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Eleições 2024

Impasse na candidatura do governo estadual beneficia Rogério, Vanderlan e Adriana

Diante do vácuo deixado no rastro de desistências e dificuldades de candidatos palacianos

Rogério Cruz (Republicanos) Rogério Cruz (Republicanos)

Este mês de fevereiro, definitivamente, não foi muito bom para os candidatos da base governista que concorrem à sucessão municipal em Goiânia. Jânio Darrot (MDB)foi alvo da operação que investiga suposta ocorrência de fraude em licitação e possível ato corrupção na contratação de aluguel de máquinas durante a gestão dele como prefeito em Trindade.

Na sequência, o presidente do Poder Legislativo de Goiás, o deputado estadual Bruno Peixoto (União Brasil) anunciou desistência em se manter como candidato, informando que vai trabalhar para ser eleito deputado federal nas eleições de 2026.

Ruim para uns, bom para outros. O prefeito Rogério Cruz (Republicanos), ganhou fôlego na disputa. Ele que estava sendo emparedado pelas candidaturas ligadas ao governo estadual, fica livre para articular apoios à sua reeleição. Rogério tem uma frente de serviços e de inaugurações neste ano, e retoma nesta semana o mutirão nos bairros, e por isso ganha mais visibilidade, ante as dificuldades de seus rivais governistas.

Na oposição a notícia é boa para a deputada federal Adriana Accorsi (PT) e para o senador Vanderlan Cardoso (PSD). Ambos estão empatados tecnicamente em várias pesquisas publicadas neste início de pré-campanha, e podem se beneficiar também de eventuais rachaduras no prédio governista. Há uma conversação entre ambos para formarem uma chapa única em Goiânia, somando as forças do PT e do PSD, este movimento ainda não está concluído, e pode até não vir a ser se prevalecer a divisão nas forças da situação. O fato é que, em política, não existe vácuo, e se um lado não está ocupando espaço, o outro entra e toma conta do lugar.

O deputado federal Gustavo Gayer (PL) corre como franco atirador, já que seu comportamento é imprevisível nas campanhas eleitorais, com utilização das redes sociais. Pode marchar em faixa própria como candidato à prefeitura de Goiânia ou aliar-se à base do governo Caiado, já no primeiro turno, desistindo da disputa ao Paço Municipal.

Bolsonarismo

No próximo domingo, o governador Ronaldo Caiado (UB) estará em São Paulo, para prestar solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que é alvo de investigações da Polícia Federal na Operação Tempus Veritatis, que investiga a participação do ex-mandatário na tentativa de golpe de Estado. Caiado irá dividir o palco com o deputado federal Gustavo Gayer (PL), que será um dos oradores. O registro foi feito pelo jornalista Fábio Zaninni, da Coluna Painel, da Folha de S.Paulo. Será que Caiado terá tempo de falar com Gayer sobre as eleições em Goiânia?

As definições sobre candidaturas vão correr, efetivamente, em julho/agosto, quando se realizam as convenções partidárias. Nas convenções, serão escolhidos candidatos a prefeito, vice, chapa de vereador e aprovação de coligações e alianças. Até lá, muita água vai passar por debaixo da ponte.

Darrot diz estranhar operação da Polícia Civil em Trindade

Prefeito de Trindade, cidade da região Metropolitana de Goiânia, por dois mandatos, o empresário Jânio Darrot (MDB), um dos nomes cotados para encabeçar a chapa governista na disputa pelo Paço nas eleições de outubro próximo, falou ao jornal O Popular sobre a operação da Polícia Civil, deflagrada para apurar suspeita de fraude em licitação no município vizinho quando ele era o chefe do executivo da cidade. Segundo o que foi divulgado, o suposto ilícito teria ocorrido em 2013, portanto há cerca de 11 anos. Darrot foi alvo de mandado de busca e apreensão e bloqueio de bens.

O empresário da moda se disse surpreso com a operação e negou veementemente que tenha havido qualquer tipo de fraude na licitação questionada. Darrot lembra que o pregão, hoje sob alvo da Polícia Civil, ocorreu para contratação de maquinários para a prefeitura. “Fizemos uma licitação pulverizada, com muitos lotes, tudo dentro dos trâmites legais”, explicou o ex-prefeito, sustentando, ainda, que tudo isso lhe parece casuísmo, sobretudo pelo fato dele ter seu nome colocado como possível candidato a prefeito de Goiânia.

Questionado se acredita que o grupo do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, deputado Bruno Peixoto (UB), possa ter tido influência sobre a operação desencadeada pela Polícia Civil, Jânio Darrot evitou fazer juízo de responsabilidade quanto à denúncia, mas lembrou que é muita coincidência que isso tenha surgido exatamente no momento do ano eleitoral.

“Eu não vou fazer juízo disso. Me causa estranheza, mas não posso dizer nada e não vou me preocupar com isso neste momento. Estranho que ninguém pediu documento algum para a prefeitura para apurar a denúncia de fraude em licitação. E outra coisa, eu não era chefe da Comissão de Licitação, eu não assinei o contrato, eu não era o ordenador de despesas. Então é curioso que tenha vindo pra cima de mim antes de passar por esses órgãos”, questionou.

Nome cogitado

Na entrevista, Jânio Darrot afirmou que não vai retirar seu nome da disputa, mas deixou claro que a decisão é do governador Ronaldo Caiado. O empresário diz ter plena consciência de que a candidatura não é apenas dele. Embora afirme que não tem nada a temer quanto à investigação, Darrot explica que não quer que respingue qualquer desgaste à imagem do governo.

“O governador tem de ficar à vontade para definir por qualquer nome. Isso eu falei para ele desde o ano passado, quando conversou comigo pela primeira vez. Se, de repente, não viabilizasse, que ele não ficasse constrangido de optar por outro nome. Se encontrarmos outra pessoa que possa preencher esse espaço melhor do que eu, é muito tranquilo para mim. Quero que ele fique muito à vontade para tomar a decisão.

O nome de Jânio Darrot como possível candidato da base governista surgiu em outubro do ano passado, logo após a empresária Ana Paula Rezende (MDB), filha do ex-prefeito de Goiânia e ex-governador de Goiás, Iris Rezende Machado, ter descartado encabeçar a chapa da base na eleição para prefeitura de Goiânia. O ex-prefeito de Trindade foi citado pelo governador Ronaldo Caiado (UB) e pelo vice-governador, Daniel Vilela (MDB), como o perfil que o eleitorado goianiense busca.

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