Desobediência civil pode ‘tomar’ as ruas e contaminar as eleições
Diário da Manhã
Publicado em 28 de janeiro de 2018 às 01:02 | Atualizado há 4 meses
- Railton Nascimento diz que direitas, que perderam em 2002, 2006, 2010 e 2014, não aceitariam derrota em 2018
- Mauro Rubem alerta para o risco de incêndio no Brasil com uma suposta prisão de Luiz Inácio Lula da Silva
- Manifestações ocorrerão após dia 29, greve geral ameaça mercado em 19 de fevereiro e inicia-se batalha jurídica
O risco de um incêndio político e social tomar conta das ruas, no Brasil, hoje, em uma suposta prisão do ex–presidente da República por dois mandatos consecutivos [2003-2006 e 2007- 2010] Luiz Inácio Lula da Silva é elevado. É o que afirma o presidente da Central Única dos Trabalhadores, seção de Goiás, o ex–deputado estadual Mauro Rubem de Menezes, da esquerda petista.
— Ministro do Supremo Tribunal Federal [STF], Marco Aurélio de Mello faz a leitura correta. Da desobediência civil.
SELETIVA E PARCIAL
O Brasil vê, hoje, reinar a cultura da impunidade, da justiça seletiva, parcial, partidária, denuncia o sindicalista. Não existe político do PSDB condenado, apesar das denúncias do Ministério Público, ataca. O Caso do Mensalão do PSDB, arquitetado por Eduardo Azeredo, ex–presidente nacional da sigla, permanece sem julgamento, ataca. O crime é de 1998, frisa.
– Trata-se da criminalização da Política e dos movimentos sociais, urbanos e rurais, da politização do Judiciário, que quer exercer protagonismo político e parlamentar.
Mauro Rubem insiste que é uma nova etapa do golpe executado, em 2016, com o impeachment de Dilma Rousseff. A segunda ocorreu com a aprovação das reformas do Ensino Médio, Trabalhista, a privatização do Pré-Sal, o pacote de privatizações e concessões, a liberação escandalosa de emendas parlamentares à beira de votações, conta. A terceira é do TRF, diz.
SEM PLANO B
— Com a condenação, em 2ª instância, sem provas, um tríplex que não é de sua propriedade, de Luiz Inácio Lula da Silva.
Não há Plano B, no PT, insiste. A candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva será registrada, na Justiça Eleitoral, dia 15 de agosto de 2018, avisa. O Tribunal Superior Eleitoral [TSE] irá anunciar a sua decisão em 19 de setembro, explica. À sentença, ainda cabem recursos, adianta. A eleição ocorrerá dia 7 de outubro, observa. “Recorreremos ao STJ e ao STF, se necessário.”
— Com as atenções voltadas para o dia 24, em Porto Alegre, Raquel Dodge pede ao STF arquivamento de ação contra José Serra.
Tempos sombrios. É assim que o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a CTB, seção de Goiás, e do Sinpro, o Sindicato dos Professores da Rede de Ensino Privada, Railton Nascimento, define o cenário político de 2018. Pós-golpe de 2016, contra Dilma Rousseff e suas supostas pedaladas fiscais, e às reformas ultraliberais de 2017, dispara.
FRÁGIL DEMOCRACIA
— A frágil democracia, que completaria 30 anos em 5 de outubro de 1988, pós-promulgação da Constituição Cidadã de 1988.
O consórcio PSDB-DEM-PPS, que havia perdeu as últimas oito eleições à presidência da República — 1º e 2º turnos de 2002; 1º e 2º turnos de 2006; 1º e 2º turnos de 2010; 1º e 2º turnos de 2014; — não aceitariam uma nova derrota nas urnas eletrônicas, em 7 de outubro de 2018, aponta o professor. Um marxista renovado e adepto das ideias de Vladimir Ilich Ulianov, Lênin.
— Datafolha, Ibope, CNT/ Sensus, Vox Populi, institutos de pesquisas, apontam a liderança, isolada, de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em tom de indignação, Railton Nascimento afirma que, agora, a cereja do bolo dos golpistas, como classifica os aliados de Michel Temer [PMDB-SP], Fernando Henrique Cardoso [PSDB-SP] e Jair Bolsonaro [RJ], é prender o líder popular petista e impedi-lo, de vez, de ser candidato a presidente da República, diz. “Para retirar a esperança em um projeto democrático e popular.”
— A reação popular do movimento social organizado, sindical e dos partidos progressistas irá se manifestar nas ruas.
“DEUS MERCADO”
A economia, com o ‘Deus Mercado’, submete a esfera política, forçando-a a eleger aqueles que defendem seu credo neoliberal, analisa o filósofo político. A política é demonizada, resume. Para fazer emergir os denominados ‘outsiders’, pontua.
Existe, ainda, um velho e novo poder, quase imperial, o Judiciário. Com arbítrio de jovens e homens de meia idade, reclama o ativista.
— Magistrados, burocratas do Estado, que criminalizam a atividade política, as esquerdas e os movimentos sociais.
Saiba Mais
2002 Início do projeto do PT, democrático e popular, com Lula
2009 Golpe depõe, em Honduras, Manuel Zelaya
2012 Golpe destitui, Fernando Lugo, lá no Paraguai
2016 Impeachment afasta petista Dilma Rousseff
2017 Tensão e crise na Venezuela: Nicolás Maduro
2018 Lula lidera as pesquisas e é condenado