Cotidiano

Luta por medicamentos de alto custo

Diário da Manhã

Publicado em 14 de junho de 2018 às 01:36 | Atualizado há 7 anos

Os medicamentos de alto custo possuem uma atenção especial. O pa­ciente consegue ter acesso a esse medicamento de acordo com sua doença diagnosticada e que requer um tratamento caro com medicamentos que possuem va­lor alto nos laboratórios, distri­buidoras e farmácias. Conseguir o medicamento é uma grande luta do cidadão, pois além do diagnóstico, deve reunir docu­mentos que comprovem a doen­ça, atestados médicos, compro­vantes de internações, guias médicas e tantas outras papela­das que cada estado exige.

Em Goiás, a Central de Medi­camentos de Alto Custo Juarez Barbosa (Cemac Juarez Barbosa) é o centro de referência estadual na dispensação de medicamen­tos constantes no Componente Especializado da Assistência Far­macêutica (Ceaf), de uso ambu­latorial. No entanto, os pacientes que necessitam de medicamento de alto custo reclamam que en­frentam dificuldades conseguir na rede pública, seja para o tra­tamento de diversas doenças. Al­guns relatam que mesmo com o processo judicial ao seu favor, fi­cam sem o medicamento.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a central tra­balha com 84 doenças e é dispo­nibilizado para a população 188 medicamentos. Quando um me­dicamento não faz parte do pro­grama executado pela Cemac, o paciente é orientado a procurar a Secretaria de Saúde para ver ou­tras possibilidades de se adqui­rir o medicamento.

CASOS

A dona de casa Maronita Ro­drigues, portadora da doença Lúpus, precisou do medicamen­to Imunoglobulina, um vidro custa em média 2.000 R$, para concluir o tratamento ela preci­sou adquirir 10 vidros, o que da­ria mais de 10 mil reais. Ela pro­curou a central e não teve êxito, pois havia uma fila de espera pelo medicamento, no entanto, o caso da paciente não podia es­perar o prazo estipulado.

Foi necessário recorrer à justi­ça para conseguir o medicamen­to, após a abrir o processo no Mi­nistério Público Estadual de Goiás (MP-GO), em duas semanas o medicamento foi liberado. “Foi uma burocracia para conseguir o medicamento, já estava doente e estava ficando mais doente ain­da por conta da angústia se eu ia conseguir o medicamento, minha vida estava em risco”, relata.

É o caso da professora Julia­na Lopes, reclama das dificulda­des para adquirir o medicamen­to necessário para o tratamento da filha que tem um problema grave de respiração controlada. Em 2009, entrou na Justiça e só assim, conseguiu o medicamen­to Xolair que custa em torno de 2 mil reais. “No início foi bem di­fícil, burocrático, mas graças a Deus o medicamento foi libera­do, sempre tem, o difícil é conse­guir entrar na central para pegar o remédio”, explica.

Quanto a falta de medicação, a central relata que a única vin­culação à liberação dos medi­camentos do Ceaf é que a do­cumentação solicitada no ato da solicitação do remédio,de­vem estar preenchidos de acordo com os Protocolos do Ministério da Saúde. A secretaria relata ain­da que desde 2012, conseguem manter a unidade abastecida e o registro de falta de medicamen­tos ocorrem,normalmente, de­vido a problemas como impre­vistos nas transportadoras, falta de matéria-prima para a fabri­cação do produto, problemas com a documentação da empre­sa, avaria do produto durante o transporte, entre outros.

Dentre os medicamentos mais procurados são aqueles pacien­tes portadores da esquizofre­nia, insuficiência renal crônica, doenças pulmonares, doenças de Alzheimer, transtorno esqui­zoafetivo ou bipolar e glaucoma.

Dos medicamentos dispen­sados na Unidade, o mais bara­to (caixa com 60) e o mais caro (seringa preenchida): Topira­mato 25mg: R$6,00 e Ustequinu­mabe 45mg: R$ 9.419,72.

 

 

Foi uma burocracia para conseguir o medicamento, já estava doente e estava ficando mais doente ainda por conta da angústia se eu ia conseguir o medicamento. Minha vida estava em risco”

Maronita Rodrigues, dona de casa

 

 

PROCESSO PARA SOLICITAR MEDICAMENTO

  • Para abrir processo na Cemac Juarez Barbosa, o usuário deve trazer, primeiramente, receita ou relatório do médico, contendo duas informações: princípio ativo do medicamento e o código ou o nome da patologia. Assim, ele receberá os formulários que deverão ser preenchidos pelo médico assistente;
  • Ao abrir ou renovar o processo, o paciente já recebe um protocolo com a data provável de pegar o medicamento;
  • A solicitação será avaliada e, caso esteja de acordo com os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde, em 05 (cinco) dias úteis, o paciente começa a receber o(s) medicamento(s) solicitado(s).
  • A cada (03) três meses, o paciente tem que ir ao médico para o preenchimento de outro Laudo de Solicitação de Medicamento (LME), receita médica atualizada e, dependendo da patologia, exames para monitorização, para renovar seu processo;
  • O paciente pode autorizar até 03 (três) pessoas para pegarem seu medicamento (temos formulário próprio);
  • Parentes diretos (pai, mãe, esposo(a), filhos ou irmãos maiores de 18 anos) podem retirar o medicamento para o paciente, bastando trazer 02 (duas) cópias de um documento de identificação com foto e comprovante de endereço. No caso de esposo(a), além das cópias da identidade e do comprovante de endereço, trazer também 02 (duas) cópias da certidão de casamento. No caso de pai ou mãe, não precisa de cópias, basta o documento de identificação original.
  • Horário Geral de funcionamento da Unidade: 7h às 17h.
  • Nos setores de dispensação de medicamentos: 7h às 12h30min e das 13h às 17h.
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