Justiça de Goiás concede liberdade a policial do DF que baleou criança na BR-070
Redação DM
Publicado em 14 de setembro de 2017 às 16:11 | Atualizado há 8 anos
Foto:Reprodução/TV CMN
A Justiça concedeu ao policial civil Sílvio Moreira Rosa o direito de responder em liberdade pelo processo em que ele é denunciado por disparar uma arma de fogo por três vezes contra o carro de uma família e balear o menino Luís Guilherme Coelho Caxias, de 6 anos, durante uma briga de trânsito, em janeiro deste ano, na BR-070.
O homem estava preso na Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), em Goiânia, desde a época do crime, quando foi detido em fuga no município de Águas Lindas de Goiás. Ele responderá por tripla tentativa de homicídio.
A decisão expedida no dia 1º de setembro, pelo juiz Henrique Santos Magalhães Neubauer, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), estabelece que o policial deve comparecer regularmente ao cartório criminal para comprovar o endereço e justificar as atividades feitas durante o período de liberdade. Além disso, deve permanecer em casa entre às 20h e 6h. Nos dias folga a determinação se estende para o dia todo. Caso descumpra as determinações, ele pode ter a prisão preventiva decretada.
Relembre o caso
O crime aconteceu no dia 6 de janeiro deste ano e o menino estava sentado na cadeirinha de segurança do banco traseiro do carro da família quando foi baleado. À Polícia Civil, o pai da criança afirmou que o policial ficou irritado por ter sido ultrapassado na rodovia e a partir daí efetuou disparos contra o veículo em que ele, a esposa e o filho estavam.
Sílvio atingiu com três tiros o carro da família após ter sido ultrapassado na altura do Km 35 da BR-070. Testemunhas contaram que no dia do crime uma das faixas estava bloqueada e o veículo da família tentou entrar na frente dos outros veículos.
Depois dos disparos, o policial fugiu e foi localizado em uma estrada de terra na zona rural de Águas Lindas de Goiás. Com ele, viajavam a namorada e duas adolescentes que eram parentes da companheira dele.
No momento em que foi detido, Rosa alegou que efetuou os disparos por acreditar que seria vítima de um assalto. Na época, os investigadores classificaram a justificativa como “absurda”. O policial ainda acrescentou que atirou após uma “fechada” entre os carros na rodovia.
Uma das balas entrou no lado esquerdo das costas da criança, quebrou duas costela e passou pelo coração do menino, que chegou a ficar em coma por cinco dias e carrega sequelas.
Sílvio foi denunciado pelo Ministério Público Estadual de Goiás (MPGO) por tentativa de homicídio duplamente qualificada e segundo o promotor de Justiça Eliseu Antônio da Silva Velo, o homem tentou matar por motivo fútil, sem possibilidade de recurso, uma vez que não houve chance de defesa do filho do casal.