Opinião

Deformações e danações da internet e das redes sociais

Redação DM

Publicado em 19 de agosto de 2021 às 17:37 | Atualizado há 4 anos

O mundo das comunicações atingiu um grau tão espantoso de desenvolvimento que parece inalterável em termos de mais avanços. E nem precisa. Talvez o que falta é tornar os meios de contato de custo zero para as pessoas. E isto é bem possível que ocorra em poucos anos. Pode ser que para as pessoas, as pessoas físicas, dentro em breve, todo acesso à telefonia fixa e móvel, internet e redes sociais saiam como amostra grátis. Como é por exemplo os canais de televisão aberta e o rádio. Basta ter o aparelho de contato e se tem acesso a todas as emissoras, chamadas abertas. Uma bela conquista.

Pagariam pelo serviço as pessoas jurídicas, as empresas e comércio que queiram mostrar e vender os seus produtos e serviços. Como ocorrem com os serviços de radiofonia e televisão. Nas atuais décadas de internet no Brasil, das tão ubíquas e populares redes sociais, uma pergunta inquietante faz sentindo. Em que mudou a vida da humanidade, esses tão instantâneos, simultâneos e eficientes meios de comunicação?

Dessa emblemática interrogação muitas outras podem ser derivadas. A celeridade da comunicação melhorou a vida das pessoas? sim. A segurança das informações se faz presente? Não. A qualidade das informações está preservada? Não. A internet contribui na formação e aprendizado das crianças no âmbito escolar? Ora sim, ora não. E talvez tão somente no ambiente escolar; com supervisão de professores e monitores pedagógicos. O mesmo comentário e princípios se aplicam no ambiente doméstico, se tiver a vigilância e monitoração dos pais e dos cuidadores dessas curiosas e inquietas criaturas em formação e fase de aprendizado. A Internet veio para o bem e para o mal, depende de quem e como se usa.

Que toda unanimidade seja burra, consoante afirmação de Nelson Rodrigues. Se não é de consenso o que se tem de certo é que opiniões, pareceres, ensaios e mesmo aprofundados estudos, escritos e dados têm demonstrado que a internet excede e sobreleva em quantidade, mas carece, está, à mingua, em qualidade.

Atingimos um estágio em que o indivíduo é bombardeado o dia todo com notas, comunicados, notícias, escândalos, fofocas, denúncias, xingamentos, expressões de ódio, de intolerância, de arrogância, de narcisismo, de tráficos ilícitos diversos, de assédios, de bullying etc. E nesse emaranhado de registros, muitos de autoria desconhecida, não se tem nada, absolutamente nada, de formação, de cultura útil, de conteúdo positivo na construção dos valores éticos, sociais e profissionais do indivíduo. Na imensa maioria dessas trocas de insultos e de informações. Grifo o termo, temos zilhões de informação, mas nésimos de formação em termos de cultura, valores e ética.

Curiosamente, ainda em consideração temos as mensagens que cada usuário de telefone celular ou smartphone recebe. São as SMS ou os whatsApps que chegam incessantemente aos cidadãos. Torpedos de todos sabido, originariamente designava um artefato explosivo para afundar navios e submarinos. Um termo que embora não cognato, mas lembra torpe, vil, abjeto, desprezível, repugnante. Aqueles que todos recebemos em nossas telas de celulares e smartphones são tão intrusivos que de fato nos trazem repugnância e irritabilidade como moscas teimosas.

A voz mais acreditável que fez acerbas críticas à internet e redes sociais foi a de Umberto Eco (1932-2016) que afirmou: “Dentre os meios de comunicação elas (Internet e redes sociais) vieram dar voz e vez a uma legião de imbecis que falam o que quer”.

Então, Pais e professores, acordem, orientem seus filhos e alunos. O mundo melhor que quero deixar para nossos filhos depende se as famílias torná-los melhores do que o mundo atual.

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias