Um grupo de professores da Universidade Federal de Goiás (UFG) da Cidade de Goiás fez uma manifestação em frente ao Centro Cultural onde acontecia a assembleia, que aprovou o indicativo de greve para agosto. Eles estão em greve desde dois de junho e não são reconhecidos pelo sindicato local, a Associação de Docentes da UFG (Adufg). O grupo exibia bandeiras do Andes, representação nacional dos professores que é oposição ao Proifes Federação, ligado a Adufg.
Após o ato, os grevistas de Goiás caminharam até a reitoria. “Aproveitamos para apresentar nossas pautas locais para o Reitor”, explicou João Huguenin, professor de arquitetura e urbanismo da regional Goiás. “Pedimos melhores condições de trabalho, mais salas, laboratórios, contratação de mais professores e técnico-administrativos, explicitar qual o orçamento da regional e construir esse orçamento de forma participativa”, enumerou algumas das reivindicações. Estudantes e funcionários técnico-adiministrativos também estão em greve.
O reitor, Orlando Amaral, recebeu um documento com as reivindicações dos manifestantes e se comprometeu de ir visitar o campus Goiás na próxima sexta-feira, dia 29.
Paralelo ao movimento, a representação nacional Andes estava em mesa de negociação com o Ministério de Educação Superior. A entidade está a frente de 31 universidades federais em greve e aprovou indicativo de paralisação desde 28 de maio.
Goiás Morta
Uma professoras da Cidade de Goiás se vestiu de preto em protesto para “questionar a declaração do presidente da Adufg, Flávio Alves, de que a Cidade de Goiás estava morta”, conta Thiago Costa, professor de Filosofia da regional Goiás.
Em um debate na Faculdade de Letras no dia 17 junho, o presidente do sindicato reconheceu as deficiências apresentada pelos grevistas, mas sugeriu como solução “finalizar a regional Goiás”, disse. “Goiás Velho é uma cidade morta. Potencial turístico aonde? Goiás é antigo. Potencial turístico é aqui em Pirenópolis”, completou.
A fala do sindicalista gerou revolta nos grevistas. “A população vilaboense se sentiu muito ofendida. Ele fala isso em um completo desconhecimento do que é a regional Goiás.”, disse Thiago Costa.
A diretoria da Adufg chegou a se reunir com o reitor da UFG no dia 15 de junho para garantir que não houvesse conveniência da reitoria com movimentos grevistas não oficiais.