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Grupo de teatro Novos Candangos encena adaptação de PSICOSE dentro do Hostel7

Redação

Publicado em 19 de maio de 2018 às 23:05 | Atualizado há 7 anos

Homens que vivenciam re­lações problemáticas com suas mães inspiraram a pesquisa do grupo de teatro No­vos Candangos (DF) para a mon­tagem de Os Beatniks em Psico­se, espetáculo que será encenado nas dependências do Hostel 7, em Goiânia (23 a 27/5) e em Pirenó­polis (30/5 a 3/6). Com direção de Diego de Leon, este trabalho pro­põe livre adaptação da obra literá­ria de Robert Block, imortalizada por Alfred Hitchcock no Cinema, e agora difundida na série do Net­flix, Bates Motel.

Esta versão de Psicose traz ele­mentos que, no século 21, fazem alu­são direta ou indireta ao clássico es­crito em 1959. “Apesar da exaltação ao trabalho de Hitchcock em cena, é a obra de Robert Block a matriz que nos permite conectar, por exemplo, Édipo ao Kiko, filho da Dona Florin­da no seriado Chaves, passando por Norman Bates, personagem de Psi­cose”, comenta Diego de Leon.

Dentre outras conexões que compõem esta colagem dramatúr­gica, o diretor destaca a trilha sono­ra baseada em hits de Rihanna, can­tora e atriz que integra o elenco de Bates Motel. O resultado é a cria­ção de uma atmosfera pop, rechea­da de citações capazes de envolver e divertir o público convidado a se deslocar pelos ambientes do Hos­tel 7 para acompanhar o desenvol­vimento da história precariamente contada pelos Beatniks ̶ uma com­panhia ficcional de teatro.

“Os Beatniks (uma referência à Beat Generation) são um grupo de teatro de guerrilha interpreta­do pelos Novos Candangos”, ex­plica De Leon. Segundo ele, Os Beatniks representam a resistência própria de quem faz teatro no Bra­sil e no mundo, uma batalha cons­tante para que a chamada “arte da presença” não desapareça diante das dificuldades. “É por meio dos Beatniks que os Novos Candangos não desistem e seguem em frente, enfrentando os desafios da perma­nência, com paixão”, revela.

RESISTÊNCIA

O grupo Novos Candangos tem seis anos de existência e estreou de maneira bem-sucedida com A Fale­cida, de Nelson Rodrigues. De Leon relata que, finalizada a execução des­te primeiro projeto, não houve mais recurso financeiro destinado a no­vas montagens e à manutenção do grupo em atividade. “Para dar con­tinuidade aos trabalhos, criamos Os Beatniks, um grupo de ficção que faz teatro sem dinheiro”, lembra ele.

Este brilhante Plano B que tem base em metalinguagem (uma nar­rativa dentro de outra narrativa) ini­ciou sua trajetória em 2013, com A Gaivota (1901) de Anton Tchekhov. A montagem com livre adaptação do clássico russo foi criada sem or­çamento para pagamentos (cachês, criação e produção de cenário e fi­gurinos). Posteriormente premiada, circulou pelo sudeste e sul do Bra­sil, realizando também longa tem­porada de apresentações em Bra­sília, ocupando espaços diversos.

Para encenar Psicose, original­mente ambientado em um hotel sombrio, o grupo vem ocupando hostels, uma versão atualizada dos antigos albergues da juventude, di­fundidos em todo o mundo. “Os es­petáculos encenados pelos Beatniks se realizam a partir de um pacto de imaginação com a plateia”, arrema­ta o diretor, que também integra o elenco formado ainda por Ivan Za­non, Luana Proença, Rafael Tosca­no e Tati Ramos.

OCUPAÇÃO

O ator Rafael Toscano ressal­ta que a linha de trabalho propos­ta pelo grupo Novos Candangos busca se relacionar com espaços alternativos, não exatamente tea­trais, e compreender o jogo de cena como “algo vivo e simbiótico entre pessoas, arquitetura, espacialida­de, como algo que borra a frontei­ra entre ficção e realidade”.

Os Beatniks em Psicose este­ve em cartaz em Brasília, duran­te setembro e outubro de 2017, e foi assistido por cerca de 350 pes­soas, enquanto o hostel mantinha seu funcionamento normal. Esta parceria com o Hostel 7 agora traz o grupo a Goiás, para performan­ces em Goiânia e Pirenópolis, des­tinadas aos hóspedes e ao públi­co externo também.

“Um hostel como palco da peça é mesmo fantástico. Uma ação inédita no Brasil. Sem dúvi­das uma boa oportunidade para envolvermos viajantes e público local em uma experiência única e inusitada”, avalia o empresário Da­nilo Lima, proprietário Hostel 7.

NOVOS CANDANGOS– TURNÊ GOIÁS

Espetáculo: Os Beatniks em PSICOSE

Goiânia: 23/5 (pré-estreia para convidados) + 24 a 27/05 (em cartaz–aberto ao público)

Local: Hostel 7 – Goiânia (Av. T-2, Qd. 107, Lt 4, Setor Bueno, Goiânia

Ingressos: R$40 (inteira) | R$20 (meia entrada)

Horário: Sempre às 20h

* Classificação indicativa: 14 anos

* Há venda de bebidas alcoólicas no evento

Pirenópolis: 30/5 (pré-estreia) + 31/05 a 03/06 (em cartaz – aberto ao público)

Local: Hostel 7 Rua Direita – Rua Direita, 68, Centro Histórico, Pirenópolis

Ingressos: R$40 (inteira) | R$20 (meia entrada)

Horário: Sempre às 20h

 

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