Cotidiano

Gorduras: vilãs ou mocinhas?

Diário da Manhã

Publicado em 15 de março de 2018 às 01:10 | Atualizado há 7 anos

A alimentação é recheada de informações controversas e uma delas é em relação às gorduras, que adquiriram status de vilã nos últimos tempos. Diversas dietas e atividades físicas da moda tem como objetivo principal elimi­ná-las da rotina. E esses métodos vêm ganhando adeptos. Os nutri­cionistas afirmam que, não só há gorduras que fazem bem ao orga­nismo, como elas são essenciais.

Segundo a Organização Mun­dial da Saúde (OMS) uma dieta inadequada associada a ausência de exercícios físicos na rotina está entre os dez fatores determinan­tes de mortalidade. Isso porque di­versas pesquisas relacionam a má qualidade alimentar das pessoas aos fatores de risco das doenças cardiovasculares, uma das princi­pais causas de morte no mundo.

Por muito tempo as gorduras foram consideradas as grandes culpadas por esses eventos, po­rém , evidências científicas com­provam que o consumo exagera­do e a má qualidade nutricional da dieta que são os verdadeiros responsáveis pelos danos.Já os lipídios, em doses equilibradas, são extremamente benéficos e estão entre os nutrientes essen­ciais para o corpo humano.

“Nem toda a gordura é prejudi­cial, mas as pessoas têm dificulda­de de diferenciar um tipo do ou­tro, por isso acabam restringindo o consumo de alimentos que são extremamente benéficos ao nos­so corpo. A gordura deve com­por até 30% das calorias diárias da nossa alimentação. Quando são consumidas de forma correta e na quantidade certa, elas podem trazer diversos benefícios”, explica a nutricionista Juliana Tomandl.

TRANS

Durante muitos anos as pes­quisas apontavam a gordura sa­turada como responsável pelo surgimento e agravamento de diversas doenças crônicas, espe­cialmente as cardiovasculares. Por isso, a indústria alimentícia substituiu esse tipo de lipídio pela gordura trans nos produtos in­dustrializados. A gordura trans é o nome dado à gordura vegetal que passa por um processo de hidro­genação natural ou industrial. No entanto, estudos posteriores ob­servaram a gordura trans causava ainda mais danos do que a gordu­ra saturada. Portanto, a nutricio­nista afirma que se há um tipo de gordura que mereça ser excluí­do do cardápio é a gordura trans.

SATURADAS

As gorduras saturadas devem ter sua ingestão reduzida, isso porque ela contribui para o au­mento dos níveis de LDL (co­lesterol ruim) no sangue. Ela é encontrada em produtos de ori­gem animal, como leite integral, manteiga, carnes e embutidos em geral. Tomandl recomenda o consumo moderado deste gru­po, “não deve passar de 10% das calorias diárias da dieta”.

INSATURADAS

Este último grupo se divide em dois: ácidos graxos monoinsatu­rados e poli-insaturados. O pri­meiro apresenta benefícios im­portantes no controle de doenças metabólicas e pode ser encontra­do em frutas como o abacate e em oleaginosas como castanhas e amêndoas, além azeite de oli­va. “Do ponto de vista nutricio­nal é considerada uma gordura de boa qualidade para o organis­mo humano, mas o consumo em excesso pode ocasionar o ganho de peso, portanto é preciso mo­deração”, explica a especialista.

Já as gorduras poli-insaturadas ajuda a reduzir os níveis de co­lesterol ruim, diminuindo os ris­cos de doenças cardiovasculares. Contempla ácidos graxos ômega 3, encontrados na linhaça e em peixes de águas frias e profundas (salmão e sardinha), e ômega 6, presente nos óleos de soja, milho e girassol e seus produtos deriva­dos. Pode beneficiar pacientes no controle do colesterol.

GORDURAS DO BEM

As gorduras são ácidos gra­xos que podem ser grandes alia­dos da saúde, mas é preciso ba­lancear o cardápio, incluindo esses nutrientes. A nutricionis­ta afirma que as melhores esco­lhas são as gorduras insaturadas. “Elas são fontes de nutrientes importantes como as Vitaminas A, K e D e ainda são facilmen­te encontradas nos vegetais, se­mentes, frutos do mar, oleagino­sas, azeite de oliva extra virgem, abacate e manteigas puras de alta qualidade”, afirma.

 

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