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A jovem Júlia Freitas, de 19 anos, diz estar se recuperando aos poucos das agressões sofridas pelo então namorado José Augusto Júnior, 28, que confessou o crime. O caso aconteceu na Irlanda, onde os dois moravam. Após as agressões, o Goiano saiu da cidade, mas, uma semana após o ocorrido ele se entregou e foi preso no Aeroporto de Dublin, capital do país.
José Augustou passou por uma audiência na segunda-feira (9), Júlia acompanha de longe os trâmites jurídicos relacionados ao caso. A jovem relata que as autoridades irlandesas são "rígidas" em relação ao repasse dessas informações.
Após as agressões, Júlia diz que procurou apoio psicológico e que ainda passa por tratamento médico devido as agressões sofridas que causaram lesões na boca. Mas, em entrevista para o G1, a jovem afirma estar maiz tranquila.
"Posso dizer que estou bem, aliviada [com a prisão]. A vida continua, não podemos parar a cada obstáculo. Estou fazendo terapia, consultando com meu dentista, pois sofri muitos cortes porque uso aparelhos, e no oftalmologista. Aos poucos estou voltando ao normal", disse.
Júlia também falou sobre o que sente com relação a José Augusto, ela afirma que não guarda rancor, mas espera justiça para o caso. "Só quero que ele pague, a justiça seja feita e ele recomece a vida dele. O perdão para ele eu já dei", afirma.
Agressões
Júlia Freitas,mora em Dublin, mas no dia 31, ela foi visitar o namorado em Navan, a 54 km de distância. Para o G1, Júlia contou que no momento das agressões ela estava dormindo quando começou a ser espancada
“Ele viu umas mensagens antigas no meu celular, que não vinham ao caso porque são de quando a gente não estava junto. Acordei e, quando olhei, ele estava sentado em cima do meu peito, com os joelhos nos meus braços. Ele me imobilizou e, como não tive condições de me mexer, começou a me bater demais. Implorei para ele parar e não me matar, mas ele dizia que ia me matar”, contou
A jovem disse que no dia teve de se esconder em um celeiro e que só se livrou das agressões porque alguns amigos estavam na casa.
“Ouviram meus gemidos e bateram na porta para ver se estava tudo bem. Eles se deparam com a minha boca cheia de sangue e meu rosto ensanguentado, ele não parava de me bater. Desmaiei duas vezes durante as agressões. Estava de vestido. Estava mais ou menos uns 2 graus, era de madrugada. Saí correndo e me escondi em um celeiro perto da casa dele”, desabafou.
Ela ainda contou, que após ser encontrada pelos amigos, eles a levaram para um hospital para que pudesse receber atendimento médico.
Ameaças após confissão
José Augusto, que é natural de Anápolis, a 55 km de Goiânia, saiu de Navan, após as agressões. Na época, ele confessou ter agredido a namorada na Irlanda e, disse que foi para um país vizinho após sofrer ameaças de morte, mas que não estava foragido.
“Eu me apresentei, não tinha queixa, eu fiquei em aguardo. No outro dia, prestaram queixa, só que eu já não estava mais em Navan, porque eu sofri diversas ameaças de morte. Não estou escondido. Assim que eu puder, vou à Irlanda me apresentar. Estou esperando meu advogado e, quando ele achar que for o momento correto, vou me apresentar e me colocar à disposição da Justiça da Irlanda”, afirmou, na ocasião.
O rapaz também negou que tentou matar Júlia. "Não foi uma tentativa de homicídio. Foi uma agressão e uma agressão grave, então eu mereço pagar sim. Eu não tenho muito o que falar, porque é injustificável. Se eu falar o motivo [da agressão], vai expor ainda mais a menina, e ela está sofrendo demais. Eu tenho consciência do meu erro, assumo ele, por mais que eu tenha motivo, isso não justifica. Só quero pagar pelo meu erro”, disse.
*Com informações do G1.
