Política

Ministério Público do Trabalho emite nota de repúdio à declaração de Bolsonaro

Redação DM

Publicado em 27 de agosto de 2018 às 13:48 | Atualizado há 7 anos

Após críticas de Jair Bolsonaro (PSL), Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) divulgaram neste domingo (26/08) uma nota de repúdio à declaração. Ao conversar com um piscicultor, que reclamava sobre as dificuldades enfrentadas para exercer a função, em Cantaduva (SP), o candidato à presidência disse: “Um país que tem um Ministério Público do Trabalho atrapalhando não tem como ir para frente”.

Segundo o G1, o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, e o vice-presidente da ANPT, Helder Santos Amorim, afirmaram que o órgão não tem atribuição alguma no que diz respeito às reclamações do pesicultor.

Ainda segundo a nota, a declaração de Bolsonaro é “inadmissível” e revela “desprezo institucional e preconceito contra os direitos sociais dos trabalhadores.

Sábado Bolsonaro visitou, em ato de campanha, o Hospital do Câncer de Barretos. O MPT destacou que a unidade de saúde foi beneficiada a pouco tempo com investimento de R$ 70 milhões, oriundos de ação trabalhista do MPT contra a Shell.

O dinheiro foi destinado ao hospital depois de um acordo judicial que a empresa fez para reparar trabalhadores que foram expostos a produtos cancerígenos em uma fábrica de agrotóxicos de São Paulo. Um Centro de Pesquisa Molecular em Prevenção ao Câncer foi construído.

Além disso, o acordo garante que os 1.058 trabalhadores vitimados pela exposição receberão atendimento vitalício.

“O Ministério Público do Trabalho e seus mais de 700 membros em todo o Brasil, ao tempo em que repudiam a manifestação de desprezo institucional e preconceito contra os direitos sociais dos trabalhadores, expressada pelo candidato Jair Bolsonaro, exortam os candidatos à presidência da República ao debate elevado sobre medidas de promoção do pleno emprego e do trabalho decente, com vistas à construção de uma sociedade livre, justa e solidária que, garantindo o desenvolvimento nacional, erradique a pobreza e a marginalização e reduza as desigualdades, para que seja promovido o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, em sintonia com os ideias da Constituição de 1988”, completa a nota.

 

 

 

(FOTO:DIVULGAÇÃO)


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