Política

Lula lança carta aos evangélicos e rechaça aborto e pastor que mente

Redação

Publicado em 20 de outubro de 2022 às 14:53 | Atualizado há 3 anos

O
ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) participou na manhã desta quarta-feira, 19, da leitura
de sua carta aos
evangélicos, em evento com lideranças religiosas, e reafirmou o
compromisso, se eleito, com a liberdade de culto no País. O texto diz que os
evangélicos são bem-vindos para participar do Executivo e fala
de medidas do petista ao segmento enquanto foi presidente, como a sanção
da Lei da Liberdade
Religiosa e a criação
do Dia da Marcha para
Jesus. “Mantenho o mesmo respeito e compromisso”, diz Lula na
carta. O ex-presidente também diz que seu eventual governo “não adotará
quaisquer atitudes que firam a liberdade de culto” e lamenta o “triste
escândalo do uso da fé para fins eleitorais”.

A
carta, assinada por Lula, foi lida diante do petista, pelo ex-ministro Gilberto
Carvalho. A leitura foi feita em evento com pastores em um hotel em São Paulo.
Participaram do encontro os deputados federais eleitos Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ)
e Marina Silva (Rede-AP), além de lideranças petistas. “Posso
lhes assegurar, portanto, que meu governo não adotará quaisquer atitudes que
firam a liberdade de culto e de pregação ou criem obstáculos ao livre
funcionamento dos templos”, afirma o documento. “É bem-vinda a participação de
evangélicos nas diversas formas de participação social no governo, como
conselhos setoriais e conferências públicas”, acrescenta.

Sem uso político

No
texto, Lula se compromete a jamais usar os símbolos da fé para fins
políticos-eleitorais, em uma crítica indireta ao presidente e candidato à
reeleição Jair Bolsonaro (PL), e ainda reitera ter a família como um
valor central na sua vida. “Lar e a orientação dos pais são fundamentais na
educação de seus filhos”, afirma o petista. “Para mim, a vida é sagrada, obra
das mãos do criador”, afirma.

Lula é
católico, assim como muitos petistas do seu entorno. A última pesquisa Datafolha mostrou
que a opção política de evangélicos e católicos foi acentuada no segundo turno.
Bolsonaro é o preferido de 65% dos evangélicos, enquanto Lula tem a aprovação
de 57% dos católicos. O petista tem buscado melhorar a avaliação que tem entre
os evangélicos.

Uma das
principais responsáveis por convencer a equipe de Lula a divulgar a carta de
compromisso aos evangélicos, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse que, com
o ato de hoje e a divulgação da carta, Lula reafirma o compromisso com os
evangélicos e combate às fake news. “É um
momento de reflexão e de avaliação porque estamos tratando de um povo que tem
diferenças (…) e que hoje, nas mais variadas avaliações,
estão entre 70 e 80 milhões de brasileiros”, avaliou. “Qualquer família tem um
evangélico”, disse a senadora.

Desinformação

Após a leitura da carta, Lula fez discurso
no qual voltou a contestar a informação de que ele, se eleito, obrigaria
crianças a usar banheiros comuns para meninos e meninas. “Gente, eu tenho
família, tenho filha, netas, bisnetas, só pode ter saído da cabeça de satanás a
história de banheiro unissex”, disse.

Lula lembrou que o PT já
divulgou outras mensagens aos evangélicos em processos eleitorais. “Toda
eleição há uma quantidade de mentiras neste país que precisamos fazer carta,
ora para a Igreja Católica, ora para a igreja evangélica, ora para outros
setores da sociedade”, disse o ex-presidente, que disse ter publicado a carta
“por respeito” aos religiosos.

Ele também criticou a
quantidade de mentiras nas eleições direcionadas a ele. “Eles têm uma fábrica
monstruosa de produzir mentira e a gente não pode ganhar uma eleição produzindo
mentira”, disse Lula. A campanha petista já teve de desmentir que Lula pretende
fechar igrejas e que ele tem um pacto com o diabo. Lula chamou Bolsonaro de
“psicopata e mentiroso compulsivo”.

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