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POLÍTICA

O mistério visto à luz da ciência quântica

Maurício Tovar,Especial para o Diário da Manhã

Um novo paradigma científico calcado na Física Quântica redimensiona o conceito de espiritualidade ao estabelecer que a consciência – e não a matéria – é que é o substrato para todas as coisas que existem.

Não há dúvida de que o desenvolvimento científico e tecnológico é uma importante conquista na marcha do progresso humano, entretanto, é fácil constatar que o mundo contemporâneo, infelizmente, se mostra incapaz de resolver um grande número de conflitos que emergiram e continuam emergindo no cenário da realidade humana. Desigualdade social, terrorismo, impactos ambientais, egoesclerose individual, para citar alguns dos nossos problemas. Onde se encontra a raiz de todos eles? Certamente na aceitação condicionada e irrefletida de que há uma oposição entre espírito e matéria.

No revolucionário livro O Ativista Quântico, o autor Amit Goswami, referência mundial em estudos que procuram conciliar ciência com espiritualidade, propõe que somos capazes de mudar o mundo e a nós mesmos partindo de outros fundamentos que não o materialismo: a Física Quântica, o desenvolvimento genuinamente espiritual e o nosso poder criativo. PhD em Física Quântica pela Universidade de Calcutá, na Índia, pesquisador e professor emérito do Departamento de Física da Universidade do Oregon, EUA, ele explica os princípios da mecânica quântica de forma clara e acessível, sem perder os rigores da ciência. Para Goswami, a Física Quântica, a espiritualidade e a criatividade são os elementos essenciais para uma profunda transformação individual e social. No presente trabalho, ele deixa claro que a ciência convencional e materialista por um lado e a religião apenas caricatural no polo oposto não são capazes de apontar os caminhos para a resolução das crises sociais que se agravam, da questão da preservação ambiental e do esvaziamento das relações humanas e desintegração dos valores.

Goswami afirma que a criatividade do ser humano é uma prova viva de que o significado e seus contextos arquetípicos são “coisas reais”, embora não sejam materiais, a matéria não pode processá-los. Então, onde eles ficam? A mente é o domínio do significado, e o domínio dos arquétipos é o supramental. Ele acrescenta que os sentimentos pertencem ao domínio do corpo vital da consciência. O corpo vital, a mente e o supramental constituem nosso corpo sutil, em contraste com nosso corpo material e denso. Quando o corpo material morre, as propensões dos corpos sutis, mental e vital sobrevivem e reencarnam noutro corpo físico. Como se pode ver, as ideias da sobrevivência após a morte e da reencarnação não são um absurdo popular ou religioso como se imaginava. E tem mais. Dispomos agora de muitas evidências empíricas acumuladas a favor da sobrevivência após a morte e da reencarnação, e, além disso, há uma boa e detalhada teoria que explica todos esses dados. As evidências empíricas da sobrevivência à morte consistem de vastos dados sobre experiências de quase morte. As evidências empíricas da reencarnação são constituídas de informações sobre alguns gênios que nascem em famílias sem talentos e mostram sinais de criatividade desde uma tenra idade. É claro que esses gênios desafiam quaisquer explicações em termos de condicionamento genético ou ambiental. O matemático indiano Ramanujan e o virtuose musical austríaco Wolfgang Amadeus Mozart são dois exemplos notáveis. O fato é que Ramanujan nasceu numa família sem qualquer expressão matemática; contudo, desde menino, ele conseguia realizar somas de séries matemáticas infinitas sem qualquer dificuldade. E, embora a família de Mozart tivesse músicos, isso não explica como um Wolfgang de seis anos conseguia compor peças originais. Esse tipo de fato deve ser considerado como evidência de que esses gênios nasceram com uma criatividade inata que lhes foi transmitida de encarnações anteriores.

Por conta do seu interesse no estudo científico sobre o fenômeno da mediunidade e por estar a par do trabalho do médium brasileiro de Abadiânia conhecido como “João de Deus”, Goswami aceitou honrosamente a incumbência de fazer o prefácio do livro João de Deus, de Heather Cumming e Karen Leffler - editora Pensamento.

VEJA NA ÍNTEGRA A TRANSCRIÇÃO DO PREFÁCIO

“João de Deus é mais do que uma pessoa, é um fenômeno científico de suma importância. Por isso eu gostaria de complementar, com uma explicação científica, a exposição bela e afetuosa das autoras sobre o fenômeno João de Deus.

Em nossa busca por significado, há ocasião em que as buscas de dois indivíduos convergem e eles passam a ter uma correlação.

A Física Quântica, quando interpretada apropriadamente dentro da primazia da consciência, torna possível explicar essa correlação como um aspecto da não localidade quântica. A não localidade quântica envolve a comunicação não sinalizada que ocorre por meio da interconectividade chamada consciência, a qual nos conecta fora do espaço e do tempo; nenhum sinal, portanto, é necessário para tal comunicação. Podemos chamar de "psíquicas" as pessoas com capacidade para a comunicação não local, mas – alto lá! Todos nós temos essa capacidade em potencial. O fenômeno por trás de João de Deus é especial porque corresponde a uma entrega extraordinária a essa capacidade. No caso de João de Deus, um dos comunicadores, João de Deus (ou seja, o Médium João) está encarnado – tem um corpo físico –, mas o outro é desencarnado, não tem corpo físico.

Portanto, a explicação científica do fenômeno João de Deus envolve perguntas como “É possível que existam entidades desencarnadas?”, “Uma pessoa viva pode se comunicar com uma entidade desencarnada?”, “Como se determina a prova científica?”

Bem, caro leitor, agora se prepare. Todas essas perguntas podem ser consideradas e respondidas cientificamente. Neste livro, você lerá sobre um fenômeno cientificamente crível, embora controverso. Você também lerá sobre a cura por meio do amor incondicional, o que também terá uma explicação científica.

Se conversarmos com cientistas do velho paradigma – defensores confessos da filosofia do materialismo científico, que consideram todos os fenômenos como manifestações da matéria –, nós os ouviremos dizer que falar de uma entidade desencarnada é algo que cheira a dualismo. Eles perguntariam, presunçosos, “Qualquer interação requer troca de energia, e a energia do mundo físico nunca se perde. Como entidades desencarnadas, presumivelmente extrafísicas, interagem com uma entidade física como um médium?”

Existe uma resposta para o dualismo? Na Física Quântica, todos os objetos são possibilidades quânticas. É a nossa experiência dos objetos materiais que dá a eles qualidades materiais que percebemos com os nossos sentidos. Isso nos leva a presumir que outras possibilidades podem ser vivenciadas de modo diferente: não por meio dos sentidos.

A consciência é a base de todo ser – eis a metafísica com troca de paradigma que a Física Quântica requer de nós (do contrário nos veremos às voltas com os paradoxos insolúveis da lógica). Nessa base, coexistem com possibilidades materiais outras possibilidades quânticas, dentre as quais a consciência escolhe para criar experiências que não sejam sensoriais. Todos nós já passamos pela experiência de sentir energias vitais, se pensarmos em significado mental e em arquétipos/valores intuídos, como o amor, a beleza, a verdade e a justiça. Não existe dualismo na consciência interagindo com os mundos físico, mental, vital e arquetípico, pois esses mundos são possibilidades da própria consciência que ela escolhe para fazer com que experiências se manifestem. As nossas energias vitais, significados mentais e arquétipos intuitivos são extrafísicos, não há dúvida, mas a sua interação com o físico é mediada pela consciência. Portanto, mais uma vez, não há nenhum dualismo nesse caso.

Nesse sentido, possuímos não só um corpo físico como também uma psique sutil, constituída de componentes vitais, mentais e arquetípicos, todos eles incorporados à consciência. Podemos sobreviver à morte do corpo físico? Sim, os corpos sutis sobrevivem junto com a sua base, a própria consciência. Sim, a existência desencarnada é possível!

Investigações teóricas detalhadas têm muito a revelar:

  1. Embora os mundos vital e mental não tenham estruturas como as do mundo físico, à medida que vivemos, as nossas experiências de viela produzem uma modificação funcional nas possibilidades vitais e mentais que usamos com mais frequência, dando-nos corpos vitais e mentais funcionais que se correlacionam com o físico. Portanto, não só existe vida após a morte do físico como existe individualidade naquilo que sobrevive. Ao contrário da memória física, que morre com o corpo físico, existem recordações quânticas sutis nos nossos corpos vital e mental. Essas recordações sobrevivem e podem ser até mesmo relembradas nas encarnações futuras. Quando isso acontece, temos a reencarnação. Eu chamo a entidade que sobrevive e reencarna de mônada do livro João de Deus, de Heather Cumming.
  2. O que sobrevive, portanto, não é a parte histórica do nosso ego, mas o que chamamos de caráter, as nossas tendências e hábitos.
  3. Contudo, a escolha consciente feita a partir da possibilidade de criar eventos reais da experiência requer o corpo físico. Portanto, a vida fora da carne que se vive depois da morte é desprovida de experiências progressivas. Os materialistas podem relaxar; isso não é como um filme de Hollywood!
  4. Mas se existe um corpo físico disponível, o que acontece? Digamos que uma pessoa encarnada, um médium, por concordância não local anterior, relacionada ao processamento de significado, permita que uma mônada quântica desencarnada use periodicamente o seu corpo físico para produzir experiência! E assim que ocorre a comunicação mediúnica, ou canalização (chamada de in-corporação neste livro).
  5. Se esse modelo estiver correto, então durante a canalização tanto o caráter mental quanto vital do canalizador seriam substituídos por um caráter vital e mental diferente. O caráter mental diferente seria mais bem indicado por um conjunto de competências ou habilidades diferentes. O caráter vital diferente seria indicado não só por um conjunto de habilidades vitais diferentes, mas também pela capacidade de funcionar dentro de uma nova série de muitos parâmetros fisiológicos.


O médium João canaliza a memória quântica de outra pessoa que viveu antes dele e já morreu. Na verdade, enquanto João de Deus canaliza, ele transforma abruptamente o seu caráter e passa a irradiar amor incondicional que promove a cura daqueles que precisam dela.

Qual é a prova de que o médium João – o caráter de João de Deus – realmente mude assim tão drasticamente a ponto de representar um desafio para a ciência? Heather Cumming e Karen Leffler fizeram bem em documentar e relatar, muitas vezes com fotografias, na tentativa de provar além de qualquer dúvida que o médium João adquire extraordinárias capacidades quando incorpora ou canaliza uma entidade desencarnada.

O médium João nunca estudou para ser médico, muito menos cirurgião. No entanto, quando canaliza uma entidade sutil, ele consegue realizar com êxito cirurgias em pacientes com as mais diversas enfermidades.

O jeito, a postura e a maneira de falar do médium João mudam quando ele incorpora. Ele irradia um amor que as outras pessoas podem sentir.

Talvez a prova mais impressionante relatada neste livro tenha ocorrido quando João de Deus sofreu um derrame que paralisou o lado esquerdo do seu corpo. Durante o período em que ficou parcialmente paralisado, João de Deus se comportou normalmente sempre que canalizou uma entidade; ele não tinha paralisia. E o que é mais estranho ainda: o médium João foi capaz de canalizar uma entidade e operar ele próprio. Ele se recuperou dessa paralisia e se mantém saudável até hoje. Além de tudo isso, o médium João normalmente tem vertigens e quase desfalece ao ver sangue, mas isso não aconteceu quando, incorporado, ele realizou uma cirurgia em si mesmo, nem em outras ocasiões em que canalizou e realizou cirurgias.

As autoras relataram que existe agora um elaborado protocolo de cura desenvolvido em torno do médium João, o qual permite que qualquer pessoa o procure e seja curada. O protocolo em que outros médiuns ajudam João de Deus lembra tipicamente a oração e a cura pela energia (vital), excetuando o fato de que a mediunidade e a canalização estão em questão. Hoje, existe uma grande compreensão de que a oração de cura é uma cura quântica – autocura por meio de saltos quânticos do nosso ego separado e sofredor para os estados holísticos da nossa consciência. Um salto quântico é uma transição descontinua. Na verdade, existem muitos exemplos de que a cura é instantânea e que, portanto, sustentam essa visão.

Na verdade, embora a cura quântica exija um salto quântico, é muitas vezes imperativo que o paciente passe por um processo criativo demorado, constituído de quatro estágios: preparação ou "trabalho", relaxamento ou "rendição ao ser", salto quântico repentino de insight e manifestação. Na cura que se dá na Casa de João de Deus, muitas vezes os pacientes têm de passar por um processo de preparação e entrega, antes que se dê o salto quântico de cura.

A mensagem principal deste prefácio é que João de Deus é um fenômeno totalmente crível do ponto de vista da nova “ciência-dentro-da-consciência”. Mas eu não quero deixar o leitor com a impressão de que este livro sobre João de Deus só é importante do ponto de vista da ciência. A verdade é que ele inspirará muitas pessoas a conhecer a energia de amor e o poder de cura que estão ao alcance de todos nós. Eu mesmo pesquisei sobre esse assunto, tanto intelectual quanto empiricamente, e afirmo que as entidades que se comunicam por intermédio de João de Deus estão ao alcance de todos. Entidades como essas costumam ser chamadas de guias espirituais. O poder criativo da cura quântica também está ao alcance de cada um de nós, se estivermos dispostos a empreender o processo criativo.

Por fim, quero dizer que, embora eu não conheça João de Deus pessoalmente, as autoras fizeram uma exposição tão carinhosa e cheia de encantamento sobre ele que, depois de ler este livro, senti como se já conhecesse o médium João. Sinto o amor incondicional das entidades que se comunicam por intermédio dele.

Se você ler este livro, acredito que sentirá a mesma inspiração.

O que mais posso dizer? Aqui neste livro está uma manifestação das energias de amor que acontecem localmente no Brasil, e Heather e Karen possibilitaram que essas energias sejam compartilhadas de todo e qualquer lugar!

Por isso eu sou grato e espero que você também venha a ser.”

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