A Morte
Redação DM
Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 23:25 | Atualizado há 8 anos
A morte não deveria, e não deve ser comemorada por ninguém. Todo esforço do homem, ao longo da história, dá-se no sentido de ampliar a vida e melhorar a qualidade da vida dos viventes. No entanto, paradoxalmente experimentamos no Brasil uma marcha inversa a esta lógica. Porquê?
No último dia 16, três bons policiais de Caldas Novas foram baleados no exercício de sua missão: dar segurança a terceiros. A vida destes homens, como dos demais Policiais mundo afora, se resume na abnegação de se expor para garantir a integridade física e moral de pessoas que não conhecem. Ainda assim, tornam-se cada vez mais alvos de pessoas inescrupulosas, sem qualquer valor moral ou princípio ético, e para os quais algumas entidades ainda insistem em dizer: vítimas do sistema.
A teoria da vitimização é passada. Uma infância pobre, sofrimento e dor, não pode justificar a opção pelo crime. Fosse assim, pessoas como eu e muitos outros por aí, também deveriam viver fora da lei. Não é o que se vê. O que tem estimulado o crime no Brasil é o ganho fácil aliado a uma penalização remota. O risco tem sido mínimo, para um ganho máximo. Uma vida nababesca. Tanto é verdade que, cada vez mais jovens de classe média, não pobres, sem o hábito do trabalho que na minha época era exigido do menino já aos 10 anos de idade, vem se entregando ao crime. Exibir carrões acompanhados de mulheres seminuas nas redes sociais, tem se tornado o auge do sucesso. O mundo real não cabe nas redes.
O enfraquecimento das instituições de Segurança Pública foi um propósito da esquerda sem propósito. Igualmente, enfraquece-se os professores, estes também vítimas de um sistema cuja inversão de valores tem sido a pedra de toque. Direitos, direitos e direitos: todos sabem de cor quais são os seus. Mas obrigação é coisa do passado, como se o direito fosse um dom natural e a obrigação um pecado capital. Direito e dever andam de mãos dadas, como sempre foi e sempre será. Nesta barafunda que se tornou a vida em sociedade, comemorar a morte de marginais, que confrontam a polícia sem temor nem pavor tem ganhado proporções. Alguns ainda se escandalizam, mas já não têm coragem de dizer isto abertamente. É o desespero de uma sociedade ineficaz e cada vez mais exposta ao crime. O que fazem nossos doutos dirigentes a respeito? Teorizam sem dizer nada de novo. Exemplo disto foi a nobre presidente do STF, que esteve em Goiás a propósito da rebelião na Agência prisional e propôs a destruição das armas recolhidas nos fóruns do Estado, sem nem sequer mencionar os agentes mortos a tiros. O que tem armas apreendidas com rebelião em presídio? Os agentes não era problema dela.
O sucesso da atuação Policial em Caldas Novas foi de 90 por cento. Seriam 100 por cento se nenhum PM tivesse sido alvejado. A morte de criminosos que afrontam a Polícia não pode e não tem sido chorada. Infelizmente, chegamos a este ponto. As redes sociais comprovam esta verdade. E isto, por um motivo único: A Polícia, bem ou mal, tornou-se a última esperança do povo abandonado por governos corruptos. É hora de mudar o jogo. É hora do legislativo e Executivo serem renovados. É hora de buscarmos líderes que pensem na classe trabalhadora ao invés de pensar nos próprios ganhos. É hora de valorizar empesas que não participam de maracutaias e que dão emprego ao povo. É chegada a hora do bem vencer o mal. Nesta luta, as policias são a justiça do povo que não vêm outra solução. Parabéns aos Policiais que livraram a população de Goiás de marginais inescrupulosos. O povo Goiano venceu uma batalha. Venceríamos todas, se os poderes constituídos lutassem pelo bem do povo. Ainda veremos esta hora chegar. Ainda há esperança. E aí, a morte nos irá escandalizar. Quanto mais, se de homens que trabalham anonimamente pelo bem comum.
(Avelar Lopes de Viveiros , cel RR PMGO, diretor de unidades de conservação da Amma)