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Visões do Brasil Colonial

Diário da Manhã

Publicado em 22 de novembro de 2017 às 00:12 | Atualizado há 4 meses

A história do Brasil nos livros começa com a chegada dos portu­gueses. Porém, sabe-se atu­almente que a exploração e a destruição da civilização original também teve influ­ência direta no desapareci­mento dos ensinamentos e da cultura dos povos nativos. Na escola, crianças e adoles­centes são condicionados a acreditar que a história do Brasil começa com o “des­cobrimento”. Isso acontece pelo fato de que a cultura do colonizador foi inserida for­çosamente na região, consi­derando o catolicismo como religião verdadeira e, conse­quentemente, a monogamia e outras características que faziam parte da rotina dos povos indígenas brasilei­ros serem consideradas im­puras. Também pelo fato de que a posição ideológica do colonizador sempre iria so­brepor a ideologia do nativo, tratado como selvagem e in­ferior, frente ao poderia lite­rária, armamentista e con­trolador do Português.

Além disso, a cultura euro­peia já desenvolvia trabalhos ar­tísticos e crônicas sobre o Novo Mundo, materiais que hoje ser­vem de documento histórico. Para entender a história do Bra­sil antes da colonização e como toda a história antiga acabou de­saparecendo é necessário en­tender o Brasil colonial. Afinal, o povo brasileiro é formado por essa múltipla identidade, que vai desde o nativo brasileiro, passam pelos negros africanos, imigrantes europeus e também pela ideologia do colonizador. As roupas, a arquitetura, as fá­bulas e os livros sobre a Améri­ca Portuguesa, a partir do sécu­lo XVI, foram reunidos em um projeto chamado Brasiliana Ico­nográfica , um ver­dadeiro museu virtual sobre a história do Brasil Colônia.

A escravidão no Brasil, a fau­na e flora, a arquitetura das pri­meiras cidades e outras imagens estão disponíveis para acesso no portal que conta com mais de 2.500 mil imagens. O site agre­ga parte do acervo iconográfico da Biblioteca Nacional, do Itaú Cultural, da Pinacoteca do Es­tado de São Paulo e do Instituto Moreira Salles. O acervo digital conta com desenhos, gravuras, mapas, pinturas, capas de livros e publicações raras que abran­gem a atividade artística no Bra­sil desde o século XVII até o ano de 1898. Entre os artistas que fa­zem parte do acervo, aproxima­damente 200, há nomes como Jean-Baptiste Debret, Charles Landseer, Manuel de Araújo Por­to-Alegre e Benedito Calixto. O internauta pode pesquisar na ferramenta “Busca” ou navegar em três sessões: “Obras”, “Arti­gos” e “Explore”.

IMAGENS DO BRASIL

De acordo com informa­ções no próprio site do Brasi­liana Iconográfica, o projeto deve se expandir com a co­laboração do público. “Pre­tende-se que este portal seja enriquecido com material proveniente de outras cole­ções de mesmo perfil. Dessa forma, Brasiliana Iconográ­fica apresenta-se como ins­trumento de preservação di­gital desse patrimônio, cuja extensão nem os especialis­tas desta área de estudo ava­liam com precisão.” O projeto também ganha mais profun­didade com a proposta de par­ticipação de especialistas que serão convidados a redigir co­mentários e conteúdos inter­pretativos sobre conjuntos e obras. Também serão convi­dados para organizar mos­tras temporárias que possam fazer referência a efemérides históricas, dando mais cara de “museu” ao projeto.

Boa parte das obras no site são de autoria de estrangei­ros. Durante o período co­lonial, diversas expedições estrangeiras e científicas aportaram no Brasil. O fran­cês Nicolas-Antonie Taunay, por exemplo, veio ao Brasil em 1816 e aportou no Rio de Janeiro, na ocasião da Missão Artística Francesa, financia­da por D. João IV, que tinha como intuito incentivar as artes nacionais por meio dos melhores pintores europeus.


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