Trabalhando a alma

O Natal, além de represen­tar o nascimento de Je­sus Cristo para as religi­ões cristãs, também é um período de contato entre as pessoas. Tal­vez as luzes que enfeitam a cida­de, ou o clima ameno com as gra­mas verdes dos parques, não se sabe. Mas durante o período que precede o Natal às pessoas se tor­nam mais bondosas, com vontade de ajudar e estar perto do próximo. Enfim, muitos procuram utilizar o tempo livre das férias para praticar uma boa ação, além do que o Na­tal e o final do ano podem signifi­car o contrário de tudo que disse para pessoas em situações de risco ou com dificuldades em geral.

Para estas pessoas que tem tempo, vontade e um coração bom, existem diversos locais e organizações que não só procu­ram mas necessitam de serviços voluntários para o final do ano. São várias pessoas atendidas por essas organizações que, mes­mo com um contingente huma­no pequeno, conseguem auxi­liar na reintrodução a sociedade de ex-detentos, exames médi­cos e atendimento para deficien­tes, lar para pessoas idosas e ou­tros. Entramos em contato com algumas dessas organizações para repassar ao leitor do Diá­rio da Manhã as possibilidades de serviço voluntário e também como entrar em contato com es­ses espaços. A maioria deles já tem uma longa trajetória, alguns com mais de 25 anos de existên­cia, mas ainda sim necessitam de cada vez mais apoiadores.

Entre os entrevistados que encontramos durante a pesqui­sa está a figura de Paulo Dani­lo. Ele conta que trabalha como voluntário em projetos há mais de 26 anos. Atualmente é vice­-presidente da Associação de Proteção e Assistência ao Ree­ducando (Apar) e presidente da Sociedade Espírita Trabalho e Esperança (Sete). Todos os dois projetos em que Paulo é ativo tem relação com jovens infrato­res ou jovens em situação de ris­co. O projeto Apar, por exemplo, faz visitas em Centros Provisó­rios onde esses jovens estão re­tidos. Já a Sete, de acordo com Paulo, ele trabalha o “antes da infração”, pois fornece cursos de formação para que o jovem não precise entrar na vida do crime. Paulo Daniel conta que atualmente existem 260 meno­res em reclusão, por conta de crimes de pequeno porte. Tam­bém existem alguns, que são atendidos pela instituição Apar, que cometeram crimes como latrocínio e assassinato.

NATAL

Paulo Danilo é ex-presidente da Associação de Proteção e Assistên­cia ao Reeducando (Apar) e atu­al vice-presidente, trabalha como voluntário nesta ONG há mais de 15 anos. No sábado será reali­zada uma ação com os menores apreendidos no Centro de Aten­dimento Socioeducativo, localiza­do no Vera Cruz 2, em Goiânia. A visita dos voluntários será realiza­da no período da manhã. De acor­do com Paulo Danilo, a ação será simples e deve durar por volta de 10 a 15 minutos, devido a quanti­dade de alojamentos que devem ser visitados (12 alojamentos com 12 menores em cada). A ativida­de consiste em uma pequena con­versa sobre o Natal, entre os vo­luntários e os menores, depois os membros da Apar vão presentear os jovens infratores com um pe­quena lembrancinha com uma mensagem de natal e um calen­dário, que de acordo com Paulo é um presente que os menores apre­ciam. “Eles gostam de ver as datas de audiência e de visitas”.

A mesma ação também será realizada no Centro de Interna­ção Provisória (CIP) na Rua Leo­nardo Vince, no Jardim Europa. De acordo com Paulo, o traba­lho com os menores é realizado dentro dos centros durante o ano todo com a presença desses vo­luntários. Desta forma, a relação entre estes se estabelece em cada visita, que são sempre pautadas no método de ensino de Paulo Freire, como conta Paulo. “Leva­mos sempre um método inspi­rado nos pensamentos de Paulo Freire. Visitamos os alojamentos e o menor escolhe um tema do seu interesse para ser debatido junto aos voluntários. Os temas geralmente giram em torno da fa­mília, da liberdade e drogas.

“A Apar é uma ONG que a mais de três décadas auxilia os reeducandos e familiares pres­tando serviços a essa parcela da sociedade que é extremamen­te discriminada atendendo tan­to dentro dos muros como fora”. conta Paulo. A forma como eles encontram para evitar que o menor entre para o crime são cursos profissionalizantes, en­caminhamentos ao emprego, assistência de cesta básica, tra­tamento dentário, psicológico e etc. Para participar como volun­tário na Apar é necessário com­parecer no local onde a organi­zação está instalada na Avenida Anhanguera, número 5389, Ed. Anhanguera sala 1708, Centro. Em alguns casos o voluntário pode participar apenas se ins­crevendo, porém, em casos mais específicos, será recomenda­do um curso de voluntariado na Organização de Voluntários de Goiás (OVG). Você pode entrar em contato com a Apar no telefo­ne (62) 3093-5364 ou pelo e-mail [email protected]

PREVENINDO

Paulo Danilo conta que teve que se desligar da presidência da Apar por conta do seu traba­lho em outra instituição, a So­ciedade Espírita Trabalho e Es­perança (Sete). Ele conta que trabalha nessa organização já fazem 21 anos e tem orgulho de estar cada vez mais próxi­mo dessa atividade. Diferente do trabalho da Apar, esta insti­tuição trabalha na prevenção de crimes e auxílio aos jovens em situação de risco. A ONG promove diversos cursos e pro­gramas, como de Marketing e Vendas, Comunicação e Tecno­logia, Costura, Modelagem, Ca­beleireiro e outros. A Sete está localizada na Rua São Vicente, esquina com Av. José Barbosa Reis, no Madre Germana II, em Goiânia. Para entrar em conta­to basta enviar um e-mail para [email protected] ou pelo te­lefone (62) 3258-9298. O horário de atendimento é das 7h30 até às 17h, de segunda à sexta.

Diferente das duas institui­ções mencionadas a Associação de Idosos da Vila Mutirão não conta com um número razoá­vel de voluntários. Mauricia Lei­te da Costa, que coordena a casa, afirma que atualmente existem 24 moradores no espaço, mas apenas quatro voluntários no total. Ela conta que o espaço pre­cisa muito de novos voluntários. Para o fim de ano Mauricia con­ta que boa parte das atividades estão em recesso, menos o for­ró, que acontece toda sexta-fei­ra e tem mais uma edição nes­ta data. Para entrar em contato com a Associação de Idosos da Vila Mutirão basta ligar no tele­fone (62) 3298-2576. A casa está localizada na Avenida do Povo, quadra 33, na Vila Mutirão.

Outra instituição que neces­sita de voluntários é a Associa­ção de Deficientes Físicos do Estado de Goiás. A organização atende pessoas com necessida­des físicas residentes em todo o território estadual, mas a maio­ria dos pacientes residem na capital ou na zona metropoli­tana. A instituição também faz a coleta de doações de alimen­tos, materiais de limpeza, hi­giene e outros. A Associação do Deficiente Físico do Estado de Goiás já realizou suas come­morações de fim de ano junto aos pacientes, no início do mês. O local entra em recesso nesse dia 22 de dezembro e retoma as atividades no dia 8 de janeiro. Para se tornar um voluntário da organização basta entrar em contato pelo telefone (62) 3202- 3313 ou ir até o local na Avenida Independência, número 3026, no Setor Vila Nova.