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OPINIÃO

Quatro décadas da morte de Gercina Borges Teixeira

Gercina Borges Teixeira. Uma mulher e um mito. Nome inconfundível na história de Goiás como eterna primeira dama, cognominada de “Mãe dos pobres”, em vista de seu benemérito trabalho de caridade junto aos menos assistidos, mendigos e doentes, nos tempos iniciais de Goiânia, até mesmo ainda em Goiás, velha capital, quando residiu no Palácio Conde dos Arcos.

Ela se dedicou a fazer o bem indistintamente, e, na condição de esposa de Pedro Ludovico, ombreou com ele a imensa tarefa de levantar uma cidade em pleno sertão, em época adversa, com o fantasma da Guerra e as dificuldades; mas não se absteve da luta e construiu uma obra eterna.

Ela era o dinamismo aflorado, a vontade férrea, a objetividade, aliados a uma condução firme e serena de todos os seus propósitos.

E nunca quis estar atrás ou adiante do marido, ambicionando a si cargos políticos, como depois tantas outras o fizeram, sobrepondo inclusive os companheiros nas atividades populares. Ao contrário, esteve ao lado dele, como companheira destemida e alegre com o fardo que carregou para si, na área da assistência social.

Se fosse candidata a algo, algum cargo político, com certeza teria uma vitória esmagadora. Mas nunca quis isso para si, consciente do papel conciliador da mulher, que, mesmo em outro plano de luta, é vitoriosa.

Sem medo de comparações, foi ela a mulher mais importante da história social de Goiás no século XX. E também nos séculos anteriores.

Inimitável sua trajetória pontilhada de êxitos e gestos de amor e bondade, comparáveis a uma Eunina Hermano, Maria Antonieta Alessandri Figueiredo e poucas outras que viram, nos pobres, a razão da existência, em diferentes diretrizes religiosas.

Sua casa era ponto certo de quem tinha fome, sede, dos esfarrapados e dos injustiçados. Emocionante sua vida tão limpa e correta, corajosa e proficiente.

Em 1976 ela faleceu depois de insidiosa enfermidade, na sua casa do centro de Goiânia, como queria. 40 anos se passaram desde que adentrou nos jardins da eternidade, mas não foi esquecida pelos goianos.

Já apareceu, inclusive, nas páginas eternas de Francisco Cândido Xavier por meio de mensagem psicografada, de Nayá Siqueira de Amorim, que a colocou como grande auxiliar numa colônia do mundo espiritual, cuidando com desvelo dos recém-desencarnados, sendo anjo no céu, assim como o foi na terra.

Nessas páginas de grande comoção, relembra seu espírito as lutas iniciais de Goiânia, com saudade, mas com a alma limpa por ter cumprido os deveres a que se filiara na encarnação passada.

Aos que creem ou não, já nos bastam os exemplos que deixou; concretos no chão desse mundo, quando abriu campo para o amor e a luz em nosso meio. Seu espírito de luz já adornara sua existência na experiência carnal a que foi conduzida nas terras de Goiás a ser a auxiliar dos pobres e desvalidos, como perene mãe.

Sua biografia e os feitos de sua vida iluminada também foram estudados por Esther Barbosa Oriente, José Mendonça Teles, Jerônimo Geraldo de Queiroz, Armênia Pinto de Souza, Dalísia Dolles, Amália Hermano Teixeira, Rildo Bento de Souza, Ricardo Gonçalves Santana, Mayra Regina de Abreu, além de outros. Todos destacam seu carisma e sua força de luta em prol de um mundo melhor.

Seu nome foi perpetuado em muitas crianças pobres que nasciam na Santa Casa naquele período, como homenagem a ajuda que ofertara às mães em desamparo.

Rio Verde, próspera e bela cidade foi o seu berço em 26 de agosto de 1900, filha de Antonio Martins Borges e Maria da Conceição Borges. Seu pai nascera em Araxá, no Triângulo Mineiro em 28 de agosto de 1865. Próspero fazendeiro; foi político atuante, intendente de Rio Verde, filiado ao Partido Democrata, juiz municipal e Senador Estadual de 1907 a 1929, reeleito diversas vezes.

Foram irmãos de Gercina Borges: Alice Borges Cruvinel, casada com Bellarmino Cruvinel; Aldo Leão, casado com Ruth de Freitas; Silvia Borges, casada com Ranulfo da Veiga Jardim; Luisa Borges, casada com João Alcântara; Astolfo Leão, casado com Edsonina Cunha; Célio Leão, casado com Maria Freitas e Orivaldo Leão, casado com Zilah Xavier de Almeida.

O mundo político e as lutas partidárias estiveram desde cedo no destino de Gercina Borges! Em Rio Verde era amiga de Anahyde Leão Teixeira (1905-1975), que fora a primeira moça no Estado a guiar os automóveis pioneiros no sudoeste goiano, depois casada com Celso Hermínio Teixeira.

Seus primeiros estudos foram feitos no Grupo Escolar de Rio Verde, no começo do século XX. Terminado o Ensino Ginasial, mudou-se para Franca, no Estado de São Paulo, onde fez o curso normal com brilhantismo, terminando-o em 1917, aos 17 anos de idade.

Nesse mesmo ano retornou a Rio Verde onde chegou em 14 de abril de 1917, logo conhecendo o jovem médico ali residente, Pedro Ludovico Teixeira, vilaboense ilustre, com quem iniciou o namoro. No ano seguinte, 1918, já estavam casados.

Logo após o casamento, em janeiro de 1919, o casal transfere residência para Jataí por curto período, mas logo em seguida volta para Rio Verde, onde Dr. Pedro Ludovico já vivenciava a luta política de esquerda, contra o regime caiadista, então em vigor. Ali também possuía uma bela fazenda, herança de Gercina.

A década de 1920 foi entremeada com o nascimento da maioria de seus filhos, as lutas como dona de casa e na fazenda, além dos entrechoques políticos cada vez mais radicais nos estertores da República Velha. Nesse período, nasceram seus filhos: Mauro, casado com Lourdes Estivallet Teixeira; Lívia, casada com Luiz Bahia; Pedro Ludovico Teixeira Junior, casado com Maria Salomão; Paulo Ludovico Teixeira, casado com Marcia Mello Rosa; Antonio, falecido ainda jovem, e Goiânia Borges Teixeira.

Em 1930, vitoriosa a Revolução e a Aliança Liberal assume o Estado, os Caiados apeados do poder, o casal transfere residência para a Cidade de Goiás onde dr. Pedro Ludovico foi nomeado Interventor Federal e passa a reacender a velha ideia de transferência da capital para outro local mais propício ao crescimento e aos interesses do Estado.

Gercina Borges, na qualidade de primeira dama do Estado, ainda residindo no Palácio Conde dos Arcos, inicia, na antiga capital, seu trabalho de assistência social, na colaboração com o Asilo São Vicente de Paulo, além dos pobres e marginalizados que moravam nos arrabaldes da antiga cidade, no bairro do “Chupa osso”, e dos menos assistidos da ladeira do Padre Arnaldo, nos becos mais distantes, com o auxílio de outras beneméritas senhoras como Georgina Caiado Fleury, Darcília de Amorim, Augusta Sócrates Gomes Pinto, Alice Augusta de Santana Coutinho, Indalícia Guedes de Amorim Coelho, Argentina Remígio e Genezy de Castro; assim como as entidades religiosas como o Apostolado da Oração, então dirigido por Maria Henriqueta Pèclat.

Acesa a ideia da mudança e os planos levados a afeito, a nova capital foi sendo construída a partir de 1933 nos arredores de Campininha das Flores. Novos rumos, novas ideias, novas concepções foram sendo amalgamadas no tecido social goiano. Em 1935, o casal partia da Cidade de Goiás para residir na nova urbs que foi oficializada e criada: Goiânia.

A partir de então, na amplitude da campinas, Gercina Borges deu vazão completa à sua atitude de servir. A nova cidade era um canteiro de obras e para onde afluíam centenas e centenas de aventureiros; além de muitos mendigos, na busca de trabalho e novas oportunidades. Era uma cidade sem os velhos resquícios de preconceitos familiares e de antigos troncos.

Goiânia, a “capital brotinho” era terra para todos os brasileiros ou não, que buscavam horizontes outros, na seara do destino.

Se cresciam as oportunidades, fervilhavam os problemas, mais notadamente na área da saúde e da assistência social. Nesse ponto, o trabalho de Gercina Borges se fez gigantesco e persistente.

Junto à Sociedade São Vicente de Paulo, então instalada na nova capital e presidida por Germano Roriz, Gercina Borges idealizou logo no início de 1936, há 80 anos, a fundação da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia e fez todos os esforços para que o seu sonho fosse levado adiante.

Assim, em 08 de setembro de 1936 era lançada a Pedra Fundamental do Asilo de São Vicente, embrião da Santa Casa e logo iniciado um prédio bem modesto, dadas as dificuldades financeiras e os gastos do Estado com a construção de diversos prédios públicos.

Mas, Gercina Borges não esmoreceu. Lutando com muitas dificuldades promovia festas e bingos, sorteios e quermesses, cuja renda ia pouco a pouco, tijolo a tijolo, levantando o prédio que era embrião. Em 7 de abril de 1937 chegavam as Irmãs Agostinianas que seriam as primeiras a administrarem a Santa Casa, que ainda era uma simples casa de madeira, desconfortável, na então nascente Avenida Tocantins.

Em 09 de maio de 1937 foi escriturado o terreno da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, por meio de arrecadação auxiliar feita pelo vicentino Agnello Arlíngton Fleury Curado. Também, muitos operários que trabalhavam nas obras dos prédios públicos doavam seus dias de folga para labutarem gratuitamente na obra benemérita e abençoada de Gercina.

Goiânia era uma pequena cidade irmanada pelo coração, cujo pulsar maior vinha daquela mulher decidida e atarefada, mas que sempre achava um tempo para servir. Vendo nela tanto empenho, muitos colaboravam; inclusive senhoras da alta sociedade doavam joias e dinheiro para a obra que subia pouco a pouco.

Tanto subiu que em 17 de outubro de 1937 foram instalados o Dispensário e o ambulatório da Santa Casa e em 7 de novembro desse mesmo ano, iniciado o segundo pavilhão, para júbilo de todos. Em janeiro de 1938 foi nomeado o primeiro vigário da Capela da Santa Casa que já estava quase pronta, dedicada à Virgem de Lourdes.

Logo no mês de julho de 1938 foi criado o Conselho Metropolitano da Arquidiocese de Goiânia e foi benta mais uma enfermaria da Santa Casa e colônia de alienados como se dizia na época. Outras vitórias em tempos de tantas dificuldades. Já no princípio de 1939, logo no mês de janeiro, foram criados os conselhos de verbas municipais, estaduais e federais para pleno funcionamento da entidade.

O ano de 1939 foi pródigo em realizações. Foram criados em julho o Lactário, o serviço funerário e creche, assim como a atuação das Irmãs Vicentinas e a criação, em dezembro desse ano, do Conselho Estadual de Assistência Social, assim como o primeiro natal dos doentes da Santa casa em que a maioria da população goianiense auxiliou.

Em 1940, foi iniciada a Escola de Enfermagem da Santa Casa de Misericórdia, cujo conselho de formação foi coadjuvado por dr. Simão Carneiro de Mendonça, José HonoratoFleury da Silva e Souza, Ovídio Nogueira e Guiomar de Grammond Machado. Nesse mesmo ano, o trabalho de construção final do prédio da Santa Casa foi entregue ao distinto engenheiro Eurico Vianna.

Também em 1940, o então Presidente da República, Getúlio Vargas esteve visitando Goiânia e no seu roteiro, visitou a Santa Casa de Misericórdia, com a promessa de mais verbas para o término da obra. Em dezembro desse ano foi instalada a “Casa da criança” que passou a vigorar a partir de 1º de fevereiro de 1942, prestando assistência médica e alimentar aos alunos pobres e às “meninas desamparadas”, como medida preventiva da prostituição, do Grupo Escolar Modelo, ali nas imediações, dirigido por Julieta Fleury da Silva e Souza.

Também, em 1º de abril de 1941 já se instalava o Curso de Enfermagem, cujos conselheiros eram Ayda Teixeira, Solon de Almeida e José Honorato Fleury da Silva e Souza. Em 12 de maio de 1942 foi criada a “Assistência à maternidade e infância de Goiânia”, assim como a “Escola Doméstica Nossa Senhora do Rosário” para auxílio ás pessoas necessitadas, com sede na Santa Casa.

Novas conquistas em nome do bem e do amor foram sendo realizadas como a criação do Centro de Puericultura, em 13 de abril de 1942; a assumência definitiva das Irmãs Vicentinas na Santa Casa em 11 de outubro de 1942; a criação da “Liga de defesa contra a tuberculose”, em 12 de dezembro de 1942, presidida por Genezy de Castro e Silva; além da criação da Maternidade da Santa Casa em 1943, assim como o Pronto Socorro, em 1945.

Um acontecimento auspicioso em 1942 foi a criação da Legião Brasileira de Assistência (LBA) em 31 de agosto desse ano, por meio do esforço de Darcy Vargas. Mais que depressa, Gercina Borges abraçou a causa e em 05 de setembro de 1942 era instalada a LBA em Goiás, sendo presidida pela “Mãe dos pobres”. Desdobrando-se em trabalhos e eventos como quermesses, bingos, festas, conseguiu criar abrigos nos bairros periféricos que cresciam, a chamada “Vila dos pobres” e incentivo à criação de polos da LBA pelo interior, conseguindo a adesão de 55 municípios.

Um fato auspicioso foi, também, o “Curso de Samaritana Socorrista de Guerra” em razão do conflito mundial e das necessidades de ajuda médica aos expedicionários e pracinhas.

Em 1945 assumiu a LBA a escritora Mariana Augusta Fleury Curado (Nita), que prosseguiu o trabalho de Gercina Borges no atendimento a todos os projetos e iniciativas da entidade. Trabalhou junto à criação da Vila Cristo Redentor e do “Natal dos pobres” que realizou, em dezembro de 1945, nos jardins do Palácio das Esmeraldas, com o apoio da então primeira dama Antonieta Cupertino de Barros Amorim.

Em 1946 surgiu a OVG por meio da primeira dama Ambrosina Coimbra Bueno que auxiliou nos trabalhos aos menos favorecidos e à própria Santa Casa de Misericórdia. Houve grande regozijo para a Santa Casa quando ocorreu em 1948 o Congresso Eucarístico em Goiânia, confraternizando católicos de todo o Brasil.

Em 1951 Gercina Borges reassumiu a LBA com energia renovada, continuando o profícuo trabalho, assim como a criação do Lar Nossa Senhora de Lourdes, os convênios com empresas e com a federação, assim como assistência na região da Estrada de Ferro.

Realizou, ainda, o Natal dos pobres, a ajuda aos prefeitos do interior e ás regiões mais carentes, o auxílio à Colônia Santa Marta, assim como ao Preventório Afrânio de Azevedo, a criação do Hospital Infantil, os gabinetes dentários e as ambulâncias.

Foram seus auxiliares mais diretos os abnegados vicentinos Aldemar Câmara, Edilberto da Veiga Jardim, Agnello Arlíngton Fleury Curado, Germano Roriz, José Sêneca Lobo, Simão Carneiro de Mendonça, Wilson de Carvalho, Dom Abel Ribeiro Camelo, Padre Francisco de Salles Pèclat, Eduardo Jacobson, José Fleury e Domingos Viggiano, além de outros.

Em 02 de dezembro de 1951 colocaram defronte ao prédio da Santa Casa o busto de Gercina Borges, embora muito contra a sua vontade, que preferia que esse dinheiro fosse gasto com seus doentes da vila, como ressaltam as atas.

E a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia cresceu e se consolidou como um templo de abnegado trabalho de servir e curar a dor. Tudo nasceu do ideário de Gercina Borges, no seu empenho e amor aos irmãos desvalidos.

E Gercina Borges foi envelhecendo na mais completa dignidade e abnegação. Após 1964, com o regime político revolucionário, voltou sua dedicação aos filhos e netos que surgiam, mas nunca esqueceu de seus desvalidos. Sua casa na Rua 26 era o ponto de parada dos pobres de Goiânia em busca de lenitivo.

Sobre essa passagem de sua vida escreveu o professor Jerônimo Geraldo de Queiroz: “Comovia-me vê-la no portão de sua casa a tirar banha de uma grande lata com uma concha enorme, a encher as latinhas enferrujadas da miséria, em fila humilde, e ainda experimentando e ajeitando ela mesma, as roupinhas presenteadas à infância desnuda.”

Além de seus seis filhos, criou e amparou ainda os filhos adotivos, acolhidos em seu lar como Divino, Francisco, Antonio, José Cavalcante, Moisés, Romana e Sebastiana Dias. Com os empregados possuía sempre uma palavra atenuante e um auxilio a dispensar.

Depois dos setenta anos sua saúde ficou debilitada, quando foi acometida de câncer. Fez seu tratamento com o extraordinário médico e figura humana que é o dr. Hélio Moreira. Sobre os seus últimos tempos, ele escreveu uma linda e emocionante crônica publicada nesse DM Opinião Pública numa terça-feira, 3 de abril de 2012, em que rememora, emocionado, os últimos momentos da grande dama goiana, que sofreu com a doença insidiosa sem reclamar, e os últimos minutos da mesma, em sua casa da rua 26. Uma leitura inesquecível!

E assim, entre dores, morreu Gercina Borges Teixeira!

Seu velório foi concorridíssimo! Gente rica e pobre, na despedida da “Mãe dos pobres”. Sobre esse fato escreveu José Mendonça Teles: “No seu velório, uma multidão foi vê-la. Seu caixão foi levado nos braços do povo até o Ateneu e era disputado por milhares de mãos que queriam tocá-lo num gesto emocionante e comovente.”

A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia permaneceu como prova de seu trabalho e de sua abnegação. No princípio da década de 1980 foi discutida a destruição do antigo prédio para a construção do “Hospital do Servidor Público”. Mesmo com tantas lutas contra a ideia absurda, o fato foi levado adiante.

Em 1985, o prédio foi destruído e em seu lugar ficou o que se denominou “buraco da saúde” e de onde, por incúria, foi retirada a capsula do Césio 137, gênese da maior tragédia ocorrida em Goiânia.

Se ali tivesse ficado a antiga Santa Casa de Misericórdia, talvez nada disso teria acontecido, poupando tantas vidas e tanto sofrimento a Goiânia naquele tempo.

Aquele buraco horrível também tragou o busto de Gercina Borges que foi roubado, e queriam até mesmo destruir a bela capelinha, que, por milagre, também não virou pó e esquecimento. Na sua lateral, em 1992 foi recolocado novo busto em homenagem a Gercina Borges, como lembrança à sua memória. O hospital do servidor nunca surgiu e no local se criou o Centro de Cultura e Convenções de Goiânia, um elefante branco, mas que leva o seu nome, Gercina Borges Teixeira.

A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia passou para o Setor Americano do Brasil, em amplas dependências, cumprindo nesses 80 anos o seu trabalho de curar e salvar vidas. Em novas dependências houve amplo aumento do atendimento em diferentes áreas, uma referência até os dias atuais, com o desvelo da Sociedade São Vicente de Paulo.

Os 80 anos da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia representam, sobretudo, a força e o ideal de uma ilustre mulher goiana – Gercina Borges Teixeira – que, há quarenta anos deixava esse mundo para cumprir, no céu, os desígnios maiores da misericórdia infinita do Pai Celestial.

(Bento Alves Araújo Jayme Fleury Curado, graduado em Literatura e Linguística pela UFG, pós-graduado em Literatura Comparada pela UFG, mestre em Literatura e Linguística pela UFG, mestre em Geografia pela UFG, doutor em Geografia pela UFG - [email protected])

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