Opinião

Os carinhosos padrinhos Neném Turco e Iaiá

Redação DM

Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 22:30 | Atualizado há 7 anos

Re­na­to, um dos meus ir­mãos, nas­ceu dia 22 de fe­ve­rei­ro de 1950 e fa­le­ceu dia do seu 64º na­ta­lí­cio, ou se­ja, 22 de fe­ve­rei­ro de 2014. Re­cor­do-me que, por vol­ta de 1953, 1954, ele re­ce­beu a vi­si­ta dos seus pa­dri­nhos Ne­ném Tur­co e do­na Iaiá. Fo­ram cum­pri­men­tá-lo pe­lo ani­ver­sá­rio. Che­ga­ram fe­li­zes a ir­ra­di­ar sim­pa­tia e a dis­pen­sar ca­ri­nho ao afi­lha­do. O pre­sen­te que lhe de­ram era coi­sa fi­na pa­ra a épo­ca: uma cai­xa de bom­bons. Por ser “coi­sa fi­na”, ape­nas as pes­so­as “fi­nas”,em ou­tras pa­la­vras, as de me­lhor po­der aqui­si­ti­vo, a com­pra­vam. Meu pai era lo­jis­ta de des­ta­que na so­ci­e­da­de ja­tai­en­se e por is­so nos­sa me­sa era far­ta e ad­qui­rí­a­mos, vez por ou­tra, bom­bons. “Seu” Ne­ném era pro­pri­e­tá­rio de uma lan­cho­ne­te da qual ti­ra­va o sus­ten­to do lar e in­ves­tia na edu­ca­ção dos fi­lhos Má­rioi e Di­di. Am­bos se for­ma­ram mé­di­cos gra­ças aos pas­té­is que seus pa­is fa­zi­am e mer­ca­de­ja­vam.  Te­nho a im­pres­são que dois ani­ver­sá­rios se­gui­dos do Re­na­to es­se sim­pá­ti­co ca­sal le­vou-lhe bom­bons.

Tam­bém de ele­va­do pre­ço eram ma­çãs. Vi­nham en­gra­da­das da Ar­gen­ti­nha e co­ber­tas de pa­pel. Dr. Gor­don, o gran­de mé­di­co e mis­si­o­ná­rio que fun­dou o Hos­pi­tal Evan­gé­li­co de Rio Ver­de e na mes­ma ci­da­de a Es­co­la de En­fer­ma­gem Cru­zei­ro do Sul, dis­se a mi­nha mãe que bom pa­ra com­ba­ter di­ar­reia em cri­an­ça ri­ca era ma­çã e em cri­an­ça po­bre, ba­na­na-ma­çã.

Ig­no­ro os no­mes ver­da­dei­ros do se­nhor Ne­ném e da do­na Iaiá. Co­nhe­ce­ram-se no Rio de Ja­nei­ro, on­de ela re­si­dia( des­co­nhe­ço se aí nas­ce­ra, pen­so que sim), quan­do ele, na­tu­ral de Ja­taí, na Ca­pi­tal da Re­pú­bli­ca ha­bi­tou e foi po­li­ci­al.

Ne­ném era ir­mão do Se­bas­ti­ão Fer­rei­ra, co­nhe­ci­do mais por Se­bas­ti­ão Tur­co, que con­cor­reu pa­ra ve­re­a­dor, pe­lo PSD,  em 1962. Não con­se­guiu se ele­ger. Vi­veu mais de 100 anos. Idem o Du­du, do­no de bar(on­de se jo­ga­va do­mi­nó) na Ave­ni­da Go­i­ás. Jo­sé  Au­gus­to Fer­rei­ra e do­na Ma­ria eram os ou­tros ir­mãos do se­nhor Ne­ném. Jo­sé Au­gus­to Fer­rei­ra, mais co­nhe­ci­do por Zé Fer­rei­ra ou Dr. Jo­sé Fer­rei­ra, a exem­plo do Se­bas­ti­ão,  fo­ram pres­bi­te­ri­a­nos e ma­çons. Ne­ném e do­na Iaiá, pres­bi­te­ri­a­nos. Idem a do­na Ma­ria,  mui­to ami­ga de Ma­ria Cla­ra, mi­nha mãe. Jo­sé Au­gus­to foi ad­vo­ga­do de pres­tí­gio na Co­mar­ca, se­cre­tá­rio da Pre­fei­tu­ra, pre­fei­to in­te­ri­no e de­pu­ta­do es­ta­du­al. O ape­li­do Tur­co de­ri­va­va do pai, que nas­ce­ra em ter­ras, se não me en­ga­no, li­ba­ne­sas, daí o pseu­dô­ni­mo Jo­sé Tur­co. Sua es­po­sa era ja­tai­en­se.

O no­me ofi­ci­al da Di­di( fi­lha do Ne­ném e Iaiá), me pa­re­ce ser Dja­ni­ra, En­trei pa­ra  os qua­dros do Fis­co es­ta­du­al em 1970 e uns dez anos ou mais tam­bém o fez es­sa mi­nha con­ter­râ­nea, po­rém não ti­ve con­ta­to com ela. Tal­vez a te­nha vis­to, sem re­co­nhe­cê-la, em al­gu­ma re­u­ni­ão do Sin­di­fis­co ou da Af­fe­go. Na fes­ta de 100 anos do seu tio Se­bas­ti­ão ti­ve o pra­zer de me avis­tar com do­na Iaiá e ela me deu nú­me­ros de te­le­fo­nes da co­le­ga Di­di. Dis­quei, nin­guém aten­deu. Cons­ta-me que mo­ra em Bra­sí­lia. Foi es­po­sa do mé­di­co Ené­as Car­nei­ro, que veio a ser de­pu­ta­do fe­de­ral por São Pau­lo e can­di­da­to à Pre­si­dên­cia da Re­pú­bli­ca. Ser-me-ia pra­ze­ro­so me en­con­trar com ela.

 

(Fi­la­del­fo Bor­ges de Li­ma. fi­la­del­fo­bor­ges­de­li­[email protected])

 


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