Opinião: Palpiteiros da boneca trans
Diário da Manhã
Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 00:29 | Atualizado há 7 anos
O mundo está cada vez mais participativo e raivoso. As pessoas, cada vez mais, possuem opiniões próprias firmes, com grande dificuldade de aceitar opinião alheia diversa. Qualquer assunto vira um “fuzuê”, um “sarará bombado”, um “Deus nos acuda”. É difícil suportar esse clima. Cada um quer pregar o seu modelo de vida como padrão da normalidade, com méritos em excelência a ser seguida.
Com a crescente expansão da internet e das redes sociais, o ego foi exagerado para as alturas em troca de referenciais como curtidas e seguidores. Afinal de contas, isso tudo importa? Talvez só aos egoístas e vaidosos (outros rótulos!). Qual vantagem das nomenclaturas, classificações e apontamentos?
Enquanto isso, propostas esdrúxulas políticas estão quase sendo aprovadas para engordar corrupções, piorar a qualidade de vida, encarecer produtos, diminuir o poder aquisitivo, detonar direitos adquiridos, aumentar impostos, encarecer a cesta básica e combustível, criar cargos sem concursos, passar serviços da livre iniciativa para um monopólio específico. Enfim, estão se lixando para a população. Eles mesmo não cortam seus luxos, seus auxílios e penduricalhos que são maiores do que muitos salários! (Esse desabafo não é esquerdista, nem da direita, nem central, mas pura constatação prática!)
As pessoas compartilham tudo na web. O que fazem, onde vão, lugares que frequentam, ostentações próprias, famílias, e todo tipo de excesso de informações. Por um lado, parentes distantes ficam sabendo do cotidiano, mas por outro, pessoas de má índole tem toda a bagagem para saber exatamente onde abordar ou aplicar o golpe.
Na maioria das vezes as opiniões agressivas são feitas com pseudônimo, perfis “fake” como dizem, ou simplesmente com os verdadeiros. Textos não estruturados, sentimentos expressos em turbilhões de achincalhes. Já existem programas que identificam os produtos baseados em históricos pesquisados e evidenciam essas polaridades.
As bonecas da OVG viraram debates por essas polaridades. Alguns pregaram a liberdade de criação, outros valorizaram a ideologia de gênero, tentando inserir nas escolas… A maioria repugnou a oferta dessas bonecas femininas com órgão genital masculino para crianças. Debates chegaram em órgãos, entidades, igrejas, praças e famílias.
O problema maior é a radicalidade das ideologias. Inclusive alguns defendem que as bonecas deveriam ter partes lisas, sem órgãos genitais, para não explorar essa sexualidade na infância. Outros acham que tal comportamento justifica que a sexualidade será escolhida no futuro, sendo logo ideologia de gênero.
Muitos livros foram vetados do ensino infantil por expor uma sexualidade (independente se homossexual ou heterossexual) numa fase inadequada a trabalhar esses temas. Não por mero preconceito. Seria como uma cena muito íntima pública de um casal (novamente: independente se homossexual ou heterossexual), podendo causar desconforto alheio.
Crianças costumam ser sinceras em sua linguagem corporal, por mais que vez ou outra possa usar de mentiras ou criações lúdicas. Talvez elas também explorem a polaridade de suas opiniões, aceitando ou usando de bullying, como reflexo da criação de seus berços.
Especialistas da psicologia e da educação afirmam inadequada a postura sexual para educar crianças de pequenas. Talvez precisemos de aceitações maiores para propiciar debates sem que a opinião seja opressiva. Afinal, os seres humanos são imperfeitos, errantes. A razão não deveria pousar de forma impositiva. Questionar é um preceito da liberdade. Qual a necessidade de tanta ofensa? No final das contas, debates não são feitos; ninguém ouve ou compreende o outro; agressões são praticadas; Quem ganha? A desumanidade! Até a próxima página!
(Leonardo Teixeira, [email protected])