Opinião

Bons tempos na capital na MPB

Redação DM

Publicado em 28 de setembro de 2021 às 13:54 | Atualizado há 4 anos

Noites goianienses oxigenadas pela boa música popular brasileira… Além de Chico, Milton, Caetano, Gil, Gal, Bethânia e tantos outros grandes nomes, na interpretação de talentosos cantores goianos, ouvia-se nos bares de Goiânia, conhecida nacionalmente na época como Capital da MPB ao vivo nos bares, músicas de qualidade feitas em Goiás.

Em plena efervescência cultural, de música e poesia, tínhamos em média, nas décadas de 1970, 80 e 90, mais de 40 bares tocando, simultaneamente, o melhor da MPB goiana e nacional. O público, formado por pessoas da capital, do interior e de até outros Estados, lotava as casas noturnas.

Dentre as atrações principais: Fernando Perillo, Gustavo Veiga, William José, Paulinho de Assis, Itamar Correia, Julinho Spicacci, Bazú Pinheiro, Anete Teixeira, Cesinha Canedo, Pádua, Nilton Rabello, Gilberto Correia, Walter Carvalho, Valter Mustafé, Fafá, Maria Eugênia, Marcos Antônio, João Marcelo, Tonzera, Luiz Augusto e Amaury Garcia, Wanda e Adalto, Genésio e Juraíldes, Heloise Baylão, Laércio Correntina, Xexéu e muitos outros artistas. 

O forte movimento da MPB em Goiânia, que deve ser reconhecido como patrimônio imaterial, teve ainda as participações de Ivan Lins, Xangai, Paulinho Pedra Azul, Almir Sater, Geraldo Azevedo, Celso Adolfo, Cesar Costa Filho, Léo Jaime e outros cantores de renome nacional.

A sua semeadura veio dos festivais, como, o Festival Universitário da UFG, o Gremi, de Inhumas e o ComunicaSom – organizado pelos jornalistas Arthur Rezende e Mazinho -, ocorridos entre meados dos anos 60 e o início dos anos 80. Desde a sua primeira edição em 1971, com a vitória da música Ave América do Sul, por Maurinho (Mauro Pereira) e o grupo Lógico; passando por Pega, Roda Gigante, Araguaia – vencedora em 1976, por Marcelo Barra e Rinaldo Barra, considerado o “hino de Goiás” -, o ComunicaSom impulsionou as carreiras de muitos artistas.

A do próprio Marcelo Barra, de João Caetano – autor de várias trilhas sonoras de novelas -, Lucas Faria, Genésio e Juraíldes, Chico Aafa, Valter Mustafé, Tonzera e outros notáveis artistas goianos. Os festivais e os bares revelaram compositores extraordinários, como, Carlos Brandão, Nasr Chaul e Otávio Daher.

Esplêndidos instrumentistas foram revelados, como: Moka Nascimento, Hulck Pontes, Marquinhos Xará, Emídio Queiroz, TomChris, Sérgio Pato, José Eduardo, Charles D´Artagnan, Horton Macedo, Fausto Noleto e tantos outros. Alguns deles, como, Bororó e Ricardo Leão – atual produtor musical da Rede Globo -, integraram bandas de grandes artistas nacionais e o percussionista Alex Calatayud integra uma banda da Califórnia, Estados Unidos.

Esse movimento de MPB ao vivo nos bares teve a cobertura jornalística do repórter, Tião Pinheiro e o apoio do então diretor das Rádios Araguaia e Executiva, Jonas Peninha, que produziu shows com alguns cantores goianos no Zero Bar. Quando Goiânia voltará a ser intitulada “Capital da MPB ao vivo nos bares”?

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias