Cotidiano

IBGE reforça desigualdade em números

Redação DM

Publicado em 8 de março de 2018 às 02:16 | Atualizado há 7 anos

O Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje, traz a oportu­nidade de aprofundar as reflexões sobre o papel atual e esperado das mulheres na sociedade, as desi­gualdades persistentes entre ho­mens e mulheres em suas distintas dimensões de análise, o exercício de direitos e equalização de opor­tunidades, independentemente do sexo. Os dados oficialmente apre­sentados não revelam novidades em Goiás como de resto do País.

Enquanto responsável pe­las estatísticas oficiais brasilei­ras, o Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE), com a divulgação do estudo Estatís­ticas de gênero: indicadores so­ciais das mulheres no Brasil, re­força a importância da produção de indicadores de gênero com um duplo objetivo: enriquecer o de­bate, proporcionando informa­ções destacadas sobre o tema, e corroborar a importância de se manter uma agenda pública per­manente, que coloque a igualda­de de gênero como um dos eixos estruturantes da formulação de políticas públicas no País.

NÍVEL DE ENSINO

Em 2016, 6.664 mulheres esta­vam entre os docentes de nível su­perior em Goiás, representando 47,8% do total segundo o Ministério da Educação. No Brasil esse percen­tual é ainda menor, com 45,6% das mulheres entre os docentes de nível superior. A proporção feminina no contingente policial é bem peque­na com apenas 12% das mulheres na polícia goiana e 13,4% no Brasil.

No Congresso Nacional dos 594 assentos, 67 são compostos por mulheres, representando apenas 11,3% do total. Dos 20 congressis­tas goianos apenas três (duas na Câmara dos Deputados e uma no Senado Federal) são do sexo femi­nino, um percentual de 15%.

A taxa de fecundidade das ado­lescentes de 15 a 19 anos de ida­de goianas caiu mais de 1% nos últimos cinco anos, segundo a Projeção da população do Bra­sil por sexo e idade para o perío­do 2000/2060 (revisão 2013). Em 2016, registrou-se 5,55 nascimen­tos para cada 100 goianas entre 15 e 19 anos. No Brasil esse número foi um pouco maior, registrando 5,6 nascimentos a cada 100 mulheres.

 

 Mulheres são cerca de 30% dos titulares dos serviços extrajudiciais

Ao pensar em titular de um Ta­belionato de Notas ou de Ofício de Registro, provavelmente você pen­sará em uma imagem masculina, certo? Apesar do imaginário cole­tivo ter a figura masculina como titular dos serviços extrajudiciais, mulheres são pouco mais de 200 dos 676 delegatários no Estado de Goiás. Em decorrência do Dia In­ternacional da Mulher, a Drª Mo­nique Ribeiro, titular do Registro de Imóveis e Tabelionato de Notas de Pirenópolis, narrou um pouco da sua trajetória desde 2005, quando começou a se preparar para con­cursos na área, e relatou as dificul­dades e expectativas.

Após quatro anos de estudos e algumas aprovações, a Oficial Re­gistradora assumiu o cargo pela pri­meira vez em 2009, o Tabelionato de Protesto de Ortigueira, no Pa­raná. No ano seguinte, Drª assu­miu outro Tabelionato de Notas e Protestos no Estado de Santa Ca­tariana, em uma cidade chamada Mafra. Desde 2014, ela é titular do Registro de Imóveis e Tabeliona­to de Notas de Pirenópolis e conta com orgulho as conquistas acumu­ladas até hoje na carreira.

“Todas as serventias que assumi, eu fui a revolução (risos). Informati­zei 3 cartórios, apliquei uma gestão mais humana e eficiente para a so­ciedade. A entrada de profissionais dispostos a dar o seu melhor e com a visão voltada para o bem estar do usuário faz toda a diferença. Esse é o espírito que sinto dos novos con­cursados de Goiás. É uma avanço que a sociedade buscava e espera­va de um serviço importantíssimo e que não é barato. Logo, no míni­mo, tem que ser eficiente”, ressalta.

Entretanto todo êxito de seu tra­balho não veio sem uma certa re­sistência pelo fato de ser nova na atividade e ainda mulher, além das dificuldades próprias de implemen­tar mudanças na gestão da serven­tia que assumiu. “Essa situação veio ao meu favor, porque apesar de as­sustarem ao ver uma mulher jovem à frente da serventia, os preconcei­tos iam embora quando percebiam que havia de mim a vontade de aju­dá-los, de prestar o serviço da me­lhor forma possível”, explica.

Apesar delas serem cerca de 30% dos Notários e Registradores do Estado, Drª Monique acredita que mulheres estão tomando seu espaço e aguarda novos concursos na área. “Hoje elas já são a maioria de aprovadas em todos os concur­sos, não será diferente na catego­ria. Espero que saia logo esse con­curso e entrem muitas mulheres para equilibrar a balança da igual­dade e que em um cartório se ob­serve a qualidade do serviço e não o sexo do titular”, almeja.

 

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