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OPINIÃO

Criança, o maior milagre da vida

Por feliz iniciativa do então deputado federal Galdino do Valle Filho, na década de 1920, criando um dia especialmente dedicado às crianças no Brasil. Por meio do decreto nº. 4867, de 05 de novembro de 1924, o ex-Presidente da República Arthur Bernardes oficializou a comemoração em 12 de outubro, mas a data só “pegou” em 1960, quando Eber Alfred Goldberg, que era diretor da Fábrica de Brinquedos Estrela, fez uma promoção juntamente com a empresa Johnson & Johnson com o objetivo de lançar a “Semana do Bebê Robusto”, obtendo assim enorme sucesso em vendas. Tal fato motivou, logo depois, a criação da Semana da Criança.
Diante disto, muito oportunamente foi oficializada uma data para especialmente defender, resguardar, preservar a inocência, o respeito, a consideração e a austeridade da criança. Pena é que nem todas as famílias dão a real importância ao fato, deixando que este fique situado em um plano apenas teórico, literário, sem benefícios objetivos no desenvolvimento da infância. E se em nosso país existe o vergonhoso “problema da criança”, sem dúvida, ele é mais um reflexo, um resultado, um derivativo do desajustamento social em que vivemos. E normalmente vamos encontrar a origem de tal situação no ambiente familiar. São casais modestos que necessitam trabalhar fora para a garantia do sustento dos filhos e colocam esses sob os cuidados de terceiros, muitas vezes constituídos de pessoas desprovidas da enorme responsabilidade que assumem.
Analisando detidamente os mais sérios problemas relacionados com as crianças, vê-se, então, a principal razão está na constituição harmoniosa e perfeita da Família. Que seja recuperado o prazer, o gosto, o encanto na convivência entre os casais e os filhos sem aquela necessidade de procurar fora do lar as emoções diferentes e mesmo negativas. E as crianças não podem nem devem constituir-se em impedimento, em obstáculo para a vida elegante da alta roda. Ninguém precisa se isolar do ambiente em que sempre viveu, ao receber os filhos que Deus envia como benção de uma união feliz, mas promoveu uma ligeira modificação na rotina normal, tendo em vista a exigência de nossa presença no seio da família, especialmente junto da esposa-mãe. E a assistência aos filhos representa uma satisfação, uma emoção, um prazer mais elevado e mais espiritual mesmo.
Os pais precisam entender que os problemas de nossos filhos não devem ser entregues e repassados à sociedade, nem ao Estado/Governo. É preciso também entender que devemos procurar no amor conjugal, no encontro da vida em família, no sorriso inocente das criancinhas, as forças, os recursos, as energias e tudo mais para vencer as dificuldades, atravessar os obstáculos, encaminhar a solução e buscar a convivência pacífica no seio do lar. E cada pai, cada mãe e cada responsável cumprindo sua parte, seguindo sua diretriz correta, harmoniosa, responsável, sem dúvida, estará aliviando o meio social de uma parcela de responsabilidade.
É preciso compreender que até o sacrifício que os pais fazem para bem criar, educar e encaminhar os filhos para um futuro promissor, logicamente, deve representar um enorme prazer, uma grande emoção na vida do casal. A legenda “Meu lar é um paraíso” tem que prevalecer no ambiente familiar de forma bem acentuada, positiva. É muito importante realçar a convivência sadia entre todos, promover a meiguice, a ternura e o encantamento. Referida legenda é a chave que pode abrir corações, é o talismã que pode envolver os casais e filhos num recinto sagrado onde a felicidade é real e eterna. E a busca da felicidade deve ser uma constante, objetivando melhor qualidade de vida e a garantia de um futuro bem mais risonho para todos.

O arbusto
No meio rural podemos observar o carinho, a dedicação e o desvelo do lavrador para com suas plantações. Seja a lavoura ampla e desenvolvida, sejam as pequena hortas ou jardins ao redor das resistências. Toda planta recebe o cuidado especial de acordo com as exigências próprias. E guardadas as devidas proporções, podemos comparar a criancinha com a frágil e terra planta cultivada nos campos. Uma e outra são doações de Deus para alegria e edificação da humanidade. Uma e outra são oriundas de sementes divinas que germinam, crescem, evoluem e alcançam desenvolvimento próprio. E os pais recebem a incumbência de cuidar, encaminhar e educar a crianç, tal como faz o lavrador que prepara, guia e orienta o pequeno arbusto.
É preciso analisar bem que a criança poderá ser o homem forte, bondoso e feliz, assim como pode igualmente ser um ente franzino, um pária, um perverso e um sofredor. E a planta por sua vez poderá ser o carvalho gigantesco e exuberante ou ser um frágil e pequeno vegetal vergado ao peso das intempéries e do maltrato, pois a planta sem cuidado, sem assistência adequada não cresce, não evolui. E aí surge então o fator preponderante da responsabilidade nestas duas situações. Devemos, assim, meditar e refletir sobre o grande dever de educar bem nossos filhos, procurando na inspiração da virtude, na sugestão do amor, os conceitos mais felizes para o estabelecimento de uma orientação realmente positiva. Que um raciocínio sereno e lógico, faça o milagre de reajustar nossas condutas como pais, a fim de que o pequeno arbusto que se desenvolve ao nosso lado, não pereça diante de menor ameaça e não enfraqueça diante de um obstáculo.

Juramento
Os pais não podem esquecer jamais do juramento feito diante do altar de Deus e do compromisso assumido diante da majestade do amor. E o Criador abençoou uma união com a dádiva de receber logo um filho, é porque confiou em nossa capacidade e em nossos sentimentos. E precisamos corresponder à essa confiança do Mestre maior. O futuro da família brasileira, a sobrevivência da Pátria, dependem de nossas atitudes de hoje e da observação destas pequenas coisas, destes detalhes. Cumpramos, pois o nosso dever de pais e teremos a ventura de observar bem de perto o desenvolvimento de novos arbustos sustentados pela força do trabalho, da moral e do altruísmo. Tudo pois, a favor da educação honesta, orientada, sensata, respeitosa e equilibrada.

Violência doméstica
Um problema muito sério no ambiente familiar é a violência praticada em casa, no lar, entre as próprias pessoas que fazem o seu ambiente. É preciso tomar muito cuidado, tendo em vista tal tipo de agressão começa devagar e pode crescer até causar sério transtornos entre pais e filhos. É três pontos essenciais precisam ser observados e evitados: o exercício do poder e fraqueza de cada um; a forma de lidar com tal situação e, finalmente, as fases da vida. É curioso analisar que cada membro da família tem o seu poder, sua autoridade, sua fraqueza, bem como a criança recém-nascida. Por isto, a criança que nasce cria mudança no lar.
É importante entender que a violência tem várias caras: a física, a ostensiva, a pressão psicológica, as podadas e inúmeras outras manifestações podem ser formas agressivas disfarçadas. Também o silêncio e a frieza no trato são formas também de agredir os outros. É preciso, então, procurar as causas e evitar que tais comportamentos aconteçam no ambiente familiar. E nem sempre temos consciência de tais razões. A criança, por sua vez, pode levar tempo em descobrir e aceitar que os outros, inclusive os pais, Têm igualmente limites e necessidades. Diante disto, precisamos conhecer e reconhecer nossos poderes e limitações, o que facilita a prevenção dessas violências. E antes de culpar os outros, sem dúvida, é preciso buscar a compreensão e a razão de nosso jeito de reagir e de ser. Encontrar a compreensão de si mesmo e dos outros é a grande forma de exercício do amor cristão. E segundo a expressão de São Francisco de Assis que rezava e pedia para ter “mais alegria em compreender do que ser compreendido”.

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