Deixando saudade, dona Lili partiu para a eternidade
Redação DM
Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 21:47 | Atualizado há 7 anosAo aportar-se no mundo físico vindo a lume no então distrito e hoje município de Cristianópolis, neste Estado, nossa ilustre homenageada nasceu em 17 de junho de 1932, no lar humilde e generoso de seus pais José Ornélio da Silva e Simeana Pinheiro da Silva.
Revestindo-se na indumentária física feminil recebeu na pia batismal e no cartório de registro civil da histórica e progressista cidade goiana de Pires do Rio onde fora registrada o nome e Leonor Ribeiro da Silva. Bela e graciosa a pequena garota campesina, meiga e formosa como a flor do campo, também anelava crescer “em estatura, em sabedoria e em graça diante de Deus e dos homens.”
Oriunda de tradicional família de protestantes hoje denominados evangélicos a alma boa e generosa daquela futura educadora da humanidade trazia em sua bagagem um desejo enorme de crescer e avançar sempre na senda luminosa do saber e do conhecimento. Educada sob o pálio generoso das luzes do Evangelho de Jesus com o apoio dos pais, esforço pessoal e com as lágrimas do próprio sacrifício jornadeando sempre pelo caminho que deveria andar forjou sua ilustre, brilhante e irreparável personalidade.
Enquanto o tempo passava celeremente o coração venturoso daquela jovem bela e encantadora que já agregara inúmeras virtudes ao rico patrimônio moral de sua personalidade ousada e sem jaça, batia descompassadamente ávido por dar adeus à solidão. Certa feita em uma de suas inúmeras andanças ali pelas plagas da Campininha das flores o mais antigo e mais famoso bairro da Capital de Goiás, aquela jovem educada, trabalhadeira, formosa, meiga, exuberante e bela depara com a elegante e carismática figura do jovem Freud de Melo.
Nascido em 25 de agosto de 1935 em Cachoeira de Goiás neste Estado o inteligente Freud de Melo, filho biológico do Dr. Mário de Melo e Ernestina Alves Pereira e que mais parecia um galã do cinema cedeu aos encantos da prima de Iris Rezende Machado e por ela se apaixonou perdidamente. Vencidos pela força irresistível do cupido os dois se enamoraram e vieram a contrair núpcias em Goiânia, Capital deste Estado em 12 de novembro de 1955, quando ela em adotando o apelido de família do marido passou a chamar-se e a assinar-se Leonor Ribeiro da Silva Melo.
Desta união harmoniosa e duradoura adveio o nascimento dos filhos: Margareth, Miryan, Mário José, Mara e a kardecista Márcia que desde há muito deixou o ergástulo carnal e retornou ao Oriente Eterno. Desta prole ficaram 12 netos e 9 bisnetos que hoje encantam os olhos e balsamizam o forte, duro mas generoso coração do polêmico, brilhante e laureado advogado, jornalista, professor, fazendeiro, empresário, ex-vereador e ex-Prefeito de Aparecida de Goiânia Dr. Freud de Melo.
Vale lembrar que no período administrativo aparecidense de 01 de janeiro de 1.977 a 25 de novembro de 1.981 quando seu marido fora prefeito da cidade, dona Lili sem nenhuma remuneração financeira foi uma primeira dama extraordinária, generosa e amável entregando-se de corpo e alma aos irmãos menos aquinhoados de bens materiais. Prestativa e atenciosa revelam os anais da nossa história e comprova a realidade extreme de dúvidas, que ela foi uma esposa prestimosa, dedicada e fiel, uma excelente dona de casa, uma mãe de família exemplar, amorável, cautelosa, enérgica e que soube criar e educar seus filhos na senda luminosa do saber, do amor e da justiça.
A sua, pelos tempestuosos caminhos da vida imperecível foi uma trajetória laboriosa e repleta de êxitos e vitórias. Perseguindo sempre o enorme desejo de oferecer conforto e qualidade de vida a seus filhos ela nunca se descurou “daquelas outras crianças que”, famintas e maltrapilhas perambulavam desalentadas pelas ruas da cidade, vagando sem rumo, sem leme, sem direção e sem teto. A excelente educação moral por ela transmitida aos filhos amoráveis fê-los transformados em homens e mulheres de bem, cidadãos e cidadãs honrados e trabalhadores, criaturas dignas, amáveis, queridas, respeitosas de conduta exemplar e de excelente formação. Ao depois de uma árdua e proveitosa existência física mourejando pelos tempestuosos caminhos da vida temporal a professora, advogada, escritora e poetiza Leonor Ribeiro da Silva Melo, missionária da vida e cidadã do universo aos 85 anos, no entardecer do ano findo, mais precisamente em 30 de dezembro de 2017, decide atender ao chamado do Alto, deixa o nosso amável convívio e vai habitar uma das muitas moradas da casa do Pai.
Em sua última existência física, sem ostentação vazia e sem cultos aparentes, nossa homenageada foi cultora permanente e fervorosa adepta da fé evangélica. Na leira deste entendimento cristão procurou sempre conduzir suas “crianças no caminho por onde deveriam andar.” Ao ausentar-se do mundo físico para retornar à pátria da verdade, além de uma prole numerosa composta de ilustres e ilibadas personalidades ela deixa um legado precioso de numerosas lições dignas de ser seguidas. Em nossa memória ficou grafado de forma indelével a imagem de uma mulher simples, delicada, extremamente humilde, mas dinâmica, determinada, trabalhadora, honesta e honrada.
Ao tributar-lhe esta simples e sincera homenagem, através deste singelo e descolorido artigo de nossa humilde lavra desejamos saudar e abraçar afetuosa e carinhosamente a todos os seus familiares e amigos através da enigmática e fantástica figura de Fred de Melo que se auto nominou pai adotivo da nossa hospitaleira e portentosa Aparecida de Goiânia. Ao arrebatá-la e guindá-la a outro patamar da vida imperecível Deus nosso Pai de Amor, de extrema bondade e infinita misericórdia enseja o cumprimento da soberana lei do amor universal. Portanto este não é um momento para lamentações mas a oportunidade de manifestarmos extrema e profunda gratidão aos Céus pela existência preciosa deste extraordinário exemplar humano que passou pela vida não em brancas nuvens, mas esparzindo o amor, disseminando o bem e plantando a paz no coração da humanidade.
A humildade, a simplicidade, a sinceridade de propósito, o amor aos familiares e o imenso desejo de servir ao próximo, são marcas indeléveis da muito bem urdida personalidade da nossa querida e estimada personagem. Ao atender o inadiável convite do Grande Arquiteto do Universo, esta extraordinária líder familiar parte para eternidade, deixando saudades e o exemplo de uma história de vida brilhante e forjada na força extraordinária do trabalho. A sua foi uma luta incansável, sustentada com a fé fervorosa em Deus, a força e a tenacidade de uma mulher humilde, mas forte, determinada, guerreira e incansável batalhadora em favor da família, do bem estar social, da esperança, do amor e da paz.
Ao longo de sua humilde trajetória pelos caminhos da vida física, a bondosa senhora, a esposa exemplar, a mãe carinhosa, a fervorosa cristã, mais, sobretudo o incontestável líder deixou-nos o precioso legado de seu exemplo marcante e digno de ser seguido. Com os nossos sentimentos de apreço, de estima e solidariedade a todos os familiares e amigos de dona Lili, manifestamos a certeza inabalável de que a misericórdia do Criador haverá de confortar a todos, proporcionando-lhes momentos de compreensão, serenidade e paz interior.
Ao homenagear nesta fala derradeira a ilustre amiga e poetisa de escol, que deixa o nosso amável convício para regressar à pátria espiritual, ousamos plagiar o laureado poeta brasileiro Antônio de Castro Alves: “Vai poetisa, rompe os ares, os céus, os mares, Deus ao chão não te amarrou.”
(Irani Inácio de Lima, presidente da Associação Jurídico Espírita do Estado de Goiás)