Cia de Teatro Senhoras do Cerrado
Redação
Publicado em 21 de novembro de 2017 às 04:00 | Atualizado há 7 anos
O crescimento da expectativa de vida da população de idosos é cada vez maior. Neste atual cenário, experiênciar esta fase da vida a partir de uma visão social diversificada, em sua maioria cercada de estereótipos como perdas, limitações, incapacidades, inutilidades e afastamentos, desperta questionamentos. A abertura de espaços sociais de convivência, como grupos de teatro, no qual a pessoa idosa possa se expressar, pode constituir uma forma de envelhecimento saudável.
A História da Cia Senhoras do Cerrado, se originou dentro da extinta Fundação Municipal de DesenvolvimentoComunitário[Fumdec], em 1998. Hoje os ensaios acontecem no Grand Hotel e é um grupo sem vínculo a nenhum órgão público. O grupo nasceu com o objetivo de trabalhar a autoestima e a feminilidade da mulher idosa, reforçando a importância dos seus direitos de cidadã (Composto integralmente por idosas, com idades entre 60 e 89 anos).
A primeira montagem teatral da Cia foi “Festa no Céu”, de 1998. A peça tratou do preconceito de gênero e idade. A adaptação do conto popular ficou em cartaz por um ano na capital, sendo apresentada também em várias cidades do interior do estado.
Em 1999, a companhia montou o espetáculo “Colchas de Retalhos”, que faz uma reflexão do processo de desenvolvimento humano e de envelhecimento, além de questionar as políticas públicas voltadas para a pessoa idosa. Com esta peça o grupo rompeu as fronteiras do estado, se apresentando, em 2000, em São Paulo, no centro de convenções Anhembi dentro do I Mostra Nacional de Práticas em Psicologia.
Em 2002, a companhia mostrou o universo feminino em “Vênus Desnuda”. A peça retratou os sonhos, as angústias, as tristezas e felicidades da mulher. Em 2005, o grupo levou para o palco do Teatro Goiânia o “Fantástico Mistério de Feiurinha” (Pedro Bandeira), que faz referências aos clássicos contos de fada e à literatura oral. No enredo está presente o jogo constante entre realidade e fantasia, e observações divertidas sobre o processo de criação do escritor.
Noanode2008foiparaospalcoso espetáculo “Viver”, neleogrupoabordou, de forma poética e dinâmica, o processo de envelhecimento humano. O roteiro é recheado de textos de escritores que retratam poeticamente a vida humana. “Viver” é resultado de um trabalho inter-geracional. A concepção do figurino e do cenário, por exemplo, é de adolescentes aprendizes. A aproximação da adolescência e a senescência faz-nos perceber o que Cora Coralina (poetiza Goiana) já dizia: “Eu venho do século passado e trago comigo todas as idades”. A peça leva paraopalcoossentimentosquepermeiam todas essas idades: alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, paixão e loucura, esperança e desesperança, amor e ódio, sexo e celibato, graça e desgraça, sorte e azar. O Espetáculo foi apresentado em vários teatros da capital, bem como em hospitais, creches e instituições educacionais.
E em 2011 o espetáculo “Sorriso de Orelha a Orelha” trouxe o stand up comedy piadas e esquetes da vivências das componentes do grupo. A alegria das Senhoras contagiou vários palcos da capital e do interior do estado de Goiás.
Já em 2013, “Coração Doce” é baseada em textos de Cora Coralina uma mulher que viveu além do seu tempo, retratando com maestria em poemas e contos a alma feminina. A peça aborda as verdades e inverdades das senhoras com mais de 60 anos– preconceitoracial, social, criação de filhos e sexualidade. A peça começa em 1889, percorrendo todas as décadas até chegar em 1985.
A sonoplastia tem músicas de Chiquinha Gonzaga até chegar a Renato Russo, com o Legião Urbana. O figurino acompanha cada década e vai contando a vida das mulheres de acordo com cada época vivida. Concepção de Larissa Ferreira e Indyanelle Marçal. O figurino da atriz Margarida Silvestre na interpretação do poema “Epitáfio” , e de concepção da artista plástica Patrícia de Souza Martins realizado pelo grupo coordenado pela Dona Venuza, todas senhoras com mais de 70 anos
O espaço cênico ganha vida com imagens da casa da ponte na cidade de Goiás, com três grandes painéis.
EstetrabalhofoiapresentadonaII Mostra de Práticas em Psicologia na cidade de São Paulo no ano de 2013.
Em 2015 e 2016 o espetáculo “Clarices”, levou aos palcos textos da poetiza Clarice Lispector que traz as demandas emocionais das participantes que foram trabalhadas no ano de 2014 e 2015.
Dia 21 de novembro de 2017 subiremos ao palco do Teatro Goiânia com a peça “Miscelâneas”, com várias poesias, contos, e coreografias que foram sucesso na companhia nesses 19 anos de existência.
Espetáculo: Miscelâneas
Diretor: Wadson Arantes Gama
Atrizes da Cia de Teatro Senhoras
Local: Teatro Goiânia
Horário: 20h30
Entrada Franca
Apoio: Seduce e Gustav Ritter