigo ter tempo para ensinar”, disse.

*Com informações do G1

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