Política

“CPI foi extremamente política”, diz presidente da Goiás Turismo

Redação DM

Publicado em 20 de março de 2018 às 03:02 | Atualizado há 7 anos

O presidente da Goiás Turismo é de opinião que a aprovação do Re­latório da Comissão Parlamentar de Inquérito pela Assembleia Legisla­tiva e envio ao Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado é “algo positivo” para o órgão, já que, a partir de agora, as pessoas envol­vidas terão acesso ao documento e conhecimento de seu teor, o que “foi negado pela Comissão durante os meses em que houve investigação”.

“O relatório, ao se tornar públi­co, dará aos gestores da Goiás Turis­mo o direito ao contraditório e am­pla defesa”, afirmou Leandro Garcia. “A Goiás Turismo nunca negou o envio de nenhum documento aos deputados e à CPI, e nem eu nem os diretores convocados para oiti­vas nos negamos a prestar infor­mações para elucidar os fatos, mas a CPI desconsiderou todos os dados técnicos e informações que foram enviados pela autarquia”, ressaltou.

Leandro Garcia assegura que este momento é de tranquilidade, pois os fatos narrados já foram to­dos esclarecidos junto às duas ins­tituições – TCE e MP – e alguns até mesmo arquivados, por não terem encontrado irregularidades. Ele acredita que o relatório final, possi­velmente, tenha sido redigido pelos mesmos técnicos que fizeram a au­ditoria na autarquia, e tiveram seus apontamentos rejeitados pelo Tri­bunal de Contas do Estado em ou­tras oportunidades semelhantes.

TEOR POLÍTICO

O presidente faz questão de res­saltar que a CPI da Goiás Turismo, como foi nomeada, teve “teor ex­tremamente político”. O deputado que a presidiu, Cláudio Meirelles, enfrenta um processo de expulsão do PR, partido do qual o presidente da Goiás Turismo também faz par­te. “O deputado CIáudio Meirelles confidenciou ao meu advogado que muitas das ações estão sendo feitas em retaliação ao presidente do par­tido”, revela Leandro Garcia”.

Ele se diz triste e decepciona­do porque após um ano, numa das CPIs mais longas que Goiás já vi­venciou, um trabalho que envolve custos para o Estado, no momen­to da votação final, “dois membros da Comissão não compareceram”, aponta. “Esse não é o Brasil que queremos”, lamentou.

Garcia criticou ainda o relator do processo, deputado Humberto Ai­dar, que, segundo ele, “infelizmen­te se mostrou despreparado para a função, não dando o direito a alega­ções finais que poderiam contribuir com a elucidação dos fatos”, comen­ta. “O deputado Humberto Aidar, mesmo depois de cinco mandatos, revelou desconhecimento das leis em diversas entrevistas, não sabe di­ferenciar contratação por inexigibi­lidade e por licitação”, aponta o pre­sidente da Goiás Turismo.

Outro ponto de observação e crítica é que a CPI da Goiás Turis­mo não tem fato determinado. “Até hoje, alguns ofícios da Goiás Turis­mo não foram respondidos pela Casa, fomos cerceados do acesso a documentação, às atas de instau­ração e outros. Não existe este mo­delo de inquérito em nenhum lu­gar do País”, avalia Garcia.

Ele lamenta também a CPI não ter levado em consideração os ín­dices do turismo no ano passado. Garcia lembra que o setor apontado como o que mais cresceu no Estado nos últimos anos. Dados do IBGE mostram incremento de 15% no tu­rismo goiano, bem à frente do se­gundo colocado, que atingiu 7,9%.

Além disso, o presidente ressal­tou que “a CPI perdeu uma grande oportunidade de apontar melho­rias reais para a gestão do turismo, como, por exemplo, a destinação das emendas parlamentares para obras de infraestrutura, qualificação da mão-de-obra, e outras ações para fortalecimento do setor, e não exclu­sivamente para shows”, concluiu.


Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias