Cotidiano

Inteligência para a paz

Redação DM

Publicado em 13 de fevereiro de 2018 às 23:05 | Atualizado há 7 anos

 Uma das metas é a prevenção primária, secundária e terciária da violência, tendo em vista dar um upgrade nas ações de Estado. “O trabalho preventivo é fantástico. Acredito que temos de fechar as torneiras que geram insegurança”, diz nessa entrevista ao DM. Segundo avalia, “o Estado mostra que é possível reduzir a violência a partir de uma gestão pautada por visão estratégica, científica e investimentos em inteligência”

 

Ricardo Balestreri dei­xa a Secretaria de Segu­rança Pública (SSP) nesta quinta-feira (15), oportunidade em que tomará posse o ex-governador e ex-senador Irapuan Costa Júnior. Ele assumirá o cargo de secretário­-chefe do Gabinete de Assuntos Es­tratégicos do Governo de Goiás. Vai coordenar as ações intersetoriais da gestão estadual com o objetivo de estabelecer políticas transformado­ras de médio e longo prazos. Uma das metas é a prevenção primária, secundária e terciária da violên­cia, tendo em vista dar um Upgra­de nas ações de Estado, que fiquem como legado para as novas gera­ções. Essas atividades passam a ter um caráter integrado e sistêmico e serão desenvolvidas de forma pla­nejada e articulada para uma maior eficácia. “Nossa meta é criar polos difusores de paz. O trabalho pre­ventivo é fantástico. Acredito que temos de fechar as torneiras que geram insegurança”, disse nesta en­trevista ao Diário da Manhã.

Como secretário-chefe de Assun­tos Estratégicos, ligado diretamente ao gabinete do futuro governador Zé Eliton, Balestreri terá autoridade so­bre o conjunto das secretarias para coordenar ações sistêmicas voltadas para o desenvolvimento social pau­tado pela cultura da paz. Para isso, a pasta está sendo reestruturada e terá a amplitude necessária para que ele e equipe possam fazer a interlocu­ção entre os órgãos de governo e da sociedade. “Vamos levar o que o Go­verno de Goiás tem de melhor para as áreas mais vulneráveis”, diz.

No balanço que faz, Balestreri afirma quem “apesar de todas as dificuldades que vivenciamos no âmbito da segurança no Brasil, nos últimos 11 meses Goiás apresen­tou quedas significativas em todas as modalidades criminais”. Segun­do avalia, “o Estado mostra que é possível reduzir a violência a par­tir de uma gestão pautada por vi­são estratégica, científica e investi­mentos em inteligência”.

Entre as conquistas, ele citou o instituto de indenização por apreen­são de armas de fogo e por man­dado de prisão cumprido. “Rea­justamos as horas extras (AC-4) de todas as forças policiais e os concur­sos que garantiram 2,5 mil vagas na Polícia Militar, 600 na Polícia Civil e 290 no Corpo de Bombei­ros (CMB)”, afirma.

Sobre as novas funções, Ri­cardo Balestrei disse que “esta­mos diante de um grande de­safio, mas, além dos resultados a médio e longo prazos, queremos ver medidas de curto prazo”. Se­gundo afirma, “aceitei esse con­vite justamente porque acredi­to que somos capazes de gerar bons resultados com rapidez. Estou completamen­te estimulado”

 

 

CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA

Com qual sentimento deixa a Secretaria de Segurança Pública (SSP)?

Me sinto plenamente realizado. Em curtíssimo espaço de tempo, provamos que a administração moderna que privilegia proces­sos científicos e educação técnica e humanista das nossas polícias -, é possível coibir a criminalida­de. Conseguimos derrubar todos os 12 indicadores criminais mo­nitorados pelo Observatório de Segurança Pública. São dados transparentes e que podem ser consultados por qualquer pes­soa. Mesmo com a crise econô­mica, social e moral enfrentada pelo Brasil, em Goiás, consegui­mos fazer uma derrubada histó­rica na criminalidade.

Como o senhor avalia a situação atual da segurança pública goiana?

Quando aceitei o convite do governador Marconi Perillo, re­uni a melhor equipe possível e enfrentamos o desafio de for­ma bastante séria. Consegui­mos resultados extraordinários. É claro que sabemos que não é a perfeição. Os índices crimi­nais precisam cair ainda mais, mas é inegável que, hoje, Goiás é o estado que mais derruba os números de criminalidade no Brasil. Isso é fantástico na épo­ca em que vivemos.

No balanço que recentemente o senhor fez, que pontos destacaria?

Apesar de todas as dificulda­des que vivenciamos no âmbito da segurança no Brasil, nos úl­timos 11 meses Goiás apresen­tou quedas significativas em to­das as modalidades criminais. O Estado mostra que é possível reduzir a violência a partir de uma gestão pautada por visão estratégica e científica. Alcan­çamos a redução de todos os in­dicadores criminais entre mar­ço de 2017 e janeiro de 2018, na comparação com igual perío­do de março de 2016 até janei­ro de 2017. Homicídios recuaram 11,24% e latrocínios retrocede­ram 24,22%. Tentativas de ho­micídio apresentaram queda de 16,19%. Outras quedas foram re­gistradas em roubos de residên­cia (-16,88%); roubos de veículos (-21,56%); roubos a transeuntes (-26,74%); e roubos ao comércio (-32,61%). Houve, ainda, redução de 5,38% no número de furtos em residências, ao passo que furtos de veículos cederam 8,58%. Fru­tos a transeuntes caíram 19,26% e furtos ao comércio retrocede­ram 14,65%. Os casos de estu­pros tiveram queda de 4,29%.

Como conseguiu alcançar esses resultados positivos?

Buscamos uma gestão pau­tada pela visão estratégica e científica, sob a determinação do governador Marconi Perillo. A redução da criminalidade teve início na gestão do vice-governa­dor Zé Eliton à frente da SSP. O que fizemos foi dar continuida­de a este trabalho. Além disso, a valorização das forças policiais foi uma grande conquista. Entre elas, a promoção de quase 2 mil policiais militares, 759 policiais civis, 302 bombeiros militares e 20 servidores da Superintendên­cia de Polícia Técnico-Científica (SPTC). Cito o instituto de inde­nização por apreensão de armas de fogo e por mandado de prisão cumprido. Reajustamos as horas extras (AC-4) de todas as forças policiais e os concursos que ga­rantiram 2,5 mil vagas na Po­lícia Militar, 600 na Polícia Ci­vil e 290 no Corpo de Bombeiros (CMB). Teremos novos concur­sos, já foram autorizados: duas mil vagas para a PM, 620 para a PC e 274 para o CMB.

Que outros aspectos o senhor pode enumerar na sua trajetória à frente da Segurança Pública?

Entre março e janeiro deste ano, foram realizadas ações para modernização das instituições. Destaco a renovação da frota locada das polícias em 2,2 mil veículos, construção do Institu­to Médico Legal (IML) de Itum­biara e melhorias na estrutura física dos batalhões da PM em Goiânia e Posse. As atividades de inteligência foram regulamen­tadas com a criação da Agência Central de Inteligência. Reali­zamos o mapeamento das fac­ções criminosas que atuam em Goiás. Também criamos o novo Código de Ética da Polícia Mi­litar e do Corpo de Bombeiros que moderniza as práticas mi­litares no que diz respeito à ob­servância de princípios básicos de cidadania. Faço questão de agradecer o empenho de todos os servidores que atuam na Segu­rança Pública do Estado. Temos os melhores policiais do Brasil. Conseguimos excelentes resulta­dos graças ao empenho de cada homem e mulher que, diaria­mente, saem de casa compro­metidos com a defesa da popu­lação nas mais diversas áreas.

Acredita que o próximo titular da pasta, o ex-governador Irapuan Costa Júnior, dará continuidade às políticas adotadas por sua gestão à frente da SSP?

O futuro secretário foi extre­mamente cordial. Me garantiu que não há nenhum movimento de ruptura e acolheu com muita disposição nossas sugestões para a finalização de programas que estão em curso. Minhas impres­sões sobre ele são as melhores pos­síveis. Acredito que esse processo de continuidade também passa na transferência do governo de Marconi Perillo para o vice-go­vernador Zé Eliton, que assume o Governo de Goiás em breve.

Como avalia o trabalho das polícias goianas?

Temos as melhores forças po­liciais do Brasil. Nossos policiais produzem resultados maravi­lhosos. São trabalhos altamen­te positivos. São homens e mu­lheres que merecem nosso mais profundo respeito.

O senhor se prepara para assumir um novo desafio no Governo de Goiás. O que o motivou?

Há algum tempo, venho in­sistindo na implantação de po­líticas de prevenção primária, secundária e terciária da vio­lência. A primária inclui a pro­moção de justiça social. A se­cundária é voltada para grupos vulneráveis e a terceira ampa­ra grupos que já foram macu­lados de alguma maneira pela violência. É isso que me moti­vou: trabalhar na raiz dos pro­blemas sociais para evitar que a violência aconteça.

De que forma o Gabinete de Gestão de Assuntos Estratégicos atuará sob o seu comando?

Desde que cheguei a Goiás, te­nho reivindicado um trabalho cada vez mais integrado. Vamos trabalhar com ações multisse­toriais que envolvem o conjun­to de secretarias de Estado por meio de programas preventivos. O convite do vice-governador Zé Eliton para minha permanên­cia no governo foi no sentido de fazer no Estado aquilo que já fi­zemos no Brasil e culminou na queda de índices criminais no País. Foram os únicos três anos de estabilidade na queda da cri­minalidade no Brasil.

Como será o envolvimento de todas as áreas?

A nossa nova missão é vol­tada para tudo aquilo que re­presente cultura de paz e inclu­são social. Teremos atribuições para discutir projetos e estraté­gias nos mais diferentes setores, como Segurança Pública, Saú­de e Educação, por exemplo. A legislação já foi encaminhada para a Assembleia Legislativa aumentando o leque de ativida­des deste novo trabalho. Tere­mos ações mais executoras. Va­mos criar mecanismos eficazes.

Qual o foco principal?

Vamos transformar regiões violentas em lugares de cultura de paz. Estamos fazendo um le­vantamento neste sentido e te­nho certeza que vamos reverter a contaminação negativa para positiva. Vamos juntar o que o Governo de Goiás tem de me­lhor e investir nas colunas mais vulneráveis. Nossa meta é criar polos difusores de paz. Aceitei o convite porque já fiz o mesmo em outras ocasiões e deu certo.

O senhor defende bastante a prevenção. Por qual motivo?

O trabalho preventivo é fan­tástico. Acredito que temos de fe­char as torneiras que geram in­segurança e violência. Estamos diante de um grande desafio, mas, além dos resultados a médio e longo prazos, queremos ver me­didas de curto prazo. Aceitei esse convite justamente porque acre­dito que somos capazes de gerar bons resultados com rapidez. Es­tou completamente estimulado.

 



 Apesar de todas as dificuldades que vivenciamos no âmbito da segurança no Brasil, nos últimos 11 meses Goiás apresentou quedas significativas em todas as modalidades criminais”

  Nossa meta é criar polos difusores de paz. O trabalho preventivo é fantástico. Acredito que temos de fechar as torneiras que geram insegurança”

Vamos transformar regiões violentas em lugares de cultura de paz. Estamos fazendo um levantamento neste sentido e tenho certeza que vamos reverter a contaminação negativa para positiva”

  Vamos levar o que o Governo de Goiás tem de melhor para as áreas mais vulneráveis. Aceitei esse convite justamente porque acredito que somos capazes de gerar bons resultados com rapidez. Estou completamente estimulado”

 

 

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