Palmeiras na rota do registral polo educacional
Diário da Manhã
Publicado em 27 de dezembro de 2017 às 23:26 | Atualizado há 7 anos“…educando-nos para que renunciemos a impiedade, os males mundanos e vivamos a sensatez, a justiça e a benignidade”
Tt 2,12
Militante no magistério por longos anos, tenho afirmado sempre que a educação é um processo vital, para o qual concorrem forças naturais e espirituais. É uma atividade criadora, difícil, necessária e, acima de tudo, compensadora, que visa levar o ser humano a realizar suas potencialidades físicas, intelectuais, morais e despertar os valiosos dons que Deus o concedeu. Ela abrange a pessoa de forma integral, ou seja, em toda a extensão de sua vida sensível, a fim de que lhe seja proporcionada formação adequada e harmoniosa do seu caráter e de sua personalidade. E no contexto de tudo isto, estão a família, a Igreja e o Estado, essencialmente.
Está evidenciado que a boa escolaridade e qualificação técnico-acadêmica permitem que o indivíduo se realize na vida profissional, obtendo mais renda e sendo instruído convenientemente. Daí o fato de que o ensino de qualidade nas suas várias modalidades, ser considerado um dos grandes fatores de desenvolvimento como um todo. E o estado, nos termos do artigo 205 da Constituição Federal, procura cumprir o seu papel (a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho), focando na garantia de uma educação pública de qualidade.
Diante do processo de globalização, do progresso tecnológico e objetivando ensejar um futuro mais próspero, sobretudo para a população jovem, os governantes eficientes estão se conscientizando de que urge o estabelecimento de políticas inteligentes no campo do ensino. E Goiás deu um avanço exemplar neste sentido, notadamente na última década, intensificando a formação profissional e abrindo caminhos para as antigas e futuras gerações.
Ensino Jurídico
Defendemos e conceituamos que a Justiça, sem dúvida, além de representar p dever moral de dar a cada um o que lhe é devido, é a base fundamental e insubstituível de todo o relacionamento entre as pessoas e os Estados. Sem ela, a vida social se torna uma imensurável hipocrisia e uma tremenda balbúrdia. E uma das principais responsabilidades da educação é instituir o senso de justiça no seio da sociedade, regulando adequadamente a vivência dos direitos e dos deveres, bem como o respeito aos direitos dos outros. Para isto, ela existe nas suas diversas modalidades: legal, distributiva, cumulativa, social e até divina.
Como principal canal de garantia e transmissão da Justiça está o Direito como o conjunto das normas jurídicas vigentes num país e que objetiva promover o equilíbrio nos vários setores de atividades humanas. É uma imprescindível ciência existente e explicada, substancialmente, nos sentidos subjetivo e objetivo. Neste, ele é o conjunto de normas que regulam as relações dos diversos sujeitos de direitos subjetivos, dividido em Natural, Positivo e das Gentes.
Trago na mente os inapagáveis ensinamentos de ilustres mestres do Curso de Direito, da UFG, na década de 60, destacando-se os inesquecíveis catedráticos Alaciel Prado, Clenon de Barros Loyola, Everaldo de Sousa, Paulo Amorim, Romeu Pires, Pereira Zeca e Armida Bergamine de Mioto. Abro um parêntese para o insigne professor de Introdução à Ciência do Direito, o então respeitável Emmanuel Augusto Perillo, nas intimidade cognominado de “Perillim”, ex-Reitor da UFG e ex-Diretor da Faculdade de Direito, que nas suas aulas citando Kant e Kelsen, transmitia-nos altivos ensinamentos da Filosofia pura do Direito. Autor de várias obras jurídicas, dava-nos uma visão legalista e principalmente da ciência tão bem ministrada.
Inovação na UFG
É importante ressaltar que a Universidade Estadual de Goiás teve extraordinário crescimento na última década, firmando-se como uma expressiva instituição de ensino. A prova disto é o fato de contar, atualmente, com 23 mil alunos nos diversos cursos que ela oferece em vários municípios. Com ensino de qualidade atestado pelo Ideb, esta universidade se destaca como indutora do progresso e do desenvolvimento em nosso Estado, demonstrando o cumprimento do sério compromisso deste Governo com a difusão da cultura ao nosso povo.
Como prova da progressão da UEG está a abertura de novas unidades e cursos em vários municípios, tais como Direito em Palmeiras, Morrinhos e Pires do Rio, assim como Medicina em Itumbiara. É, deveras, um gesto governamental digno de elogio, vez que estimula, sobremaneira, jovens e adultos interessados numa formação especializada.
Vale registrar que, recentemente, a UEG foi agraciada com o Prêmio Nacional de Educação Fiscal, vencendo 160 instituições brasileiras com o projeto “Educação Fiscal: um caminho para a coesão social”, cujo público-alvo são os alunos do ensino fundamental e médio, servidores públicos e comunidade universitária. Tal conquista foi resultado de pesquisas, inovações, profundo esforço e dedicação dos seus dirigentes.
Polo Educacional
Projetando-se e sobressaindo como expressivo centro produtor na agricultura, na pecuária, na indústria, na prestação de serviços e em inúmeras áreas da economia, Palmeiras prepara-se para se tornar exuberante polo educacional. É uma auspiciosa realidade que está a merecer apoio de todos os municípios e das lideranças políticas da região, tendo em vista o que este fato representará às futuras gerações.
Como professor e militante no ensino palmeirense na década de 70, sinto-me altamente regozijado por ter colocado um tijolinho nesta imensurável construção. Acreditei, à época, no potencial da população e me predispus a colaborar com os gestores públicos e com os dirigentes do ensino local. Foi uma semente que germinou através dos anos e que por certo produz hoje os frutos necessários. A prova disto, é que sempre recebo a gratidão de ex-alunos que souberam absorver os ensinamentos ministrados. É, indubitavelmente, uma inusitada a imorredoura recompensa que nos deixa altamente embevecido.
Neste 2018 em que o município completa seus 113 anos de emancipação política, o funcionamento de uma Faculdade de Direito é um notável presente ofertado pelo governador aos seus conterrâneos.
(Anibal Silva, jornalista, professor aposentado, bacharel em Direito, delegado de Polícia da Classe Especial, membro da Academia Goiana Maçônica de Letras, da Diretoria Executiva da AGI e da Academia Cezarinense de Letras e Artes)