Mais um pouquinho dos Nasser!
Diário da Manhã
Publicado em 5 de março de 2018 às 22:21 | Atualizado há 7 anosEu havia prometido que não escreveria textos longos, capitulados, como fiz na série “Alfredo Nasser”, constituída de duas dúzias de capítulos, aonde defendi, questionando enciclopédias e sites nacionais e internacionais – à época alcunharam-me de “metido”, mentiroso – que o colendo Alfredo Nasser, 1905-65 – considerado, por inúmeros historiadores, cientistas políticos e jornalistas, como a mais brilhante estrela da constelação da política do Estado de Goiás, tendo, inclusive, ocupado, lógico, interinamente, a presidência da república – então, logo no primeiro capítulo, mencionei que ele não nasceu em Caiapônia, nasceu em São Paulo e, lógico, a inusitada informação, que surpreendeu muitos, não foi adquirida pelo escrevinhador – em 1999, quando conheci a enigmática jornalista Consuelo Nasser, eu era um “forasteiro”, recém-chegado, um bobão oriundo de São Paulo, não sabia nada, nadica de nada sobre a incrível, magnífica história do Estado de Goiás, que “abriga” a capital federal, Brasília, nem o gosto do pequi, verdade, não adquiri as fenomenais informações dos primeiros capítulos, através de incessantes, nem árduos esforços, pesquisas diuturnas em bibliotecas, sebos, cemitérios, museus, internet, nada disso, adquiri-as lendo, prazerosamente – algumas vezes rindo, outras, chorando, literalmente – a monumental obra da saudosíssima jornalista Consuelo Nasser, 1939-2002, intitulada: “Alfredo Nasser não morreu!”, leitura imprescindível para jornalistas e políticos, aliás, corrigindo-me, leitura “obrigatória” para todos que juram serem goianos “do pé rachado”. Estilo refinadíssimo, tragicômico, inigualável, Consuelo Nasser prova, inequivocamente, o quanto o seu tio foi significativo, especialmente para com os goianos. Antes do seu falecimento, como mencionei na série, ela presenteou-me com a obra, autografada e, atravessando, fulminando os meus olhos, perscrutando a minha alma, fez-me prometer que eu voltaria para a imprensa. Adquiri uma admiração indescritível pelo seu tio quando me preparei para escrever a série. Constatei que ela não exagerava em nada. Ele foi filósofo, matemático, jornalista, articulista afiado, palestrante que eletrizava multidões, humilde, sincero, meigo, enfim, sou seu discípulo, fã de carteirinha. Durante a publicação da série, cerca de três anos, tive o privilégio de conversar com dezenas de pessoas que conheceram o colendo pessoalmente. A imenssa maioria testificou a singularidade da personalidade do “professor”. Agora, agorinha mesmo, me lembrei da estupefação que senti quando li um artigo do jornalista Batista Custódio declarando que o colendo Alfredo Nasser foi o seu melhor amigo. Até.
Continua.
(Henrique Gonçalves Dias, jornalista)