Motorista de ônibus pode ser responsável por acidente
Diário da Manhã
Publicado em 17 de fevereiro de 2018 às 00:32 | Atualizado há 4 meses
Na manhã de quinta-feira (15), um grave acidente na GO- 020 provocou a morte de oito passageiros de um ônibus que vinha da Paraíba com destino a Goiânia. A colisão aconteceu entre o ônibus, que continha 43 passageiros, além do motorista, e uma carreta carregada de adubo. Com a batida, a carreta perdeu o controle, atingiu o guard-rail e colidiu com um segundo caminhão. O local do acidente foi entre os povoados de Bezerra e JK, no Km 45 da rodovia, e deixou nove pessoas mortas e 33 feridas.
A Polícia Civil já começou a investigação do acidente e, segundo o delegado Antônio Humberto Soares, pelo que foi levantado até o momento, a principal suspeita é que o motorista do ônibus, Édson Lopes Lima, de 47 anos, uma das vítimas fatais, tenha dormido ao volante e provocado a batida.
“As evidências que nós vimos no local, como o ponto de repouso do ônibus, o local de impacto que a carreta acertou, bem como as testemunhas que foram ouvidas no local e prestaram um relato harmonioso indicam que a responsabilidade do acidente, de fato, tenha ocorrido pelo motorista do ônibus”, afirmou. Um laudo apontando as circunstâncias do acidente será confeccionado pela Polícia Técnico-Científica. O documento deve ficar pronto em uma semana.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista do ônibus que partiu de Cajazeiras, na Paraíba, com destino a Goiânia, invadiu a contramão e causou a batida. A corporação disse não ser possível afirmar que ele tentasse uma ultrapassagem na hora da batida. Com a batida, a carreta carregada de adubo perdeu o controle e colidiu no guard-rail. Após isso, ela bateu em uma segunda carreta, que estava descarregada, e tombou em seguida.
A Polícia Rodoviária Federal informou que o motorista deste terceiro veículo estava com um mandado de prisão em aberto por receptação e só possuía CNH na categoria AB (moto e carro), quando deveria ter a E. Segundo a PRF, o trecho onde houve a colisão é de pista simples. A ultrapassagem no local é permitida apenas em um dos sentidos. Por conta da colisão, o local ficou interditado por mais de 10 horas. O congestionamento chegou a 4 km em cada sentido da via.
EMPRESA
Em nota, a empresa Expresso Guanabara, sediada em Fortaleza (CE) e responsável pela linha, informou que o ônibus saiu de Cajazeiras, na Paraíba, às 16h35 de terça-feira (13) e seguia para Goiânia. O motorista teve 20 horas de descanso antes de assumir a direção. A empresa enviou de imediato uma força-tarefa de Brasília para prestar a assistência necessária aos passageiros.
A Guanabara informou que vai prestar toda assistência necessária às vítimas e que os familiares dos passageiros podem entrar em contato pelo telefone 0800-7281992. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que o ônibus é novo e “está em conformidade quanto aos requisitos legais”. Além disso, a Expresso Guanabara tem autorização da agência para operar na linha.
VÍTIMAS
Uma força-tarefa foi organizada para prestar socorro às vítimas do acidente. Os bombeiros do Distrito Federal enviaram um helicóptero e sete ambulâncias para o local. De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, foram encaminhadas 12 vítimas aos hospitais públicos da capital federal: quatro ao Hospital Regional de Planaltina; duas ao Hospital Regional do Paranoá; três ao Hospital Regional de Sobradinho; e três ao Instituto Hospital de Base.
Dos 43 passageiros, 23 foram levados com ferimentos leves para o Hospital Municipal de Formosa, que já receberam atendimento e foram liberados. Somente o motorista da carreta segue internado no local. Nove pessoas morreram no acidente, seis delas ainda no local, incluindo o motorista do ônibus e uma criança de apenas um ano e quatro meses. Outras três, que foram socorridas e levadas ao Instituto Hospital de Base, em Brasília, também não resistiram aos ferimentos. Cinco vítimas seguem internadas, sendo que uma delas continua em estado grave de saúde.