Pequena homenagem à aflaguiana Lygia de Moura Rassi
Diário da Manhã
Publicado em 27 de junho de 2017 às 03:20 | Atualizado há 8 anos
Aqui dou início a este singelo texto, que amorosamente preparei, saudando aos presentes, com um bom dia e desde já, agradeço a presença de todos os que vieram a esta hora da manhã, nos prestigiar.
Quero, em seguida, em nome da presidente da Casa, a sra. Alba Lucínia Dayrell, estender meus agradecimentos às aflaguianas, pelo delicado convite, quando Alba,por telefone, gentilmente, me perguntou se eu aceitaria, nesta data comemorativa,vir prestar uma justa homenagem, à nossa querida, saudosa aflaguiana Lygia de Moura Rassi, que muito contribuiu,somando, junto às companheiras da Casa, esforços,a fim de engrandecer os propósitos e conquistas que a Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, desde sua fundação, paulatinamente vem galgando.
Quero externar que me sinto profundamente gratificada, poder fazer esta homenagem à Aflaguiana Lygia de Moura Rassi, minha inesquecível doce mãe, Ser, que com muita sabedoria, prudência e humildade, soube conduzir o próprio entendimento, auxiliado pelo seu bondoso, expressivo coração, mormente, se apiedando e compreendendo as fragilidades humanas e sofrimentos, muito mais do que friamente apenas julgando as ações dos semelhantes.
De uma delicadeza ímpar, Lygia, onde chegava, um abraço carinhoso ofertava e palavras gentis, sempre,acompanhadas de um bonito sorriso nos lábios.
Lygia era sem dúvida, um Ser humano iluminado, disposto e solidário, que verdadeiramente se sentia feliz, a cada vez que conseguia dar esperanças ou ascender alguma luz, no fim do túnel, onde mais parecia não haver.
Com tal altruísta estilo de vida, que, sabiamente, Lygia procurou, inteira existência trilhar,nos deixou um exemplo vivo, que ainda hoje, doze anos após seu passamento, consegue nos fazer acreditar, que a vida, bem vivida,tal qual ela procurou realizar, faz toda a diferença e por isso, sem dúvida esta vida bem vivida, sempre é possível experimentar!
Lygia era o protótipo da afirmação da vida!
Em meio a todas as perdas de existências amadas, que na alma, Lygia padeceu, tendo por isso, seu coração sido incontáveis vezes despedaçado, com muita perseverança e vontade, Lygia conseguiu dar a volta por cima e se reerguer fazendo prevalecer a alegria de viver, servindo de exemplo e motivação, para tantas outras vidas.
Lygia foi uma mulher genuinamente feliz. Sua alegria tornava-a ainda mais bela, já que dentro de si, era pura bondade, compreensiva das dores humanas.
A abnegada Lygia, sempre, à Deus, grata, por tê-la abençoado com pais maravilhosos e,posteriormente, com uma família amada que em Goiânia, constituiu, com seu eterno amor, Luiz Rassi, desde o matrimônio, realizado em 19 de Dezembro de 1953, no Rio de Janeiro, sua cidade natal.
Sempre que a delicada Lygia, em seu amado Luiz, falava, ternura, orgulho e muito amor,tornavam seus expressivos olhos, ainda mais belos e reluzentes, em verdes tons azulados.
O ser de Lygia era a personificação da poesia, na sua leveza, por mais densa nas origens, que esta pudesse ser a representação.
De temperamento otimista, do âmago, do fundo, do seu mais íntimo, Lygia extraía suficiente força e motivação, capazes de a todos à sua volta, contagiar. Com perseverança se propunha constantemente novos desafios.
Para a vida, Lygia, sorria.
Esta meiga, singularmente feminina mulher madura, Lygia, cedo, se deu conta, de que a felicidade, reside, não, em outro lugar, mas unicamente dentro da própria alma, à mão de todos os sujeitos que almejem por ventura, alcançá-la.
Essa, era a pedra de toque, de Lygia. Ela concebeu, em seu coração, a mais linda estrela, indescritivelmente brilhante, que há muito o céu lhe agraciara.
A mulher de fibra, Lygia se identificava com a plenitude. Ela se tornara admiravelmente, alguém, que conseguiu compreender os meandros de uma vida harmônica e equilibrada, conjugando e correspondendo, com muita sutileza e dignidade aos anseios e necessidades do seu companheiro de inteira jornada, seu querido Luiz Rassi, ao mesmo tempo em que conseguia realizar-se a contento em seu campo profissional da arte e da poética.
Carecemos de pessoas com tal desprendimento de entendimento e grandeza d’alma, que Lygia, tão perfeitamente conseguiu figurar como o retrato mais fiel e verdadeiro!
Agora declamo um pequeno poema de Lygia:
– A Flor de Meu Amor – Livro Flor Poesia –
E veio o amor.
Com uma flor.
E deu-me a flor e deu-me espinho.
Do desencontro ao desencanto
eu me encontrei só no meu pranto.
Mas bastou gesto de carinho curou-se a dor
de meu caminho.
Sorriu pra mim secou-me o pranto
e de outro encontro nasceu o encanto.
Voltou o amor.
Com uma flor.
Guardei a flor de meu amor.
Dos meus caminhos varri espinhos.
E aquele amor ficou só meu.
E mesmo flor não feneceu.
Ficou o amor.
Com a mesma flor.
Que renasceu.
(Magda de Moura Rassi, filósofa e musicista)