Política de preço dos combustíveis atropela crescimento econômico
Diário da Manhã
Publicado em 17 de novembro de 2017 às 23:30 | Atualizado há 7 anosTodas as coisas que nos cercam têm seu lado bom e o lado ruim. A política do lado bom constitui a arte de promover o bem-estar da sociedade. Política do lado ruim consiste na arte de ludibriá-la. Passa fel na boca do povo falando que é mel, e, pelo discurso fantasioso, próprio da demagogia, canto de sereias, como aquele narrado por Homero, na Odisseia de Ulisses. Imagine! Os ingênuos ainda exclamam: que mel delicioso! Aristóteles, um dos maiores sábios da antiguidade, condenava a democracia elegendo a monarquia, monarquia do rei filósofo de Platão, ou rei sábio, alegando que, na democracia, governo de muitos, o populismo induzia a demagogia, e esta, a anarquia, descambando, por sua vez, em tirania, forma de governo mais abominável, cruenta, de todas. De forma que, Política no global é o instrumento, ferramenta, dispositivo que faz o Estado funcionar tendo como objetivo mor, o bem da sociedade, no entanto, pode desviar de rumo, promovendo o mal, tendo como exemplo a tirania, despotismo, oligarquia. Para o bem, como dito, busca a felicidade da comunidade.
A política de preços dos combustíveis afeta o crescimento econômico do país, mormente, o aumento do óleo diesel e óleo combustível, portanto, constitui o lado ruim da política. Ambos estão presentes, são imprescindíveis ao processo de produção e escoamento, de tudo que se produz e consome, qual seja, a riqueza nacional: Lavoura, criação, toda sorte de produção industrial, cabotagem, ferrovias, transporte rodoviário, este então, não deveria ser, mas é, em plena era da transitoriedade, o principal meio de transporte, escoamento da riqueza nacional. Escoamento e produção, como o colosso agrícola e industrial. O custo alto dos combustíveis, para toda sorte de produção, desestimula, inibe, o processo produtivo, inviabiliza, pelo alto preço, a circulação da riqueza, que fica amontoada na fonte produtora, deteriorando a qualidade, aviltando preço, desestimulando produtores a novos empreendimentos. Enquanto, do outro lado, área consumidora, a falta do produto, promove desequilíbrio entre a oferta e procura, encarece, empinando para cima o preço, gerando inflação, inimiga das classes mais pobres e a alvíssara de lucros exorbitantes, para os especuladores.
De sorte que, não tanto o óleo combustível de consumo mais limitado, mas principalmente, o óleo diesel, de consumo intenso no transporte terrestre, nesse país de dimensão continental, mais caro do mundo, é abismal. Tivesse governantes dotados de visão, o seu preço seria a metade dos preços da gasolina e etanol, combustíveis estes usados nos carros de passeios. De que adianta a nação possuir, hoje, uma das maiores reservas de petróleo do mundo, enquanto, consumidores pagam preços mais escorchantes do planeta? O barril de petróleo bruto caiu pela metade ou menos da metade, nas grandes fontes produtoras exportadoras, enquanto aqui, houve sempre aumento, em busca de imposto, cada dia mais abusivo, onerando, sobremodo, o custo de produção e escoamento, afetando o crescimento econômico. Em vez de cortar gastos supérfluos, apertar os cintos, necessários, numa conjuntura de despesas maiores do que receitas, arrecadação aquém do equilíbrio, faz o contrário.
O corte de mordomias, privilégios das cortes palacianas, marajás da era Collor, atrapalha, mormente, o processo de cooptação no Congresso, um tanto modal, no agora. Dessa forma, recorre ao mais fácil, em país de sociedade tolerante como a nossa, pouco afeita à participação nos assuntos do estado, embora, conforme o ditado, “de tanto apanhar se aprende”, já deveria ser usual, comunal, incisiva, essa participação. O seu negócio particular leitor, só prospera, caminha bem, se você cuidar com esmero dele, os negócios do estado sustentados pelos impostos que você, todo contribuinte paga, precisa também de sua vigilância,para que funcione bem para a sociedade. Por isto, você tem que ficar de olho neles, para evitar, impedir, tanta roubalheira como na atualidade. O estado, propriedade de todos brasileiros, governado com seriedade, bem gerido, proporciona resultados tão salutares quanto ao seu, ou mais salutar ainda, como no campo da segurança, saúde e educação. O aumento de preço dos combustíveis, desencadeia carestia em tudo, e carestia tem como resultante dileta, inflação. A inflação, por natureza, rouba, mascara o seu bem-estar, porquanto redistribui renda dos mais fracos para os mais ricos, mormente, especuladores. Espanta, desvia, toda sorte de investidores.
Veja aí, então, o contrassenso, sem querer querendo, impulsiona a inflação, e, ao mesmo tempo, desestimula a produção, com a carestia dos combustíveis, aumento, a toda hora, anunciado pelos seus emissários. Fosse você, sociedade, politizada, os aumentos teriam que ser negociados, numa mesa ovalada, onde, lado a lado, em condições iguais, pela dialética encadeada, chegar-se-ia ao denominador comum, no tocante aos aumentos, natural que, o diesel, pela importância que tem, tanto no processo produtivo, como no escoamento, exportação, por meio de política fiscal, teria que ser vendido pela metade do preço atual. Comercializado, de modo especulativo, como na atualidade, torpedeia o próprio crescimento, ora estagnado, por culpa, máxima culpa de sucessivos desgovernos.
Todavia, também você sociedade, pela inação, indiferença, tem que dar a mão à palmatória, no que diz respeito a vigilância dos gestores públicos contratados pelo voto, para bem governar o estado. Pois, eles, não são anjos, tão pouco arcanjos, na falta de sua vigilância, induzidos muito mais pelo instinto, paixão, do que pela razão, passam a abusar do poder que foi concedido por você, na condição de eleitora. A política, como ferramenta, quando dotada de seriedade, tem condições de fazer o estado funcionar bem, produzindo como resultado, o progresso no lugar de estagnação, emulando a competição estabelece condições de vida melhor ao povo brasileiro, mas, para assegurar essa seriedade, é imprescindível o controle dos que sustentam o estado.
Voltando ao petróleo, no caso o óleo diesel, atualmente, fonte energética vital ao crescimento econômico, o preço tem que incentivar os empreendedores. Por outro lado, tanto ele, diesel, como a gasolina, e outros derivados do petróleo, são altamente poluidores. Dessa forma, sujam diariamente à atmosfera provocando danos execráveis ao clima. Por isto, urge substituí-los por energia mais limpa, ou então, por meio de pesquisa acurada, eliminar ou acumular no cano de escapamento, o gás nocivo, quente, que vem sendo jogado na atmosfera, afetando a saúde do planeta, colocando em risco, a vida na terra.
Para tamanho desafio, o Estado de direito nosso de cada dia já deveria ter adotado uma política de incentivos fiscais, aumentando tributos desses motores, altamente poluidores e, ao mesmo tempo, reduzir, na mesma proporção ou mais, a carga tributária de motores que vierem a ser fabricados, comprovadamente, com emissão zero ou quase zero de CO2. Tais motores altamente poluidores atiram no ar e afetam, inclusive, a camada de ozônio, camada esta protetora do nosso planeta, pois, filtra os gases cancerígenos oriundos da estratosfera. Colocando o preço do óleo diesel no devido lugar, como esposado acima, a resposta no tocante aos investimentos produtivos será tamanha que, compensará, em pouco tempo, o estado ora papão, em crescimento econômico, equilíbrio de receitas e despesas, atualmente, desequilibradas, com despesas bem maiores do que a arrecadação.
(Josias Luiz Guimarães, veterinário pela UFMG, pós-graduado em filosofia política pela PUC-GO, produtor rural)