Tropas federais vão atuar no desbloqueio das rodovias
Diário da Manhã
Publicado em 26 de maio de 2018 às 01:23 | Atualizado há 7 anos
Postos de gasolina sem combustível. Supermercados com dificuldades no abastecimento. Aeroportos cancelando voos. Escolas e outros estabelecimentos fechados devido ao desabastecimento. Estas são só algumas situações vividas pela população brasileira após a greve dos caminhoneiros iniciada na última segunda-feira que está paralisando um País totalmente dependente da malha rodoviária precária. Nesta sexta-feira, alegando garantir o abastecimento, o presidente Michel Temer anunciou decreto autorizando as tropas federais a intervir nos bloqueios das rodovias.
Durante o dia de ontem, o Coronel Joaquim Silva e Luana, Ministro da Defesa, afirmou em entrevista coletiva que o Exército e as tropas federais,se preciso for, vão agir rápido em uma ação enérgica e integrada para liberar as estradas bloqueadas pelos caminhoneiros em greve. O acordo assinado entre o governo federal e 8 entidades representativas dos caminhoneiros (3 não assinaram) na última quinta-feira não agradou os caminhoneiros que continuam mobilizados. A alegação é que o acordo não satisfaz a categoria principalmente em relação a questão do preço do frete e ao alto custo do combustível.
Ontem, a Abicam, Associação Brasileira dos Caminhoneiros, que representa cerca de 700 mil trabalhadores, uma das entidades que não assinaram o acordo com o governo federal, preocupada com a possibilidade de confronto entre as forças federais e os trabalhadores, emitiu nota pedindo a desobstrução das rodovias mas continuar com o movimento grevista. Mas a maioria dos caminhoneiros agem de forma isolada das entidades se mobilizando através de grupos no WhatsApp.
Em Goiás, a FAT–Federação Autônoma dos Trabalhadores, divulgou um documento em apoio a greve dos caminhoneiros e aos bloqueios das rodovias que já atinge 25 Estados. No documento a entidade afirma que os caminhoneiros devem continuar o movimento enquanto o governo não rever a questão do preço do frete e do alto valor do diesel lembrando que os caminhoneiros trabalham de forma precária, correm vários riscos nas rodovias e a maioria trabalha exaustivamente muitas horas por dia.
DESBLOQUEIO
No final da tarde, O Ministro Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, acompanhado de outros ministros, fez um balanço da situação atual após a assinatura do acordo. Afirmou que “uma minoria barulhenta ainda está bloqueando várias rodovias no país”. Segundo o ministro, muitos pontos já foram desbloqueados. Diz ainda que o decreto do presidente Temer autorizando a utilização das tropas federais tem o objetivo de garantir abastecimento dos aeroportos, postos de gasolina, hospitais, supermercados e outros estabelecimentos importantes para a população brasileira. Durante a coletiva foi anunciada que a refinaria Duque de Caxias no Rio de Janeiro foi desbloqueada. O Ministro da Segurança Pública, Raul Jungman, apresentou balanço da Polícia Rodoviária Federal apontando que das 933 obstruções de rodovias, 419 já foram liberadas e 519 continuam bloqueadas, destas,algumas interdições parciais.
INVESTIGAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS
Durante a coletiva, Ministro da Segurança Pública, Raul Jungman anunciou que a Polícia Federal já abriu investigação contra patrões e empresas que estão querendo se aproveitar do movimento grevista dos caminhoneiros para se beneficiarem. De acordo com o ministro 20 empresários do setor de transporte foram identificados, serão ouvidos nos próximos dias e podem responder processo criminal por atentado contra a segurança nacional, paralisação de trabalho de interesse coletivo, atentado contra liberdade de trabalho, exploração dos caminhoneiros, associação criminosa e Incitação ao crime.