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ECONOMIA

Problemas de infraestrutura forçam independência de serviços públicos

Da assessoria

A atividade econômica brasileira enfrenta dificuldades cujos efeitos são sociais e políticos. Especialistas alertam, há décadas, sobre os problemas de infraestrutura no País. As previsões começaram a se tornar realidade com o racionamento de energia elétrica, de 2001 a 2002, e quase 15 anos depois a questão volta a assombrar os brasileiros com a fragilidade do sistema nacional de energia. Para evitar reclamações e perda de lucros, a autogeração é a aposta do setor produtivo. Uma das áreas que mais necessitam do serviço em funcionamento é o de tecnologia. Para burlar os contratempos, a solução tem sido a busca por fontes alternativas para manter computadores – principal ferramenta de trabalho – conectados à rede elétrica e telefônica sem risco de danos. Por isso, o aluguel ou compra de geradores tem sido um investimento comum entre as empresas.

Especializada no mercado da tecnologia da informação para a construção civil, a Globaltec adquiriu os equipamentos há cerca de um ano e meio. O diretor da empresa, Marcelo Xavier de Oliveira, explica que a medida diminuiu os transtornos da dependência do serviço público. No ano passado, após mais de 20 horas sem eletricidade, ele percebeu a necessidade de produzir a energia elétrica para o negócio. “Tínhamos nobreaks que funcionavam por duas horas, mas como a interrupção foi bastante longa, tivemos muitos prejuízos internos e junto aos clientes”, disse.

Telecomunicações

O serviço de telefonia pode ser o centro do próximo “apagão” no País. A preocupação foi apontada em reportagem publicada há três anos pela revista The Economist. À época, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) havia suspendido a venda de linhas para celular de três operadoras de telefonia móvel devido a falhas na cobertura e no atendimento. Mesmo com sanções previstas em lei, o atendimento voltado para os cidadãos segue alvo de queixas em todo o País. Em Goiás, o Procon estadual registrou 15 mil reclamações sobre telefonia móvel entre janeiro de 2013 a dezembro de 2014. As principais queixas são a cobrança indevida e/ou abusiva seguida da rescisão e/ou alteração unilateral.

No ramo empresarial, o impacto tende a ser muito maior. A fragilidade da expansão sem adequação tecnológica e infraestrutural põe em xeque a capacidade da área de telecomunicações no País de atender toda a demanda. O cabeamento de transmissão de informações e dados atual não é eficiente, principalmente se comparado ao fluxo por fibra óptica. Um dos entraves para a expansão desse tipo de comunicação é o seu elevado custo.

Apesar desse cenário, atualmente existem 280,7 milhões de linhas ativas na telefonia celular no Brasil, segundo a Anatel. O acesso é na maior parte de pré-pagos (75,8%). O número é superior ao de habitantes, que é de 202 milhões, conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estudo realizado pela companhia americana Cisco constatou que o tráfego de dados na internet no Brasil deve crescer 56% até 2019.

Competividade

A iminência de problemas com maior frequência incentiva as empresas a seguirem caminhos com a utilização de tecnologia da informação para garantir transferência e o gerenciamento eletrônico de dados. Com esse novo viés, há também a possibilidade de reduções de custos e vantagem competitiva. O uso de ferramentas automatizadas para manejar os processos e oferecer soluções apresenta resultados bastante positivos. Marcelo Xavier lembra que os clientes comemoram a economia de tempo e de gastos com a implantação de softwares na administração.

No segmento de construtoras, incorporadoras e imobiliárias, o empresário oferece um produto voltado para a automação dos processos, o que simplifica o planejamento e o controle gerencial, físico e financeiro dos negócios. “Suas diversas características permitem que ele seja usado por grupos empresariais, já que possui uma plataforma multiempresa”, detalhou. O sistema, denominado UAU, é atualizado regularmente para acompanhar as mudanças e exigências do mercado. “Levamos em conta o universo de clientes e as sugestões de alterações em termos de layout, relatórios ou integração dos 17 módulos do sistema, como Suprimentos, Obras e Financeiro”, afirma.

Instabilidade

Com a instabilidade na prestação dos serviços, o desenvolvimento do País vem sendo comprometido, o que pode ser observado nos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e baixo crescimento econômico. No fim de março, o IBGE informou que a economia brasileira cresceu 0,1% em 2014. O governo federal prevê retração de 0,9% este ano e retomada do crescimento de 1% em 2016.

A falta de planejamento, aumento da demanda e pouco investimento em setores estratégicos, como energia e telefonia, tem impactado milhões de brasileiros. Os prejuízos afetam residências, hospitais, escolas, indústrias e empresas de diversos segmentos. A atual crise da água na Região Sudeste obriga o setor empresarial e industrial a recorrer a alternativas. Poços artesianos e caminhões-pipa são as opções mais utilizadas. Em decorrência disso, o preço ao consumidor final tende a subir assim como a preocupação com o regime de chuvas e fim de seca.

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