Política

Baldy lança mulher para disputa ao Senado

Redação DM

Publicado em 19 de abril de 2018 às 01:37 | Atualizado há 7 anos

Se já estava difícil a formação da chapa majoritária no governo, e também na oposição, o problema aumentou. Ontem, o ministro das Cidades, Alexandre Baldy (PP), su­geriu que a sua esposa, Luana Baldy, pode ser o nome do PP para com­por uma das vagas na chapa ao Se­nado. Detalhe: a indicação pode ser na chapa governista, ou numa das vagas da oposição com o deputado federal Daniel Vilela (MDB) ou com o senador Ronaldo Caiado (DEM).

Baldy fez esta sugestão em con­vesa com o jornalista Caio Henri­que Salgado, que registrou tudo na coluna Giro do O Popular, na edição de ontem. Não é a primei­ra vez que Baldy admite composi­ção com candidatos fora da base governista. Em entrevista ao DM, durante vistoria das obras da Mar­ginal Botafogo, o ministro admitiu que o caminho natural para o PP é uma aliança com o MDB de Da­niel Vilela, uma vez que a legenda é aliada de primeira hora do pre­sidente Michel Temer (MDB-SP). Mas Baldy também não é avesso ao apoio à candidatura do senador Ronaldo Caiado. Sua indicação ao ministério foi feita na cota do presi­dente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Caso siga em fren­te com a sua candidatura à presi­dência da República, Maia pode cobrar a fatura, procurando forta­lecer os candidatos do DEM nos Estados, e no caso de Goiás, indicar o apoio à candidatura de Caiado.

DISPUTA

Nestas eleições estão em dispu­ta duas vagas ao Senado. O manda­to da senadora Lúcia Vânia (PSB) e do senador Wilder Morais (DEM) vence no dia 31 de dezembro. Am­bos são candidatos à reeleição. Lú­cia tem compromisso do ex-gover­nador Marconi Perillo (PSDB) de que vai figurar na chapa ao lado do governador José Eliton (PSDB). Mas o mesmo pedido foi feito ago­ra pelo ex-senador Demóstenes Torres (PTB). Desimpedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de quaisquer sanções políticas, Torres é candidato á reeleição. Lu­cia e Demóstenes foram eleitos em 2002 e reeleitos em 2010 na chapa em que Marconi Perillo disputou o governo do Estado. Ambos lu­tam agora, separadamente, para figurar ao lado de Marconi na cha­pa de senador. Como não há espa­ço para ambos, um deles pode ser alijado da chapa governista, e daí surge espaço para especulações.

Lúcia Vânia é uma das funda­doras do chamado “tempo novo”, aliança formada por PSDB, PTB, PFL(DEM) e PPB(PP) que garan­tiu cinco eleições ao governo do Estado, sendo quatro com Mar­coni Perillo (PSDB) e uma com Alcides Rodrigues (PP). O sena­dor Ronaldo Caiado também foi padrinho desta aliança. Em 1998, o então deputado federal Marco­ni Perillo (PSDB) era um ilustre desconhecido para a maioria da população goiana quando acei­tou ser candidato a governador. Na maioria da cidade ele era anuncia­do como “o nosso candidato a go­vernador, o moço da camisa azul, ao lado da Lúcia Vânia e do Ronal­do Caiado”. Lúcia e Caiado vinham de mandatos de deputado federal e da disputa ao governo em 1994, quando ambos foram candida­tos. Sua imagem sustentou naque­le período a campanha do “moço da camisa azul”. Por isto, não se­ria impossível que, caso fosse ali­jada da chapa governista, Lúcia compusesse chapa com Caiado.

Para o ex-senador Demóstenes Torres tomar partido da oposição é mais difícil. O seu novo partido, o PTB, já sinalizou aliança com o governador José Eliton. O presi­dente da legenda, deputado fede­ral Jovair Arantes, tem interesse direto no “chapão”, que será for­mado como PSDB e PP para ree­leição dos deputados federais da base. Torres, que teve o manda­to de senador cassado em 2012, no bojo das denúncias da Ope­ração Monte Carlo, rompeu com Caiado, que votou na direção do DEM pela sua expulsão do partido.

 


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