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OPINIÃO

As sete verdades do bambu

O muito conhecido bambu é secular. Nome que se dá às plantas de uma família das gramíneas, que se subdividem em duas tribos, os bambus chamados de lenhosos e os herbáceos, que apresentam consistência mole e tenra. Calcula-se que existam cerca de 1250 espécies no mundo, presentes de forma nativa em vários continentes. A Ásia é considerada o habitat por excelência, também presente na América Central e América do Sul.

No Brasil, o uso que se faz do bambu está restrito a algumas aplicações tradicionais, como artesanato, vara-de-pescar, fabricação de móveis e na produção de brotos de bambu comestíveis, encontrado em sofisticados restaurantes.

O bambu simbolicamente representa paciência, determinação, serenidade e origem. Ao observar o comportamento do bambu os chineses aprenderam a importância da paciência e da determinação. Muitas vezes, queremos que as coisas aconteçam rapidamente e ficamos impacientes diante da demora nos resultados. Se a preocupação for mostrar resultados imediatos, corre-se o risco de sacrificar as bases, o alicerce, e, com isso, coloca-se tudo a perder.

“Reconhecer o que o momento presente exige e confiar.” Este é o segredo do bambu. É uma planta simples, sendo firme sem ser rígida, elegante sem ser chamativo, altivo sem ser arrogante. O bambu curva-se no vendaval para não quebrar, Uma árvore rígida quebra-se com um vento forte. O bambu não. Ele se curva e depois que o vendaval passa, volta intacto à posição original.

Para a maioria das pessoas, o vazio tem um sentido negativo, podendo ser nulidade. O oco do bambu tem sentido positivo, contendo boas qualidades, mostrando que uma mente entulhada de preocupações não pensa direito.

A origem da palavra bambu permanece um mistério para os etimologistas e um enigma para os botânicos. Acredita-se que o ruído provocado pela explosão dos entrenós, quando os chineses faziam fogueiras com bambus em cerimônias religiosas, espantando os maus espíritos, fazendo com que os deuses pudessem atender suas preces. Daí a origem da palavra “Bambu”. Vem do estalido do bambu queimando, e suas explosões. Bam!.. Buu!!...

É uma planta renovável, sem a necessidade de replantio e que se renova em menor intervalo de tempo, não havendo nenhuma espécie florestal que possa competir com ele em velocidade de crescimento e de aproveitamento por área.

O bambu, quando plantado por semente, tem uma maneira tão peculiar de brotar e crescer que chamou atenção dos chineses e que se tornou uma grande lição de sabedoria. A semente, depois de colocada em solo, demora muito tempo para apresentar sinais externos de que vai vingar. Depois de algum tempo surge um pequeno broto que permanece inalterado durante longo tempo. Depois de cinco anos as raízes atingem dezenas de metros e o broto começa a se projetar para fora da superfície. Ai em pouco tempo, cresce vertiginosamente e atinge a altura de 25 metros.

No excelente calendário que recebo todos os anos da Editora Kelps, sempre a mim passado pelo amigo Waldeci Almeida, irmão do diretor presidente da empresa cultural, Antônio Almeida, maior incentivador de publicação de livros em Goiás, leio no calendário de 2016, “As sete verdades do bambu”, que transcrevo neste artigo, para leitura e meditação.

Primeira verdade: o bambu nos ensina, e a mais importante, é a humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o princípio da paz, aquele que me chama, que é o Senhor.

Segunda verdade: o bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima, ele tem para baixo também. Você precisa aprofundar a cada dia suas raízes em Deus, na oração.

Terceira verdade: você já viu um pé de bambu sozinho? Apenas quando é novo, mas antes de crescer ele permite que nasçam outros ao seu lado, como no co- operativismo. Sabe que vai precisar deles. Eles estão sempre grudados uns nos outros, tanto que de longe parecem com uma árvore. Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos.

Quarta verdade: o bambu nos ensina não criar galhos. Sua meta é no alto, vive em moita, comunidade e não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável.

Quinta verdade: como o bambu é oco, sabe que se crescesse sem nós seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos e são nossos melhores professores, se soubermos aprender com eles.

Sexta verdade: o bambu é vazio de si mesmo e nos mostra que enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preenche, que rouba nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes.

Sétima verdade: o bambu nos dá a linha, o caminho de que crescendo para o alto, ele busca as coisas do Alto.

(Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil - [email protected])

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