As eleições vêm aí, oxalá, melhor controladas
Diário da Manhã
Publicado em 12 de janeiro de 2018 às 23:30 | Atualizado há 7 anosO atual presidente do TSE está no poder há um bom tempo, essa demora contraria a regra democrática. De forma que, assim como a nação precisa de oxigenação no Congresso, Assembleias estaduais, Câmaras Municipais, de igual forma, mudança de quatro em quatro anos no poder executivo, o mesmo deve acontecer, na Justiça Eleitoral, ou será ele, presidente vitalício? A repetição de mandatos, por meio de reeleições infindas no Parlamento, estados e municípios, terá que, de igual forma, ser limitadas, no máximo, a uma vez. Mudança dessa natureza, leitor eleitor, é extremamente necessária, para fortalecer a democracia, prevenir a formação da famigerada oligarquia. Por meio do voto, voto consciente sapiente, você atrapalha o surgimento, como está a acontecer, de familiocracia na vida publica, meio caminho para a oligarquia, praga milenar que persegue a república, desde o seu nascedouro.
Creio ser de bom alvitre rememorar que foi uma assembléia de oligarcas que condenou um dos primeiros, e maior filósofo, sábio da antiguidade, a tomar cicuta e, dessa forma, à morte. Estou me referindo à Sócrates que, naqueles tempos idos, era um espinho, percalço, nas solas dos sapatos deles, oligarcas absolutistas. Em nosso caso, caso brasileiro, a República nasceu mais do que oligarca, caudilhesca. Em seguida, após o período dos três primeiros presidentes civis, inaugurado por Prudente de Morais, seguido por Campos Sales e findo por Rodrigues Alves “oligarquizou-se” mais ainda, a novel república, com a política dos governadores, onde, Minas Gerais e São Paulo se alternava, de forma ardilosa, no poder, costume grotesco afeiçoado ao patrimonialismo, ou seja, enriquecer-se às custas do estado, erário público. Desrespeitava, fazia-se ouvido mouco, as regras democráticas de alternância, transparência nas eleições, como determinava a lei, facilitando o enriquecimento ilícito.
Estou fazendo toda essa dissertação, para cutucar, lembrar a cúpula do STF, de que, está passando da hora de oxigenar a Justiça Eleitoral, colocando, na presidência, no lugar do ministro Gilmar Mendes, um tanto desgastado, objeto de críticas acirradas por envolvimento em questiúnculas mal cheirosas, outro presidente, presidente mais enérgico, diligente, capaz de promover pleito eleitoral inédito, com jogo de cintura suficiente para passar a rasteira, em miríade de candidatos mal intencionados, que se valem de meios escusos, para continuar mamando nas tetas do erário público, constituído, a duras penas, pela sociedade contribuinte. De forma que, na condição de eleitor consciente valendo-me da liberdade de manifestação e, também, de participação na vida política de meu país, política maiúscula, aproveito o momento, ano novo, inovação altiva, para concitar todo eleitor amigo da democracia, defensor da ordem constituída, dessa forma, ferrenho adversário dos que, na atual conjuntura, valem-se de meios escusos para tirar proveito próprio, perpetuar-se no poder, à luta, luta renhida, capaz de mudar, de vez, a cara da república, passar o país a limpo.
Tamanha e tão nobre causa, deverá começar, pela mudança na cúpula da justiça eleitoral, substituindo de forma legal, o atual presidente por outro, oxalá, inovador, enérgico, vigilante, diligente, no combate as fraudes, abusos sempre repetitivos nas eleições brasileiras. De sorte que, como diz o brocado: “O hábito do cachimbo faz a boca torta”. Sabido é que, a artimanha eleitoreira vem de longe, bem longe, embutida nas campanhas eleitorais nababescas. O flagelo continua, pois, a contribuição de pessoas jurídicas, agora, extinta, foi substituída pelo malsinado fundo partidário. Além do mais, os candidatos amantes do poder pelo poder, e, nunca pela comunidade, irônico, pelo senso comum, deveria ser, ela, a grande beneficiária, razão de ser da política, como arte de promover o bem-estar socioeconômico do povo, vem ficando no faz de conta. Incrível, no lugar de ganhar o pleito gastando as solas dos sapatos, poderão aumentar ainda, substancialmente, o seu arsenal financeiro, buscando donativos da sociedade eleitora, exceto as pessoas jurídicas.
A coisa, a primeira vista, aparenta estranha, abusiva, no entanto, os contribuintes, neste caso, poderão, no lugar das pessoas jurídicas, controlar os candidatos, obrigando-os a cumprir as promessas de campanhas, algo que, atualmente, não acontece. Isso poderá acontecer com as lideranças civis, autênticas, amarrando os donativos, por escrito, as promessas feitas, durante a pugna eleitoral. Bem mais legal, poderá vir a ser, o compromisso de seriedade, transparência, no cumprimento do mandato outorgado pela sociedade votante, com cláusula, inclusive, de renuncia automática, sem o tal foro especial, ridículo, assegurando, mesmo quando julgado legalmente corrupto, no cargo, com todos privilégios.
Salve, pois, leitor eleitor, as eleições de 2018 quando, finalmente, depois de um pesadelo, longo e tormentoso inverno, a nação terá oportunidade de escolher, de forma pacífica, pelo voto livre, novos governantes. Ele, voto, é a arma, instrumento, mais sublime, poderoso da democracia, porquanto permitirá, neste ano, em meio ao “Petrolão”, a operação Lava Jato, pela primeira vez na história deste país – país, gigante pela própria natureza, porquanto, mesmo esbulhado, pelos inimigos da república, prospera, alimentando a esperança de sua altiva gente, em sua maioria, ainda, laboriosa, ordeira, dispensar imensa leva de governantes sujos e, ao mesmo tempo, contratar, de forma pacífica, novos dirigentes.
Pena que, pelo menos nas últimas eleições, predominou, ainda, o voto subserviente leniente, eivado de imperfeição moral: voto de cabresto, compadrio, mercantilizado ou comprado, vendido, entretanto, o longo padecimento da maioria de nossa gente – gente vítima da educação. Tal educação é vítima dos próprios, sucessivos gestores públicos, mal intencionados, que poderá ser sublimada por uma novel campanha, dirigida por um novo presidente do STE, que condenará, e, ao mesmo tempo, instruirá o eleitor sobre o real valor, inusitada importância, do voto consciente, ainda mais, calibrado, com sapiência, ou seja, sabedoria, substituindo o instinto, paixão, pela razão, tal como, o alinhamento de todos os vetores da aula de física, do curso secundário. Você eleitor terá resultante imensa, em torno da qualidade dos governantes, terá, realmente, governantes, em condições de passar o país a limpo, mudança verdadeira de paradigma na política, política fundada na ética, política como arte genuína de promover o seu bem-estar da comunidade, e, nunca instrumento de privilégios, mordomias, enriquecimento dos próprios gestores públicos, de forma estranha, estranheza máxima.
Sim senhor! Contratados pelo voto para governar, com maestria o estado, promovendo o bem-estar da comunidade, avançam, com paixonite aguda, gula gulosa, nos bens públicos, surrupiando-os, em beneficio próprio, como você assiste, a toda hora, no noticiário da imprensa escrita, falada, televisionada. O negócio leitor eleitor é aproveitar, o momento conjuntural de devassa que abarca toda sorte de figurões, além desses, pegar de surpresa as figurinhas. Dessa forma, a justiça, na esfera do juiz Sergio Moro, terá também, que vasculhar e apurar, nos estados e municípios, onde ainda fumega um tanto escondido, superfaturamento. Desse modo, como seu negócio só prospera com você dedicando, cuidando meticulosamente dele, o negócio de todos, ou seja, aquele, a que todos ajudam a construir, com os impostos que pagam ao Estado, só prosperará com sua participação, na vida política de seu município, estado e país.
Por isto, a sociedade contribuinte precisa ficar de olho, controlar, por meio de legítimas entidades classistas, o negócio de todos, do qual, você tem que ser membro ativo e decisivo, pois ele é vital, na promoção de seu bem-estar. Com efeito, trata-se de participação cívica, para o bem da república, e, deste modo, para o bem da sociedade, e, nunca, dos ocupantes do poder, ora, verdadeiros lobos em pele de cordeiro. Desse modo, o voto consciente é a maior arma – arma exclusivamente de sua propriedade, para fazer funcionar, com eficácia, oxalá, excelência, a democracia.
(Josias Luiz Guimarães, veterinário pela UFMG, pós-graduado em filosofia política pela PUC-GO, produtor rural)