![Reprodução](https://cdn.dm.com.br/img/Artigo-Destaque/130000/1200x720/Artigo-Destaque_00132756_00-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dm.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F130000%2FArtigo-Destaque_00132756_00.png%3Fxid%3D631252%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1721194667&xid=631252)
O Estado do Ceará recebeu na última quinta-feira (14) um lote de 998 fósseis que haviam sido levados ilegalmente para a França, em uma das maiores operações de repatriação de bens culturais da história do Brasil. Os fósseis são provenientes da Chapada do Araripe, no Cariri, e pertencem ao período Cretáceo, com cerca de 90 a 110 milhões de anos.
A devolução dos fósseis foi resultado de uma ação conjunta das Justiças brasileira e francesa, que começou em 2013, quando as peças foram apreendidas em um museu particular na cidade de Le Havre. Em 2022, o Brasil recebeu a posse simbólica dos fósseis em uma cerimônia realizada na França, mas somente agora eles chegaram em solo cearense, onde serão estudados e expostos no Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri.
O acervo repatriado é composto por fósseis de diversas espécies de animais e plantas, como pterossauros, peixes, insetos, entre outros. O destaque é o fóssil de um Ubirajara, um dinossauro com penas e espinhos, que foi descoberto em 1995 e levado para a Alemanha, mas retornou ao Brasil em 2022, junto com outros 45 fósseis.
O diretor do Museu de Paleontologia, Allyson Pinheiro, afirmou que a repatriação dos fósseis é um marco histórico e científico para o Ceará e para o Brasil. “Estamos falando da maior repatriação em volume de bens culturais brasileiros da história. Estamos vivendo um período muito especial, uma sequência de eventos raros, como o retorno do Ubirajara. Hoje é um dia muito importante e significativo”, disse.
A secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Sandra Monteiro, que liderou a comitiva estadual que recebeu os fósseis, destacou o esforço do Governo do Ceará para defender o patrimônio cearense e brasileiro. “Há alguns anos, nós temos um grande esforço por parte do Governo do Estado para ser feita a defesa do patrimônio cearense e do Brasil. O retorno deste material está para além dos fins científicos. Poderemos pensar em pesquisas, envolvendo institutos nacionais e internacionais, contemplando também o nosso Museu de Paleontologia, no Cariri. Temos, então, uma gama de esforços para que tudo isso fosse concretizado”, afirmou.