Cada dia mais global
Redação DM
Publicado em 30 de junho de 2017 às 22:25 | Atualizado há 6 meses
Entrar em um universo no qual tudo é grandioso, eclético, colorido, globalizado e, claro, musical. É essa proposta da sétima edição do consagrado Villa Mix Festival. Desta vez com o slogan “O Mundo é Mix”, o megaevento, mesmo tendo Goiânia como casa oficial, quer conectar com o Brasil e com o mundo. Além de grandes astros da música nacional, como Ivete Sangalo, Jorge e Mateus e Wesley Safadão, o festival recebe pela primeira vez um ícone pop norte-americano: Demi Lovato, além do colombiano do reggaeton Maluma.
“Crescemos a cada ano. Este ano é o que a gente começou a trazer artistas internacionais e isto é um caminho sem volta. Todos os anos teremos nomes de fora do Brasil”, revela o diretor de transmissão Anselmo Troncoso. Esta internacionalização do Villa Mix contou com algumas mudanças. Neste ano edição do festival acontece em dois dias – hoje e amanhã, a partir das 12h. O megaevento também voltou para o estacionamento do Estádio Serra Dourada, que deve acolher cerca de 60 mil pessoas por dia, segundo os organizadores.
A reportagem do Diário da Manhã visitou, na última quinta-feira (29), o estacionamento do Serra Dourada, onde há mais de um mês a estrutura faraônica do festival está sendo montada. E lá um mundo coexiste cheio de trabalhadores ocupados – há 1.200 profissionais envolvidos só montagem e desmontagem de toda a estrutura. E há realmente muita coisa para fazer naqueles 88 mil m², em que o Villa Mix foi constituído.
Este ano, por exemplo, o evento bateu um novo recorde no Guinness World Records e tem novamente “o palco para shows mais alto do mundo na história”. Nesta edição, o local onde os artistas subirão tem 70 metros de altura e 120 de largura, o que equivale a um prédio de 23 andares. A estrutura tem 20 metros a mais nos dois sentidos do que o da edição de 2015, a antiga dona do recorde.
Para ver as atrações do evento, o público vai se dividir em quatro espaços: Villa Vip, Villa Extra, Villa Prime e Backstage Brahma Golden Mix. Este último é o mais “vip” do festival (a inteira masculina custa R$ 1.150) e vai contar com palco exclusivo e programação ininterrupta com seis atrações. Mas, quem quiser acompanhar o evento sem custos e no conforto do lar, há solução: a festividade será transmitida ao vivo no “Youtube” e no canal fechado da Globosat “Multishow”.
Villa pop
O Villa Mix tem se tornado certamente uma marca forte no mundo sertanejo nacional. O festival é realizado com a presença de vips ao redor do País (passou por Boa Vista, Manaus, Vitória, Belo Horizonte, Florianópolis e Brasília). No entanto, é em Goiânia a maior festa. É daqui que é lançada a decoração e tendências do festival. E, tendo em vista a programação daqui, podemos dizer que sua nova cara é internacional e não será somente sertaneja.
Por isso que a presença de Demi Lovato na capital de Goiás – assim como a de Maluma – representa um marco em suas edições. Pois, além de ser uma tentativa de tornar mais pop o festival, Goiânia não tem costume de atrair shows internacionais – o último artista a se apresentar por aqui foi Elton John em 2014. E deve-se notar o esforço da produção em trazer uma atração exclusiva, já que Demi não está em turnê pelo Brasil, nem pela América Latina. Ou seja: vem dos EUA somente para o Villa Mix.
Mas, isso não quer dizer que a cantora venha com raridade no Brasil. A artista, que também é atriz e estreou quando ainda tinha oito anos na série infantil “Barney & Friends” (1999), esteve ano passado nessas terras, no Z Festival. Para apresentação de hoje – que deve ser baseada em seu último “Confident” (2015) – a artista chega em tom de mistério.
Apesar de ter anunciado que daria uma pausa na carreira musical, vem lançando um single atrás do outro e o próximo pode ser “SNS”. Na última quinta-feira (29), ela atualizou fotos de perfil nas suas redes sociais com a sigla, mas ainda não disse nada a respeito, deixando seus fãs em frenesi.
Em Goiânia, a artista também veio para desmistificar velhos clichês, a começar pelos pedidos excêntricos. Segundo Anselmo Troncoso, a estrela não trouxe muito trabalho à produção quando o assunto são as excêntricas exigências das estrelas. “Não podemos afirmar que ela tem intolerância a glúten e a lactose, mas todos os alimentos que pediu foram sem. No mais, não houve nada de muito excêntrico”, explica.
Do outro lado do palco
Se o Villa Mix mexe com a rotina de toda uma cidade, imagina com a de quem mora perto do Serra Dourada. Para saber um pouco sobre os impactos na vida de quem precisa dormir enquanto acontece um dos maiores eventos do Brasil, conversamos com alguns moradores da região.
Um deles é o fotógrafo Vinícius Santos, que até acha interessante e bonita a construção do evento, no entanto vê com estranheza algumas contradições, sobre a questão do barulho. “O que eu acho mais interessante é que um evento grande, que sempre estoura os decibéis ninguém se preocupa com os moradores. Mas quando é um barzinho pequeno, eles sofrem demais com a AMA. Isso me chama bastante atenção”, compara.
A assistente social Anna Fátima, que mora no Edifício Tainã, na Rua 77, que fica em frente ao Serra Dourada, ouve não só a música nos dias de evento como também os barulhos da montagem e desmontagem do festival. Mas entra no clima da festa. “Não me importo porque não é sempre que acontece, e relevamos muito, porque é só uma vez no ano. Mas só dormimos quando todos vão embora”, disse Anna com bom humor.
Confira a programação
Hoje
Demi Lovato
Rudy Mancuso
Jorge e Mateus
Alok
Ivete Sangalo
Matheus e Kauan
Jonas Esticado
César Menotti e Fabiano
Edu Chociay
Jefferson Moraes
Israel Novaes
Zeeba
Sevenn
Atrações segundo dia (2 de julho)
Amanhã
Maluma
Rudy Mancuso
Jorge e Mateus
Luan Santana
Alok
Wesley Safadão
Simone e Simaria
Aviões do Forró
Israel e Rodolffo
Guilherme e Santiago
Humberto e Ronaldo
Bhaskar
Jetlag
ENTREVISTA JORGE, DA DUPLA JORGE E MATEUS
Eles tocam nos dois dias de Festival e, em 12 anos de trabalho, construíram uma carreira sólida trazendo uma nova cara à música sertaneja. Eles são Jorge e Mateus, que saíram de Itumbiara para ouvir o costumeiro “pelo amor de Deus: Jorge e Mateus” em diversos cantos do país. O timbre rasgado de Jorge e a pegada hipster de Mateus cativam fãs em canções como “Flor”, “Sosseguei”, “Aí Já Era”, que falam, na maioria, sobre ele, claro, o amor. Para saber um pouco mais sobre a trajetória de sucesso e de Villa Mix conversamos com Jorge. Confira a conversa a seguir.
DMRevista: Além de serem os anfitriões do festival, vocês ainda tocam nos dois dias. Passam por uma preparação especial para esta maratona de shows?
Jorge: Não temos muita preparação, mas o fundamental para nós é dormirmos as horas necessárias para qualquer pessoa, umas 8/9h já ajuda a manter a voz e o pique para essas maratonas.
DMRevista: Vocês tocaram nas sete edições do evento, que hoje se internacionalizou e pretende bater recordes. Como era tocar antes e como é tocar hoje no evento?
Jorge: Desde a primeira edição, tocar no VMF Goiânia é motivo de muita alegria. A cada ano, este evento nos surpreende superando todas as nossas expectativas. Com certeza, desta vez não será diferente e estamos ansiosos demais por esta edição que será bastante especial para todos nós.
DMRevista: Vocês criaram um estilo muito peculiar dentro do sertanejo. A voz do Jorge é diferente, misturaram ritmos agitados à música sertaneja. Como foi a construção deste estilo?
Jorge: Nós fazemos misturas com ritmos desde a MPB até os mais festivos, como o Axé. Acabamos escutando um pouco de tudo e tendo diversas influências fora e dentro da música sertaneja que é o nosso estilo. Tudo isso sempre buscando trazer novidades ao nosso público.
DMRevista: Conseguir se reinventar é o grande segredo do sucesso sertanejo?
Jorge: O sucesso é resultado de uma série de fatores, mas ninguém tem uma fórmula ou um segredo pra isso. Na nossa carreira, tentamos conduzir tudo de uma forma tranquila e sempre buscando trazer surpresas para o nosso público. Os fãs são os grandes responsáveis pelo reconhecimento de um artista e pretendemos continuar inovando e trazendo músicas que toquem o coração de todos.