Privatizações precarizam as relações de trabalho
Diário da Manhã
Publicado em 24 de junho de 2017 às 03:34 | Atualizado há 4 meses
- Stiueg informa que mais de 800 trabalhadores teriam sido demitidos da Celg nos últimos quatro meses de 2017
- Sindicalista relata que a empresa quer agora, já em agosto, elevar a tarifa de energia elétrica à população do Estado
- A italiana Enel controlaria , hoje, a Celg, e a Usina Hidrelétrica de Cachoeira Dourada, privatizada, no ano de 1997
- Sindicato conta que despesas com pessoal é de 2% do faturamento da empresa, cobra investimentos e promove ato
– A Enel, empresa que arrematou, na Bolsa de Valores, a Companhia Energética de Goiás, já teria demitido 800 servidores da empresa. Nos últimos quatro meses.
É o que afirma João Maria, diretor do Situeg, Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Urbanitárias do Estado de Goiás, dos funcionários da Saneago, Celg, Usina Hidrelétrica de Cachoeira Dourada e da Usina de Corumbá. O comprometimento do faturamento da empresa com a folha de pessoal caiu de 4% para 2% apenas, desabafa o sindicalista, em tom de lamento
– A empresa italiana, que ainda detém o controle acionário da Usina Hidrelétrica de Cachoeira Dourada, privatizada em 1997, por Maguito Vilela [PMDB] e Fernando Henrique Carodos [PSDB], quer aumentar, já no mês de agosto, a tarifa à população. Para elevar os seus lucros, já estratosféricos.
Narrativa ideológica
A narrativa ideológica de que a desestatização da Celg seria o caminho para a ampliação dos investimentos no setor elétrico, a valorização dos trabalhadores, a redução das tarifas cobradas aos contribuintes e de modernização do setor caiu por terra, acusa. O Stiueg fará uma manifestação de protesto no dia 28 de junho, quarta-feira, às 9h, contra as demissões.
– Demissões imotivadas, sem critérios, que atingem trabalhadores da terceira idade e até doentes. Em um País já com 14, 2 milhões de desempregados, inflação, alta, dólar nas alturas e juros em crescimento.
O Stiueg participará ainda da greve geral que deve parar o Brasil na próxima sexta-feira, 30 de junho. Ao lado da Central Sindical Popular Conlutas, da Central Única dos Trabalhadores [CUT], da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a CTB, além do Movimento dos Sem Terras [MST] e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto [MTST], da UNE e da UBES, atira.
– Uma greve geral nacional contra as reformas Trabalhista e da Previdência Social, pela saída imediata do ilegítimo Michel Temer, por eleições gerais e diretas já.
Terceirização
João Maria afirma que o processo de terceirização precarizará ainda mais as relações de trabalho no País. A Reforma Trabalhista quer retirar direitos históricos consolidados na CLT, uma herança de Getúlio Vargas, que suicidou-se, em grave crise política alimentada pelo Congresso Nacional e os Conglomerados de Comunicação, em 24 de agosto de 1954, frisa.
– Como o golpe institucional, com o suporte dos aparatos policial e jurídico do Estado, do Congresso Nacional financiado por recursos de Caixa 2 empresariais e a mídia, em 2016.
Marxista, o pedagogo que tem Paulo Freire como uma de suas referências na Educação, servidor concursado da Saneago, vê semelhanças entre as quedas, em 2009, em Honduras, do nacionalista que aproximara-se da ALBA [Aliança Bolivariana das Américas], Manuel Zelaya, como a do membro da ala progressista da Igreja Católica, Fernando Lugo, no Paraguai, 2012.
– Dilma Rousseff sofreu um golpe frio, líquido, pós-moderno, como aponta o sociólogo da Universidade de Coimbra, Portugal, Boaventura de Souza Santos. A Venezuela está na lista
Novo mandato sindical
Reeleito para um mandato conferido pelas urnas de mais três anos, João Maria diz que o Stiueg entrará com ações judiciais para tentar reestatizar a Celg. Não podemos aceitar prejuízos ao erário, insiste. Os trabalhadores perderam direitos com a privatização, denuncia. O líder sindical conta temer a venda da Saneago, apesar da negativa de Jales Fontoura, presidente.
– Michel Temer quer universalizar o conceito de Estado Mínimo, que cuida apenas da Segurança Pública, da Fiscalização e das Relações Exteriores. Uma ideia ultrapassada.
Uma greve geral nacional contra as reformas Trabalhista e da Previdência Social, pela saída imediata do ilegítimo Michel Temer, por eleições gerais e diretas já
João Maria, diretor do Stiueg
Perfil
Nome: João Maria
Formação: Pedagogo
Cargo: Diretor
Sindicato: Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Urbanitárias do Estado de Goiás
Central: CSP [Central Sindical Popular] Conlutas
Linhagem: Marxista