1968, o ano que não terminou. 50 anos! Guerra do Vietnã
Diário da Manhã
Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 22:48 | Atualizado há 7 anos
O ano de 1968 carrega em si um enorme simbolismo, onde as paixões ideológicas exacerbadas explodiram em todos os cantos do mundo.
Marca permanente do ano de 1968 foi a guerra do Vietnã, que se arrastava desde 1959, até o seu fim em 1975.
O Vietnã era colônia francesa até o final da guerra da Indochina (1946-1954). Dividido em dois países: o Vietnã do Norte comandado por Ho Chi Minh, comunista, aliado à URSS, e o Vietnã do Sul, uma ditadura militar aliada aos EUA, no contexto da Guerra Fria.
Ideologizado, entra em guerra interna em 1959, e em 1964 os EUA decidem entrar na guerra em apoio ao Vietnã do Sul.
Em 1968 a guerra atinge seu ápice quando as forças norte-americanas sofrem grandes derrotas através da tática de guerrilha imposta pela Frente Nacional para a Libertação do Vietnã, liderada pelos combatentes do exército do Norte, que ficaram conhecidos como vietcongues.
Protestos ao redor do mundo pedem o fim da guerra. Soldados americanos mortos são expostos como estratégia política para o fim do conflito.
Neste cenário a voz de Louis Armstrong, em seu “Mundo maravilhoso” – tradução do título da música “What a wonderful world” – se torna símbolo para uma geração condenada à morte nos campos de batalhas na longínqua Ásia.
Dizia Armstrong:
“Vejo árvores verdes.
Rosas vermelhas também.
Vejo-as florescer
Para mim e para você.
E eu penso comigo mesmo.
Que mundo maravilhoso.
Eu vejo o céu azul.
E nuvens brancas.
O abençoado dia claro.
A sagrada noite escura.
E eu penso comigo mesmo.
Que mundo maravilhoso.
As cores do arco-íris.
Tão bonitas no céu.
Estão também nos rostos.
Das pessoas a passar.
Eu vejo amigos se cumprimentando.
Dizendo: “Como você vai?”
Eles estão realmente dizendo “Eu te amo”
Eu ouço bebês chorando.
Eu os vejo crescendo.
Eles vão aprender muito mais do que eu jamais vou saber.
E eu penso comigo mesmo.
Que mundo maravilhoso.
Sim, eu penso comigo mesmo.
Que mundo maravilhoso.”
Esse mundo conjecturado por Armstrong jamais se realizou.
Os EUA sofreram uma fragorosa derrota militar no Vietnã com mais de 1 milhão de pessoas mortas e o dobro de mutilados.
O ano de 1968 marcou densamente uma geração que viveu as mais brutais barbáries da guerra Vietnamita.
O Vietnã foi unificado em 1976 sob o regime do norte comunista.
(Henrique Matthiesen, bacharel em Direito, jornalista)