Só rindo…

O ator Marcelo Serra­do está passando por Goiás neste fim de se­mana. Ontem ele apresentou em Anápolis o show de humor “O ATORmentado” e, hoje, às 21 horas, e amanhã, às 18 ho­ras, o apresenta a mesma peça em Goiânia, no Teatro Madre Esperança Garrido. Com im­proviso e interações, a mon­tagem possibilita um contato mais próximo com o intérpre­te do querido Crô, de forma acessível e humanizada. Seu bom humor prevalece em cena ao abordar temas que vão de relacionamentos à oni­presente da internet.

Em cena, o ator entrega um show em que o público pode identificar-se de cara. Pois, faz o estilo “gente como a gente” e até conta um pouco sobre suas peripécias como pai de três fi­lhos – ele tem uma menina e dois meninos gêmeos idên­ticos, e uma das revelações do show é que ele sofreu cer­ta dificuldade para diferenci­á-los. Nesse clima de “confis­sões”, a interação com a plateia corre solta especialmente em dois momentos de improvisos. Logo, embora roteirizada, cada sessão de “ATORmentado” pode ser considerada única.

“É sempre um risco e uma aventura entrar diante do pú­blico sem um personagem, como estou nessa peça. Adoro fazer este espetáculo, que tem viajado para alguns lugares e dado muito certo. Espero que todos gostem”, disse o artista em entrevista ao DMRevista.

Como nem tudo são flores, é claro que não poderia fal­tar na peça um assunto muito em voga no Brasil atual: polí­tica. Porém, Marcelo Serrado– que ano passado deu vida ao juiz Sérgio Moro, no filme Lava Jato: A Lei é Para Todos, de Marcelo Antunes – garante que o tema é abordado com le­veza na peça.

“A gente fez de uma ma­neira muito bem-humorada, sem tomar partido. É uma co­média, uma diversão. Esse é o intuito do espetáculo, que é brincar com esses temas to­dos. Até porque da política tem que se tirar humor, em um momento tão maluco e uns candidatos tão loucos que a gente tem aí ”, comenta.

A experiência de viver o emblemático Moro nas telo­nas, ele encara como “baca­na”. Porém, tem consciência, de que o nome do filme ain­da está distante da realidade, já que quando o questiona­mos se acredita que no Brasil a lei realmente funciona para todos, ele disse: “O Brasil é um país muito desigual, que a gente vê que a lei funciona para uns e para outros, não. Espero que no futuro isso me­lhore. Sigamos!”

PROJETOS

E Marcelo Serrado está se­guindo. Sua agenda profis­sional de 2018, por exemplo, está repleta de compromissos em diversas áreas da drama­turgia, muito pela sua capaci­dade de ser bom tanto na co­média, como no drama. Além de “ATORmentado”, o artista tem tem atuado no espetáculo “Os Vilões de Shakespeare”, de Steven Berkoff com a adapta­ção de Arnaldo Carneiro e di­reção de Sergio Módena, que após temporada no Rio de Ja­neiro, vai chegar a São Paulo.

Esta montagem é um mo­nólogo no estilo stand up, no qual o ator dá vida aos vilões mais conhecidos do drama­turgo inglês, a exemplo de Ma­cBeth, Coriolano, Ricardo III, Iago e Shylock. “É uma peça bem contundente e forte, mas também tem muito humor também”, conta.

Outro projeto que o ator tem celebrado é a volta de seu per­sonagem mais popular nas no­velas: Crô, o mordomo da vilã Tereza Cristina (Christiane Torloni), que roubou a cena, na novela Fina Estampa, de Agui­naldo Silva, que foi ao ar em 2011 e 2012. Após o sucesso desta atuação, a “bee” ganhou um filme só seu, intitulado Crô, que foi um sucesso, atingindo a marca de 2 milhões de especta­dores. E, agora o longa terá con­tinuidade em Crô 2.

“As filmagens começam se­mana que vem e é um barato voltar com este personagem muito adorado, que as crian­ças e adolescente amam. O primeiro filme foi um suces­so e estamos torcendo muito para que a sequência dê certo e vamos ver o que vai aconte­cer”, comenta.

Depois de Crô 2, Marcelo Serrado segue direto para ou­tro longa, e em julho, o ator que acabou de viver o vilão Mala­gueta, na novela Pega Pega vai voltar às telinhas. Ele fará par­te do elenco da próxima nove­la das 21h, da Globo, também de Aguinaldo Silva intitulada O Sétimo Guardião.

TRAJETÓRIA

Apesar do sucesso de Crô, Marcelo Serrado não pode ser considerado como um ator de um só personagem. Ele, já os­tenta mais de 30 anos de car­reira, vivendo tipos diferen­tes. Seu primeiro papel na TV foi na extinta Manchete, na novela chamada Corpo Santo (1987). De lá pra cá não se aco­modou. Ele passou por outras emissoras e deixou na memó­ria de muita gente, persona­gens como o médico César, de Por Amor (1997 e 1998).

Após anos na Rede Globo, Serrado ousou e resolveu mu­dar o caminho dos persona­gens e emissoras. Em 2005 ele foi para Record onde protago­nizou pela primeira vez uma novela, a Prova de Amor (2005- 2006) e estrelou ainda mais duas produções na casa até re­tornar à Globo.

O novo rumo que Marcelo Serrado deu a carreira, segundo ele, foi fundamental para o bom momento que vive hoje. “Vou atrás de grandes personagens! Eu mudei, fiquei mais madu­ro e outros papéis vieram! Nun­ca podemos nos sentir seguro. O ator tem que estar sempre que­rendo desafio e algo novo”, conta o artista que no teatro também é atuante. Alguns de seus traba­lhos são nas montagens: “Tudo É Tudo e Nada É Nada”, a adapta­ção “Rain Main” e “Tom & Viní­cius, O Musical”.

MARCELO SERRADO – O ATORMENTADO

Quando: hoje, às 21h, e dia 28, às 18h

Onde: Teatro Madre Esperança (Av. Contorno, 241 – St. Central, Goiânia)

Ingressos: 80 inteira e 40 meia (1 kg alimento antecipado paga meia)

Informações: (62) 4141-2270