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OPINIÃO

Gentileza gera gentileza

Quando nos referimos a uma pessoa dizendo: fulano (a) é humano (a), é porque vemos nela as características típicas da natureza humana em sua essência para viver em coletividade. Existimos para evoluir juntos, cuidando e sendo cuidado; servindo e sendo servido; aprendendo e ensinando, principalmente respeitando ao próximo e a casa de todos (a mãe terra). Porém, estamos perdendo os preciosos valores humanos por falta de bons princípios e bom caráter. É cada vez mais raro encontrarmos pessoas de caráter afinado, pois, boa índole, bons princípios e bom caráter não se aprendem em colégio, tudo isso vem de berço e é uma escolha própria. Uma pessoa pode ter adquirido conhecimentos científicos, ter formação em mestrado, graduação ou pós-graduação acadêmica e não ter bom caráter. A vida oferece oportunidades, e conforme as escolhas, moldaremos nosso caráter definindo se seguiremos pelo caminho do bem ou do mal. O desejo de melhorar de vida é natural e todos batalham por isso, entretanto, nesse afã, muitos procuram meios escusos para alcançá-lo a qualquer custo, sem se importar com o próximo. Isso acontece em todos os níveis sociais, inclusive no meio político.

Nos últimos dias uma terrível onda de violência tem assustado a população. A sociedade se esforça para levar uma vida normal, mas, vive fragilizada e amedrontada por falta de segurança, sabendo que está em risco constante de danos materiais ou da integridade física e sempre haverá algum oportunista de olho para tirar algum proveito, nem que para isso retire o bem mais precioso de sua vítima. Incomodado com a situação, o poder público se movimenta, promove mudanças no comando da segurança pública, anuncia concurso para aumentar o efetivo policial e procura desenvolver uma força tarefa objetivando por fim, ou pelo menos minimizar essa onda. Segurança pública é responsabilidade do governo, mas, se não houver alguma mudança na legislação vai enxugar gelo. É um circulo virtuoso, a polícia prende e a justiça manda soltar. Se bem que, seria necessário construir mais presídios, contratar mais servidores, e gastar muito para acomodar presos onerando a sociedade sem nada produzirem. Cadeia por si só, não reduz a criminalidade, por vezes ela acaba sendo o Q.G. do crime, pois, mesmo encarcerados, os maiores líderes comandam as ações de elementos e grupos que atuam fora e dentro dela. A solução é cuidar da base fazendo com que ética, moral, consciência cidadã e bons princípios conduzam a civilização do amanhã. Para isso, precisamos assumir nossas responsabilidades, especialmente para com nossas crianças, que necessitam de bons ensinamentos para aprenderem bons valores, primeiramente transmitidos pelos pais no ambiente familiar, para se portarem de maneira exemplar ao longo de suas vidas em todos os ambientes. Os filhos confiam nos pais e os veem como heróis. Geralmente o filho copia o pai, daí a grande responsabilidade de ser bom exemplo para o filho, evitando palavrões, procurando agir com polidez, sendo honesto, mantendo os valores morais com ética, respeito e educação. É no seio familiar que se inicia a educação contra a violência, o egoísmo, a prepotência e a ambição exagerada. Os pais devem ensinar os filhos a compreenderem as situações conforme a realidade e não permitirem que eles imponham suas vontades com pirraças ou chantagens. Mesmo se estiverem em condições de satisfazerem os desejos das crianças, elas precisam ter limites. É fundamental o início do aprendizado, enquanto ainda é criança, sobre respeito aos diretos de todos, bem como adquirirem conhecimentos sobre suas obrigações e responsabilidades.

A sociedade que aprender a compartilhar e valorizar conforme as leis divinas, certamente conquistará a paz. No meio da violência no mundo de hoje, o homem destrói o homem porque não pensa no que dizia o profeta: “Gentileza gera gentileza.” Vivemos em um mundo competitivo, mas, não podemos passar por cima dos outros buscando a vitória a qualquer custo. É importante manter os princípios da honestidade e não confundir a vitória com o sucesso nem a derrota com o fracasso. Não somos iguais, existem diferenças e divergências de opiniões devem servir para formar consciência. Criticamos, julgamos, condenamos e cobramos soluções do poder público, principalmente quando faltam escolas, creches e empregos, entretanto, não assumimos nossa parcela de responsabilidade e contribuímos para o aumento da criminalidade e violência, excluindo, marginalizando e, involuntariamente conduzindo jovens e crianças inocentes para caminhos indesejáveis, transformando-os em indivíduos potencialmente perigosos na sociedade.

(Natal Alves França Pereira, servidor público, graduado em Ciências Contábeis, filiado à Associação Goiana de Imprensa)

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