Mães e filhos se unem também nos negócios
Redação DM
Publicado em 9 de maio de 2015 às 03:23 | Atualizado há 10 anosDa redação, com assessoria
As empresas familiares, no Brasil, expandiram mais do que a média mundial em 2014, segundo dados da 7ª Pesquisa sobre Empresas Familiares da PwC (PricewaterhouseCoopers). Enquanto cresceram 65% nos 40 países pesquisados, o porcentual por aqui chegou na casa dos 79%, graças à união de aspectos como experiência e energia, casamento muito valorizado nos negócios, é o exemplo, de Elma Santos, 45 anos e seu filho René, 21 anos.
A diferença de idade de 24 anos gera certos conflitos, segundo informou Elma, mas os empreendedores souberam aliar o que cada um oferece de melhor em prol da franquia Fast Açaí que abriram há 5 meses. O quiosque deles fica no Hipermercado Extra, na Avenida T-9, em Goiânia. Até o final do ano passado, Elma era gerente do ramo de estamparia e uniformes. Sua decisão de deixar o emprego e abrir o próprio negócio foi encorajada pelo filho, que trancou o curso de Educação Física para ajudar a mãe. “Tanto eu quanto René temos experiência em vendas”, conta.
Este é um dos fatores que motivou a inserção de ambos no mercado do Açaí. Outro fator, foi a morte do filho mais novo João Paulo, aos 14 anos. “Trabalhar e ficar perto da minha família foi a forma que encontrei para sair da depressão e transpor toda essa dor da perda de um dos meus filhos”, relata. Ele faleceu após um acidente doméstico.
René não pretende ficar afastado da faculdade, mas, disse que cursos como o de Marketing ou Publicidade e Propaganda o preparará melhor para o mercado dos negócios. “Nos lidamos com certa formalidade quando estamos trabalhando, mas, tem hora que escapa: filho, faça isso. Ou ele me chama de mãe”, conta Elma, sobre como deve ser o tratamento no ambiente de trabalho.
Crescimento
Outro dado, apontado pela 7ª Pesquisa sobre Empresas Familiares, da PwC, é que 66% dos 2.378 empresários entrevistados em 40 países esperam crescer de forma consistente nos próximos cinco anos.
É o que esperam os proprietários do quiosque da Fast Açaí de Goianira Valdirene Gonçalves e seu filho Kennedy Augusto, de 18 anos. O negócio foi aberto em fevereiro deste ano, numa cidade que fica há 29,5 quilômetros da capital e possui aproximadamente 34 mil habitantes.
Apesar de pouca idade, Valdirene viu determinação e coragem em seu filho, atributos que considera essenciais para garantir o sucesso em qualquer negócio. Ele ainda não concluiu o ensino médio, mas, sua mãe diz que Kennedy possui vocação para os negócios.
Inserir o filho na sociedade empresarial é mais que uma estratégia para se chegar ao sucesso. Valdirene diz que é uma forma que encontrou para ensinar valores ao filho, como responsabilidade. Os sócios contrataram três funcionários e disseram que os produtos têm sido bem aceitos pela população da cidade. “Meu filho tem horário de ir à escola e de trabalhar. Tem sido um ótimo aprendizado para ele”, comemora.
Abrir um negócio é uma tarefa que exige cautela por parte dos aspirantes a proprietários. Se a empresa é familiar, os cuidados com as relações interpessoais também devem ser levados em conta, segundo aconselham especialistas do ramo.
Valdirene diz que agiu cautelosamente na hora de abrir a empresa. Antes, fez visitas a franquias de diversos ramos de atividade e pesquisou a aceitação do produto em Goiânia. “Eu estava em busca de uma franquia, e nem pensava em algo na área de alimentação, entretanto, quando conheci a organização do ambiente e os produtos da Fast, foi amor a primeira vista”, recorda.
Tanto Valdirene quanto Elma orientam que a união entre trabalho e família é sempre uma boa escolha, que gera renda e fortalece a família. “Deixaremos a eles um legado para levarem adiante o espírito do empreendedorismo”, diz Valdirene.