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OPINIÃO

A pedagogia do medo como ferramenta de dominação

Vislumbro manifestações e abordagens diversas e maduras sobre o tópico aqui escolhido, por considerá-lo extremamente merecedor de uma reflexão cuidadosa para o aprofundamento de uma discussão positiva e adequada no seio da coletividade, em razão das mudanças conceituais estendidas que estão ocorrendo por fatores diversos, em especial da inovação no campo tecnológico e nas relações humanas, proporcionando um debate com uma grandeza de juízos e opiniões que se apresentam e se somam ao novo espaço social, gerador de ações como respostas e tomada de posições que se somam ou se chocam considerando o volume de situações contrárias ou similares que a sociedade aborda, destarte, o tempo para sua conferência maturou e o momento para sua abordagem precisa se iniciar para que a demora não cause um dano maior para o avanço social ao conjunto da população brasileira.
O país convulsiona. Infelizmente a revelação comportamental não se tem mostrado nossa aliada em campos diferenciados, perpassando caminhos que afetam o relacionamento familiar num monstruoso desajuste, o segmento religioso em tumultos e brutal violência, o segmento político e empresarial em escandalosas e imorais ações, o segmento educacional vergonhosamente adotando princípio de doutrinação política e, assim como outros atores e agentes sociais, possuídos e dominados pelo vírus da apavorante e requentada Pedagogia do Medo.
A cabal comprovação, do esforçado exercício de dominação ideológica, apresenta-se de forma reveladora na mídia televisiva onde a evolução ou desenvolvimento mais utilizado posiciona-se na “simplória” atitude de manifestar-se como ferramenta de trabalho social, mas (Deus nos livre de tanto cinismo), com uma violência absurdamente disfarçada, sendo comum figurar-se através da teoria do horror. Exemplo: a aids ou outra doença sexual foi transmitida porque a camisinha estourou e a pessoa não tomou o devido cuidado. E assim vai. Ora, um caso em cem milhões como uma verdade absoluta, sem considerar que semelhante estatística também incide com o ato sexual praticado com todos os cuidados e o uso de preservativo que se rompe, aqui, no caso ilustrado, a camisinha.
A sociedade está patinando na frieza de comportamento dos que se beneficiam dos programas sociais, mantidos pelo erário federal como se privados fossem, considerando que são ofertados ao trabalhador sem um rígido controle, dado que as denúncias de irregularidades são inúmeras e constantes, observando que os gastos são registrados e chegam tanto para àqueles com consciência que se encontram no exercício de qualquer atividade, aposentados ou até mesmo desempregados, quanto para àqueles que consciência é expressão sem qualquer significado ético, gerando, certamente, com o seu oportunismo execrável, um prejuízo para a grande maioria, consequentemente resta comprovado que o ofertante se iguala ao beneficiário pervertido em matéria de escrúpulo, objetivando manter-se no poder e locupletar-se. Um não presta o outro não vale nada.
Quem tem medo, tem medo. A rua não fala, simplesmente grita. O barulho ensurdecedor ainda ecoa. Com a moralidade de entendimento, ou a imoralidade de compreensão, que cada um guarde o seu medo no lugar que lhe convier. O ânimo dos acontecimentos busca alcançar quem tem culpa no cartório, portanto, a peneira vai ser insuficiente para tapar o sol, assim como não vai colar o refugiar de nenhuma cascavel ou jararaca em qualquer toca com feições de Ministério ou, até mesmo, querer fazer do rastro de cobra um exercício visando seguir empregando, com insolência e escárnio, a pedagogia do medo como ferramenta de dominação.

(Miron Parreira Veloso, jornalista, radialista, escrito, bel. C. Contábeis, gestor público. Livro publicado: Gestão Pública - Prática e Teoria (UEG))

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