Brasil

Dia Nacional das Academias de Letras

Redação DM

Publicado em 27 de junho de 2017 às 03:25 | Atualizado há 8 anos

A vai­da­de é um prin­cí­pio de cor­rup­ção.

Ma­cha­do de As­sis

 

No mês de ju­nho, co­me­mo­ra-se no Bra­sil uma da­ta de re­le­van­te im­por­tân­cia pa­ra o mun­do li­te­rá­rio e cul­tu­ral. Vin­te e um de ju­nho é con­si­de­ra­do o Dia Nacional das Academias de Letras. A pa­la­vra Academia é um ter­mo an­ti­go, sur­giu na Gré­cia quan­do Pla­tão, em tor­no do sé­cu­lo III AC, na ân­sia de com­par­ti­lhar idei­as ele­va­das, re­u­nia pen­sa­do­res pa­ra dis­cu­tir ques­tões fi­lo­só­fi­cas em um lo­cal cha­ma­do Jar­dins de Aka­de­mus. O se­le­to gru­po pas­sou a ser co­nhe­ci­do por Akademia. Com o tem­po, a re­u­ni­ão de pes­so­as es­pe­cia­li­za­das em di­ver­sas áre­as tam­bém pas­sou a re­ce­ber a mes­ma de­no­mi­na­ção. Mais tar­de a ex­pres­são tor­nou-se mais abran­gen­te de­sig­nan­do ou­tras ins­ti­tu­i­ções não só de en­si­no co­mo tam­bém des­por­ti­vas. Atu­al­men­te, Academia se re­fe­re ao sis­te­ma edu­ca­cio­nal por ex­ce­lên­cia.

A Aca­de­mia Bra­si­lei­ra de Le­tras foi fun­da­da no dia 15 de de­zem­bro de 1896. Os es­cri­to­res que vi­vi­am no Rio de Ja­nei­ro que­ri­am, co­mo Pla­tão, um pon­to de en­con­tro pa­ra dis­cu­ti­rem pen­sa­men­tos li­te­rá­rios e fi­lo­só­fi­cos. De­pois de se re­u­ni­rem em li­vra­ri­as e clu­bes, che­ga­ram a con­clu­são de que ne­ces­si­ta­vam de um lu­gar es­pe­ci­al on­de pu­des­sem com­par­ti­lhar mo­men­tos de sa­be­do­ria e ex­pres­sar  su­as opi­ni­ões a res­pei­to de li­te­ra­tu­ra e da lín­gua por­tu­gue­sa. Ma­cha­do de As­sis, Vis­con­de de To­nay, Jo­a­quim Na­bu­co e ou­tros ex­pres­si­vos no­mes da eli­te li­te­rá­ria re­sol­ve­ram en­tão fun­dar uma ins­ti­tu­i­ção ins­pi­ra­da nos mol­des da Aca­de­mia Fran­ce­sa de Le­tras, de 1635.

Ini­ci­al­men­te con­ta­va com 30 mem­bros, mas lo­go de­ci­di­ram cri­ar mais dez ca­dei­ras com­ple­tan­do o to­tal de 40 as­so­cia­dos, pa­ra se­guir,na ín­te­gra, o mo­de­lo fran­cês. O far­dão tam­bém foi ins­pi­ra­do no da Aca­de­mia Fran­ce­sa.

A Aca­de­mia Bra­si­lei­ra de Le­tras é com­pos­ta so­men­te por bra­si­lei­ros, ao con­trá­rio da fran­ce­sa que de­di­ca 20 va­gas a es­cri­to­res de paí­ses fran­co­fo­nes. O ob­je­ti­vo prin­ci­pal é pre­ser­var a lín­gua pá­tria e di­vul­gar a li­te­ra­tu­ra.

O pri­mei­ro pre­si­den­te foi Ma­cha­do de As­sis, o se­gun­do Rui Bar­bo­sa e ou­tros ilus­tres aca­dê­mi­cos vem di­ri­gin­do com efi­ci­ên­cia es­sa im­por­tan­te ins­ti­tu­i­ção. O pre­si­den­te atu­al é o aca­dê­mi­co Do­mí­cio Pro­en­ça Fi­lho, cum­prin­do o bi­ê­nio 2016/2017.

No Bra­sil exis­tem aca­de­mi­as em to­dos os es­ta­dos. Em Go­i­ás as aca­de­mi­as são em nú­me­ro re­le­van­te e aco­lhe es­cri­to­res do mais al­to ní­vel. Go­i­â­nia con­ta com a Aca­de­mia Go­i­a­na de Le­tras, a Aca­de­mia Go­i­a­ni­en­se de Le­tras, a Aca­de­mia Fe­mi­ni­na de Le­tras e Ar­tes de Go­i­ás e ou­tras. Fun­da­da em 1969 por Ana Bra­ga, Ro­sa­ri­ta Fleury e Nelly Al­ves de Al­mei­da, a Aflag tem por ob­je­ti­vo, se­gun­do seu es­ta­tu­to, in­cen­ti­var e apo­i­ar a Li­te­ra­tu­ra e as Ar­tes no Es­ta­do de Go­i­ás e no Bra­sil, tra­ba­lhar pe­la cul­tu­ra e pe­lo apri­mo­ra­men­to da lín­gua pá­tria e pre­ser­var pa­ra as ge­ra­ções fu­tu­ras a me­mó­ria das Pa­tro­nas e das Aca­dê­mi­cas.

 

(Al­ba Dayrell, pro­fes­so­ra e es­cri­to­ra)


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