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Lúcio Maia é muita música

Redação DM

Publicado em 16 de maio de 2018 às 22:28 | Atualizado há 5 meses

O país todo conhece a ban­da recifense Nação Zumbi, criada pelo genial Chico Science. O grupo se apresentou neste fim de semana no Festival Bananada. Um dos sons brasileiros mais respeitados por mais de uma geração musical. A Nação, mesmo depois da morte de Chico, man­tém um público crescente, como deu para observar no estaciona­mento do Passeio das Águas, que ficou lotado e ebuliu ao som dos caras neste domingo.

Parte do sucesso do grupo se deve ao trabalho espetacular do guitarrista Lúcio Maia. Um dos projetos de Lúcio, em um mo­mento independente do Nação, é o “Maquinado”. O recifense cons­truiu este trabalho acompanha­do de boa parte dos integrantes do Cidadão Instigado, amigos do Nação Zumbi, Mombojó, Mame­lo Sound System, Mestre Ambró­sio e claro, uma instrumentação diversificada.

Na Nação Zumbi o vocal princi­pal fica por conta de Jorge Du Pei­xe, mas no “Maquinado” a voz é do próprio Lúcio. Ele ainda faz a gui­tarra e a produção do som do gru­po. Acompanhando sua guitarra está o baixo de Daniel Scandurra e a bateria de Tony Gordin.

O som do Maquinado é uma mistura do orgânico com o ele­trônico. Nos discos do projeto dá pra observar a influência de muitos estilos de som. Ritmos la­tinos, rock, rap, dub tudo muito bem amarrado por Lúcio e suas parcerias musicais.

O projeto independente veio depois que Lúcio e Jorge Du Pei­xe gravaram algumas músicas para a trilha sonora do filme “Amarelo Manga” (2002) de Claudio Assis. Um “rolê” musical diferente do som da Nação, criado para o longa, mo­tivou o músico a idealizar um pro­jeto paralelo independente.

A materialização do projeto im­pulsionado pela trilha sonora do fil­me veio bem depois do lançamento da película. Só em 2007 veio a públi­co o primeiro disco do “Maquinado”, com o nome de “Homem Binário”. Esse primeiro trabalho foi lançado pela produtora Trama.

Nesse primeiro disco teve altas parcerias que resultaram em músi­cas marcadas pelo groove eletrôni­co. A música “Tá tranquilo” foi grava­da junto com o rapper Speedy, que morreu em 2010. A canção “Alados” com Dengue, também integrante do Nação e o cantor e compositor Siba. O parceiro Jorge Du Peixe fez uma ponta na faixa “O Som”.

O segundo disco veio à tona dois anos depois de o “Homem Binário”, com o nome repleto das viagens orgânicas e eletrônicas de “Mun­dialmente Anônimo – O Magnético Sangramento da Existência”.

Esse segundo trabalho também conta com participações de outros músicos. Um dos precursores do manguebeat, o movimento cultu­ral com o qual veio a Nação Zum­bi, Fred 04 é uma das parcerias do segundo álbum. A música que Fred participou é “Super homem plus”.

Em “Mundialmente Anônimo” Lúcio faz uma versão da canção “Zumbi” de Jorge Ben Jor, seguin­do a tendência eletrônica do projeto. A letra da música original a qual um dos trechos é “Zumbi é o senhor das guerras/ Zumbi é o senhor das de­mandas/ Quando Zumbi chega, é Zumbi é quem manda” foi mantida, mas teve a musicalidade completa­mente reconstruída pelo guitarrista.

A música “Tropeços Tropi­cais” do álbum foi gravada com o vocal da rapper paulista Lurdez da Luz do grupo “Mamelo Sou­nd System”. O “Mamelo” acom­panhou Lúcio Maia em vários shows do projeto“Maquinado”.

Apesar de que este projeto lan­çou exclusivamente esses dois tra­balhos e isso há algum tempo, me­rece atenção. Pra quem gosta do som da Nação não há como des­considerar a qualidade do “Maqui­nado”. Se você ainda não ouviu os discos e curte o manguebeat, está aí um toque, “Maquinize-se”.

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