Cotidiano

Jogos melhoram humor de idosos

Diário da Manhã

Publicado em 15 de março de 2018 às 01:19 | Atualizado há 7 anos

  •  Game ativo envolve entretenimento e diversão associado à prática de exercício; regularidade pode melhorar capacidade funcional, assim como ansiedade e depressão

 

Se você acredita que game é coisa de nerd e adolescen­te, então enganou-se. Game over para você. O número de ido­sos tem aumentado de forma sig­nificativa com o aumento da ex­pectativa de vida. E aos poucos eles mostram conhecimento e in­teresse digital. Jogar uma partidi­nha não é mais exclusividade dos adeptos do PS4 ou Xbox.

Uma das complicações do pro­cesso de envelhecimento é a redu­ção gradual da capacidade funcio­nal e a piora do humor. E, claro, consequentemente, da qualida­de de vida dos idosos. Segundo as pesquisas mais recentes, evi­dências científicas sugerem que prática de exercícios físicos pode atenuar essa perda funcional e me­lhorar o humor de idosos.

Neste sentido, os videogames ati­vos (VGAs) surgem como alterna­tiva interessante para a população idosa, uma vez que as atividades de­senvolvidas nesses jogos envolvem entretenimento e diversão associa­do à prática de exercícios.

O pesquisador Bráulio Evange­lista, em dissertação de mestrado defendida na Universidade Fede­ral de Goiás (UFG), avaliou o efei­to de seis semanas de exercícios realizados no Xbox Kinect sobre a capacidade funcional e o estado de humor de idosos. Os resultados foram animadores. “Observamos que a prática regular de exercícios no Xbox Kinect pode melhorar o estado de humor e a capacidade funcional de idosos, como a capa­cidade aeróbia, a força de mem­bro inferior e o equilíbrio dinâmi­co”, afirma Bráulio.

GRUPOS

Na pesquisa realizada na UFG, os participantes foram distribuí­dos aleatoriamente em dois gru­pos, grupo experimental e gru­po controle. Os participantes do grupo experimental foram sub­metidos a uma intervenção com exercícios no Xbox Kinect por um período de seis semanas, com fre­quência de três vezes por semana, 60 minutos por sessão.

O grupo controle não realizou nenhuma intervenção durante o período do estudo. A avaliação do humor e da capacidade funcio­nal foram realizadas pré e pós-in­tervenção. O grupo experimental melhorou escores de ansiedade e depressão, assim como a apti­dão aeróbia, agilidade e força de membro inferior quando compa­rado ao grupo controle.

Para Bráulio, a pesquisa mos­trou uma boa taxa de adesão e alto grau de diversão nas ativi­dades realizadas no Xbox Kinect, que podem ser consideradas de intensidade moderada tendo como parâmetro a percepção subjetiva de esforço.

PARKINSON

A pesquisa com games tem se transformado em uma vedete nas pesquisas de tecnologia. Mais re­centemente, as faculdades pas­saram a usar metodologias de pesquisa envoltas em trabalha­dos sobre comunicação, compu­tação, enfermagem e games. Di­versas pesquisas foram divulgadas no âmbito da UFG.

Os vídeo games ativos têm sido estudados principalmente como forma de reabilitação e aumento do nível de atividade física em di­versas condições. Por exemplo, em indivíduos com esquizofrenia, par­kinson, osteoartrite, paralisia su­pranuclear progressiva, acidente vascular encefálico, fibrose cística e esclerose múltipla.

Segundo o pesquisador, diver­sas intervenções têm mostrado que o vídeo game ativo pode pro­mover melhoras no equilíbrio, velocidade da marcha, controle postural e diminuição do risco de queda, até mesmo em indivíduos com doença de Parkinson.

 

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