Cotidiano

Quase 70% dos brasileiros não têm plano de saúde

Diário da Manhã

Publicado em 23 de março de 2018 às 01:50 | Atualizado há 4 meses

Uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 69,7% dos brasileiros não pos­suem plano de saúde particular, seja individual ou empresarial. Se­gundo o levantamento, divulgado quarta (21), esse percentual é ain­da maior entre as pessoas das clas­ses C, D e E, atingindo 77%.

A pesquisa destaca que 44,8% dos entrevistados sem plano de saúde disseram utilizar o Sistema Único de Saúde (SUS) principal­mente os entrevistados das clas­ses C, D e E (51,4%) quando pre­cisam de atendimento. O restante afirmou que arca com dinheiro do próprio bolso para pagar pelos ser­viços necessários.

Segundo o levantamento, 38,5% dos entrevistados sem plano de saúde não souberam precisar com que frequência utilizam a rede pú­blica de saúde. Eles manifestaram insatisfação em relação ao SUS, so­bretudo quanto à demora no tem­po de atendimento.

Entre os entrevistados que pos­suem um plano de saúde priva­do, o preço acessível foi o fator de decisão mais citado para defini­ção do convênio (42,5%), seguido pela qualidade da rede credencia­da (33,3%) e pela recomendação de outras pessoas (22,3%).

De acordo com a pesquisa, R$ 439,54 é o valor mensal médio que o brasileiro paga pelo plano de saúde. Dos que têm convênio privado, 42,2% dis­seram pagar do pró­prio bolso na situa­ção de o plano de saúde não cobrir to­talmente ou parcial­mente as despesas necessárias. O levan­tamento mostra ain­da que 97,1% dos be­neficiários de planos de saúde estão com o pagamento das mensalidades em dia, e 69,1% dizem serem bem ou mui­to bem atendidos pelos seus planos de saúde particular.

“Os dados mos­tram que o plano de saúde é considerado uma prioridade para grande parte de seus usuários. É um serviço de primeira necessi­dade, relacionado aos cuidados de um bem maior, que é a vida. É tanto que a taxa de inadimplên­cia declarada é baixíssima”, afir­ma Marcela Kawauti, economis­ta-chefe do SPC Brasil.

A pesquisa foi feita com con­sumidores das 27 capitais brasi­leiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas. Fo­ram feitas 1,5 mil entrevistas, de 15 a 26 de setembro de de 2017, com uma margem de erro de 2,5 pontos percentuais.

RECLAMAÇÕES

O setor de planos de saúde foi o campeão de reclamações de con­sumidores ao Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, (Idec) no ano passado. Segundo levanta­mento divulgado), as queixas rela­cionados a operadoras de saúde somaram 23,4% do total em 2017. Com esse número, o setor encabe­ça o ranking de reclamações pelo terceiro ano seguido, após ser alvo de 28,06% das queixas em 2016 e de 32,7% em 2015.

Segundo o Idec, a maior par­te das reclamações dos consumi­dores são relativas a aumentos su­postamente abusivos dos planos, especialmente os empresariais e coletivos. Além disso, têm inco­modado os usuários as negativas de cobertura e a falta de informa­ções sobre os planos. O Idec re­cebeu em 2017 um total de 3.800 chamados com reclamações e dú­vidas. Produtos, bancos e teleco­municações em segundo lugar no ranking das reclamações fica­ram as queixas relativas à compra de produtos, com 17,8%. A maior parte das reclamações foi relativa a defeitos e ao descumprimento de ofertas anunciadas.

O setor ultrapassou o ramo dos serviços financeiros, no qual se en­contram os bancos, por exemplo, que ficou em terceiro no levanta­mento deste ano, com 16,7%. O ramo tinha ocupado a vice-lide­rança das queixas nos dois anos anteriores. A maior parte das quei­xas se relaciona a problemas com cartão de crédito, conta corrente e crédito pessoal. Os serviços de tele­comunicações, incluindo telefonia móvel e fixa e TV por assinatura, fi­caram como o quarto lugar entre os mais questionados nos contatos com o Idec. Do total, 15,8% das li­gações foram motivadas pela rela­ção com essas empresas. A TV por assinatura é a maior fonte de recla­mações, seguida pelos problemas com telefonia e internet.

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