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Teatro, vida que pulsa

Diário da Manhã

Publicado em 28 de março de 2018 às 00:33 | Atualizado há 4 meses

O pensamento coletivo é uma expressão complica­da. Diz respeito à ideia geral da população em relação aos mais diversos assuntos. O pensamento coletivo é algo muito mais políti­co e social, fala sobre uma verdade única e por isso é uma expressão bem complicada. Inventemos ou­tro termo, menos problemático e talvez mais possível: a “criatividade coletiva”. Muitos já experimentaram, na maioria das vezes, durante a in­fância, quando os amigos se jun­tam e inventam cores, brincadeiras e desenhos. Criar em grupo é uma qualidade específica dos coletivos de arte. É uma junção de mentes inquietas, pensando e problemati­zando as ideias, com o máximo de aceitação possível. Assim deve ser um grupo de teatro. Assim pode­mos definir um pouco do Grupo Sonhus Teatro Ritual, de Goiânia, que comemora nesta quarta-feira (28/3) o seu 22º aniversário.

Formado por Nando Rocha, Pablo Angelino, Jô de Oliveira e Lorrana Flores, o Sonhus surgiu em 1996. De lá até aqui muito acon­teceu: apresentações em oito paí­ses, mais de 20 cidades brasileiras, prêmios, espetáculos e eventos que fomentam a cultura regional. “Em 1996 éramos estudantes do ensi­no médio, eu tinha 16 anos; Ruber Paulo, que hoje mora em São Luís do Maranhão, tinha 15; Maira Bri­sa, que hoje mora em São Paulo, ti­nha 16; o Pablo Angelino tinha 14 e tantos outros amigos da época que nos ajudaram, como Miguel Jabur e Tâmara Renton, que hoje vive em Barcelona, na Espanha, tinham essa faixa de idade”, conta Nando. O co­mum entre os jovens era a inquieta­ção e o gosto pela leitura, “especial­mente poesia”, como afirma Nando.

“No começo só montamos co­médias. Eram grande sucesso no Lyceu que na época contava com mais 3 mil alunos somados os três turnos. Todos nós assistíamos. Nes­sa época montamos uma peça atrás da outra. Foram oito peças em três anos. Começamos a nos apresen­tar fora da escola em 1998. No mes­mo ano que o nosso surgiram ou­tros grupos na cidade, como a Cia. Nu Escuro, a Cia. Contemporânea de Dança e o Circo Lahetô. Foi um ano de ebulição”, afirma Nando. Pela margem, como afirma o integrante do grupo, a formação do Grupo So­nhus é guiada pela influência dos membros do grupo, sem lideran­ças, onde um pode influir o traba­lho sem precisar oprimir a ideia do outro integrante.

ESPAÇO SONHUS

Atualmente, o Grupo Sonhus Teatro Ritual tem base no Cepi Lyceu Goiânia, local onde o grupo surgiu. Desde 2013, os integrantes do grupo em cooperação com a Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Es­porte realizam eventos e dão espaço para produtores de renome e novos artistas. Dando espaço, o Grupo So­nhus acaba sendo construído tam­bém por pessoas além do coletivo. “Muitas pessoas contribuíram para nossa história, para nossa resistên­cia, permanência e processos criati­vos. Não tenho uma contagem exata, mas são vários”, diz Nando. Entre os nomes importantes para a história do Sonhus estão Adriana Figueire­do, que vive atualmente em São Pau­lo; Wellington Dias, ator e produtor cultural; Michelle Bezerra, Lara Bri­to, Mayara Pinheiro e muitos outros. “Tem muitos outros colaboradores na área técnica corporal, cenotécni­ca, produção, etc. Sinto que já estive­ram conosco milhares de pessoas e rio por dentro de tão cheio. O teatro é feito de encontros e o contrário tam­bém compõe seu caleidoscópio fas­cinante de vida que pulsa”, conclui.

LORRANA FLORES

Formada pela Escola de Tea­tro Gustav Ritter (GO), atriz inte­grante do Grupo Sonhus Teatro Ritual onde atua nos espetácu­los Travessia Kanu-shi; Q.Q.ISS?! As aventuras de Pendú e Camí do outro lado da lua e do arco-íris; A força da Terra; Setemundos e 1936 – Lorca, a morte, o luar e o ovo da serpente; e é professora de teatro no Espaço Sonhus. Atuou nos es­petáculos Bullying, Aconteceu Co­migo! e Brega e Chique 1ª 2ª e 3ª edição (2012,2013,2014), pela Cia de Teatro Gustav Ritter com a di­reção de Edson Fernandes. Atual­mente é graduanda no curso de Comunicação Social Bacharela­do em Publicidade e Propaganda.

JÔ DE OLIVEIRA

Atualmente é graduada em Ar­tes Cênicas na Universidade Fe­deral de Goiás (UFG), integran­te do Grupo Sonhus Teatro Ritual onde participa como atriz, pes­quisadora, produtora, elaboração de projetos, professora, e é uma das coordenadoras do Espaço So­nhus (sede do grupo). Participou de diversas produções locais como curadora e coordenadora, dentre as principais estão: Encontro de Atores Criadores; Mercado das Ar­tes; Semente, Flor e Espinho; Bie­nal do Teatro Físico; Mostra Solo Cerrado e Expo 20 Anos de Tea­tro Ritual. Participou de diversos cursos, workshops e assessorias, viajando por 3 países e diversos estados brasileiros, estabelecen­do contatos e desenvolvendo suas habilidades artísticas com grandes mestres nacionais e internacionais

PABLO ANGELINO

Ator, diretor, produtor, pro­fessor e um dos fundadores do Grupo Sonhus Teatro Ritual. É li­cenciado em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e realiza pesquisas nas artes do corpo, desenvolvendo diversas produções teóricas e práticas no grupo e com alunos da rede pública de ensino. Rea­lizou intercâmbio com diversos mestres renomados do Brasil e do mundo, dentre eles está Ta­dashi Endo, Eugênio Barba, Julia Varley, Roberta Carreri, Yoshi­to Ohno, Natsu Nakajima, Joan Laage, Luis Louis, Victor de Sei­xas, Pepe Nunes, Matteo Bon­fitto, dentre outros que foram de grande importância para o desenvolvimento e aperfeiçoa­mento de técnicas de atuação relacionadas às linhas de pes­quisa do Grupo Sonhus Teatro Ritual. Hoje atua como coorde­nador do Espaço Sonhus (sede do grupo), onde desenvolve pes­quisas práticas, montagens de espetáculos, promove eventos e trabalhos sociais de imenso va­lor sócio-político-cultural.

NANDO ROCHA

Ator, diretor, produtor e pro­fessor de Teatro, Nando Rocha é um dos fundadores do Grupo Teatro Ritual, Licenciado em Ar­tes Cênicas na universidade Fe­deral de Goiás, e mestre em tea­tro pela Universidade Federal de Uberlândia. Sua experiência como ator começa de forma au­todidata, lendo teorias e prati­cando teatro nos palcos, apren­dendo diante do público, até estudar com o diretor e profes­sor Sandro de Lima no Cefet/ GO em 1998, com quem expan­diu suas referências e fontes. A partir daí não parou de pesqui­sar e investir em sua formação. Hoje atua como diretor do Gru­po Sonhus Teatro Ritual e do Es­paço Sonhus (sede do Grupo).

 

SERVIÇO:

Comemoração de 22 anos do Grupo Sonhus Teatro Ritual

Data: 28 de março

Local: Evoé Café com Livros

Horário: 20h

Entrada Franca

Contato: Grupo Sonhus Teatro Ritual – (62) 3225-2013

 

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