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Polícia Civil investiga candidato em Itaguari que tem dois CPFs

Jornal teve acesso, com exclusividade, à certidão de nascimento, que apresenta dados diferentes daqueles usados em seu registro na Justiça Eleitoral

Hélio Marcos Vieira de Lima, conhecido como Marcão do Siri (PSD) Hélio Marcos Vieira de Lima, conhecido como Marcão do Siri (PSD)

O empresário Hélio Marcos Vieira de Lima, conhecido como Marcão do Siri (PSD), candidato a prefeito de Itaguari nas eleições de 2024, pode estar com seu projeto político sob risco após suspeita de irregularidades envolvendo a utilização de múltiplos documentos de identificação e crimes de falsidade ideológica. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Goiás.

O Diário da Manhã teve acesso, com exclusividade, à certidão de nascimento do candidato, documento que está em poder da Polícia Civil. Chama a atenção que os dados contidos no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais de Gurupi (TO) não correspondem às informações usadas pelo candidato para registrar sua candidatura na Justiça Eleitoral.

Documentos indicam, ainda, que o candidato pode ter utilizado pelo menos dois CPFs e RGs diferentes ao longo dos anos, o que levanta sérias dúvidas sobre a legalidade de sua candidatura e a possibilidade de cometimento de crimes como falsidade ideológica.

Por exemplo, no documento anexado ao registro de candidatura, disponível junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Hélio teria nascido no dia 25 de agosto de 1979, em Itaguari, mas com certidão de nascimento emitida em Gurupi, no interior do Tocantins. A reportagem, entretanto, localizou outros registros, como o que aponta que o empresário nasceu no dia 25 de agosto de 1980, em Itaberaí, no interior de Goiás.

Investigação

De posse das informações, o Ministério Público solicitou a abertura de inquérito por parte da Polícia Civil. A delegacia responsável pela cidade de Itaguari fica em Taquaral e já iniciou uma investigação preliminar. A reportagem fez contato com o delegado responsável pelo caso, Kalil Nogueira, que confirmou a apuração dos fatos.

Os documentos anexados ao processo incluem um histórico de uso de diferentes registros de identidade e indicam que Marcão do Siri pode ter manipulado informações pessoais para fins ainda não esclarecidos e que serão apurados ao longo do processo.

Também chama a atenção que um dos CPFs registrados no nome do candidato possui um histórico criminal na Justiça de Goiás, com processos judiciais por improbidade e posse ilegal de armas de fogo.

De acordo com fontes próximas à investigação, o uso de múltiplos CPFs e RGs por uma mesma pessoa pode configurar falsidade ideológica, um crime que, conforme o Código Penal Brasileiro, pode resultar em pena de até cinco anos de reclusão, além de multa.

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